XV - Cicatrizes.

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ADHARA SENTE TODO o ar voltando pro corpo e respira fundo com todo o seu pulmão, acordando e olhando pro teto branco, ela coloca força em seus braços e se senta devagar

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ADHARA SENTE TODO o ar voltando pro corpo e respira fundo com todo o seu pulmão, acordando e olhando pro teto branco, ela coloca força em seus braços e se senta devagar. Ela sentia todo seu corpo dormente e estranha estar na enfermaria, até que tudo volta a sua memória como um bombardeio.

Severus. Salgueiro. Meia Noite. Pegadinha. Animagos. Lobisomem. Narcisa. Garras.

Tudo culpa de Sirius.

Os olhos de Adhara vão pros seus braços e ela ergue a manga da blusa, vendo as cicatrizes abraçando sua pele. Ela levanta a bainha da camiseta no abdômen e vê as cicatrizes, assim como uma mordida em suas costelas.

Adhara levanta as mãos até seu pescoço e sente as cicatrizes subindo, seus olhos se enchem de lágrimas e ela segue o relevo na própria pele, quando elas atingem seu rosto uma pequena lágrima escorre de seus olhos.

Ela fecha o olhos e traça o caminho das cicatrizes, sentindo uma passar por suas pálpebras e outra por suas bochechas. Suas mãos passam por seus cabelos e ela sente os fios sujos de sangue e terra, desidratados e estranhamente repicados. Suas mãos vão pros seus ombros e ela sente as cicatrizes, sobe a clavícula também.

Só de imaginar como suas costas estavam, ela sente vontade de chorar como quando Sirius ouvia seu choro. E ela o teria feito se a cortina não tivesse sido aberta por Narcisa.

— Adh. — Narcisa começa a chorar e corre até a prima, com todo cuidado do mundo a abraçando. — Você tá viva, você tá viva, você tá viva Adh...

Adhara segura o choro, ela amava Narcisa, mas não sabia se expressar com pessoas da sua família. Era um negócio estranho.

— Eu quero um espelho Narcissa. — Adhara fala e Narcisa nega na mesma hora, balançando a cabeça em negação. — Isso não está em discussão e eu preciso que você responda algumas perguntas também.

— Claro Adh. — A morena se afasta e enxuga as lágrimas, ela tira a varinha do bolso e conjura um espelho com um simples movimento. — Não está tão ruim Adh.

— Você me falar isso significa que é. —  Adhara pega o espelho e o levanta, assim que seus olhos vêem seu rosto, ela perde a fala.

Seu rosto estava coberto de cicatrizes vermelhas, ainda mais sérias que a do corpo, elas pareciam com as de Lupin e isso não animou Adhara. Ela ergue cuidadosamente a cabeça e vê as do pescoço, ainda séria.

Mas sem dúvidas o que mais lhe incomodava era o olho. Tinha uma cicatriz sobre ele e ele estava verde de veneno, um verde vibrante e vivo, como os olhos de Lilian Evans.

Seus olhos se enchem de lágrimas novamente ao ver com frágil e fraca se aparecia. E o que mais doía, com toda certeza, era saber que não era só sua aparência que gritava fraqueza.

Olhando pros seus olhos (cinza e verde) ela se sentiu desolada, o peso da licantropia finalmente caiu em seus ombros. Ela finalmente entendeu que toda lua cheia seu corpo iria se despedaçar, sua carne rasgar e seu ossos se triturarem.

Puro Sangue, A História Da Irmã Do Meio.Onde histórias criam vida. Descubra agora