CAPÍTULO XI.

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O maior combustível para o ódio, era o amor.

Yoo Jimin descobriu aquilo no momento em que Minjeong foi arrancada do apartamento e sua presença sumiu de seu radar. O laço não foi quebrado porque ela ainda sentia uma pequena vibração agradável em seu peito.

Jisun estava em seu encalço, sussurrando ordens para Yuna e Ryujin. Olivia tinha ficado no mundo humano vigiando toda a movimentação da antiga casa de Minjeong. Soojin provavelmente estava pedindo ajuda às bruxas porque não havia sinal dela em nenhuma parte da fortaleza.

Claro que por Jimin, elas já estariam dentro da mansão destruindo todo e qualquer tijolo do local em busca de Felix e Minjeong.

Cada músculo do seu corpo estava dolorido, sua cabeça parecia ter mil facas atravessadas e seu peito nunca esteve tão pesado. O contato visual de Jisun tirou o demônio de seus pensamentos perturbados:

- Vou pedir para Soojin limpar o terreno ao redor da mansão nas próximas vinte e quatro horas, vamos bolar um plano então e invadir o lugar. - Havia um brilho sinistro no olhar da mais velha. - Quero que me prometa uma coisa.

- Diga.

- Traga Felix vivo. - Jisun engoliu em seco. - Não vou conseguir estar presente no local, preciso garantir que não aproveitem o momento para atacar nossa casa. Todas as outras vão estar presentes.

- Vou trazer ele vivo. E Minjeong também.

Mesmo que eu mova o céu e o inferno, vou ter os dois de volta.

Com aquele pensamento Jimin desceu as longas escadas que levavam aos calabouços da mansão, o ar estava úmido e completamente tomado pelo cheiro de podridão daqueles que estavam presos em algumas pequenas salas ali. Sua atenção se voltou para a cela principal, onde Lulu, o grande monstro com corpo de dragão e duas cabeças de lobo pareceu feliz ao ver a morena:

- Você pretende soltar Lulu por lá? - A voz de uma alma desencarnada soou em suas costas, causando aquela sensação gélida que Jimin chamava de sopro da morte. - Vai chamar bastante atenção.

- Olá, Chaeyoung. Vou soltar ele por lá. Você provavelmente já sabe de tudo, não é? - Jimin sorriu tristemente. - Eu sinto muito pela última discussão que tive com Jisun, acabei mencionando você.

A alma deu de ombros passando por dentro do corpo de Karina. Seu sorriso era cheio de uma amargura não direcionada a morena:

- Está tudo bem. E não é como se a grande Roh Jisun fosse ficar brava com você por muito tempo, ela te considera como uma irmã de sangue. - Jimin apenas concordou com a cabeça sentindo o peso de anos de escuridão naquele lugar.

Chaeyoung foi o primeiro amor de Jisun. O companheirismo das duas era algo que causava inveja até os descrentes do amor. Um dia, contra as ordens de Jisun, Chaeyoung se lançou em uma missão arriscada, eliminando uma fenda de demônios. Seu corpo foi corroído por uma maldição extremamente forte e assim, sua alma passou a vagar entre os vivos e os mortos. Desde então, a relação entre as duas ficou abalada e Chae se isolou ali, entre os monstros:

- Não deixe a garota fugir das suas mãos. - Chaeyoung sorriu. - Você merece coisas boas. Não deixe que aconteça o mesmo... Você sabe.

Jimin sabia. E como sabia. Ela cerrou os punhos e foi em direção ao seu animal de estimação. Ela causaria um verdadeiro caos naquele local e faria o patriarca da família de Minjoeng se arrepender por cada ato.

Minjeong acordou de um sono perturbado e sombrio... Quando ela se deu conta das cores do local que estava e aquele cheiro familiar, seu corpo inteiro ficou em alerta e sua mente pareceu processar diversas informações
A primeira delas era que aquele era seu antigo quarto.
A segunda: tinha uma presença estranha ali.

Seus olhos se adaptaram à luz do ambiente aos poucos e seus dedos pareciam dormentes. Jimin parecia a puxar pelo laço, avisando que estava com ela, de alguma forma. Um alívio momentâneo invadiu seu peito. A presença se moveu pelo quarto com passos lentos e ritmados e sussurrou próximo a porte:

- Avise o chefe que ela acordou, vou deixar o quarto, minha parte está feita. - Os passos se afastaram e a porta se fechou de modo brusco. Ela estava sozinha de novo.

Mais uma vez ela tentou se mexer, sem sucesso. Haviam amarras em seus pulsos e tornozelos. Seus braços pareciam tão pesados e doloridos que ela tinha certeza que por baixo de seu moletom, haviam marcas roxas. Sua garganta estava seca.

A porta se abriu novamente com mais força e passos energéticos cobriram um espaço da sala e vozes altas estavam pelo corredor. A cabeça de Minjeong doeu em resposta ao seu pequeno esforço de erguer o pescoço:

Trivium - WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora