O Príncipe Perdido · pjm + jjk

0.1

𝑃𝑎𝑟𝑘 𝐽𝑖𝑚𝑖𝑛

Ele me mostra aquele braço com mais tatuagem. Essa era de um trevo de quatro folhas.

— Você fez mais uma tatuagem? — perguntou, nada surpreso.  Ele balança a cabeça afirmando e me olha com um sorriso de lado. Eu criei um gângster.

— Só falta você subir numa moto e sair andando com arma na cintura. — Debochei sorrindo.

— Isso é preconceito, pai. Nem todos que tem piercing e tatuagem são maloqueiros.

— Eu sei. – Faço um bico e ele da um sorriso.

— Relaxa, não vou colocar uma arma na cintura.

— E nem subir numa moto! — Grito para ele.

— Não prometo nada! — Grita de volta antes da porta do seu quarto bater.

Dai-me paciência. Estou muito velho para isso. Hoje em dia as pessoas têm preconceito com tudo, com razão em certas coisas. Se você for arrumar um emprego, não pode se candidatar porque em muitos lugares não pode ter piercing e tatuagem.

Eu falo essas coisas para o bem dele, sei que estou sendo invasivo, mas é pura preocupação, não quero que o meu filho acabe com o sonho de ser designer, por conta de tatuagem ou piercing.

Para ser sincero, se algo assim acontecer, não vai ser culpa do meu bebê e sim do lugar preconceituoso em que ele for trabalhar e eu vou surtar, sou um pai protetor!

Quem diria que Park Jimin estaria falando de outras coisas que não são vestidos de casamento, roupas ou fotos. A minha vida mudou muito depois do meu último relacionamento.

Se não confiava, porque namorou comigo? Ninguém começa um namoro confiando e logo depois termina não confiando.

Antes da suposta traição, era tudo uma maravilha. Estragou a vida de muitos porque não confiou em mim, porque não quis me escutar, não quis me mostrar as tais fotos.

Não gosto de ficar pensando nisso, não me traz boas lembranças. Teve bons momentos, mas o melhor é me manter distante, não só por minha causa.

Pego a chave do meu carro e saio para o trabalho. Minha própria loja, quem diria que Park Jimin estaria na boca do povo, como o melhor estilista. Eu deveria ter uma estátua para mostrar o quão sou incrível! Tenho bons modelos, bons amigos, bons clientes e muito mais. Sempre fico feliz quando vou para o trabalho.

— O que faltava para o dia ficar perfeito. — Olho para a calçada da minha loja. Queria atropelar ele, mas pena que vou preso por assassinato se ele morrer.

— Sai da minha calçada, seu morto de fome! — Grito da janela e o esfarrapado olha para mim. Estaciono o carro na vaga de dono, vulgo eu.

Saio do carro vendo o mendigo se aproximando, tiro algumas moedas do bolso para dar a ele.

— Que calça horrível, Jimin. — Ele diz olhando para a minha calça.

— Escolhi ela pensando em você. — digo e ele olha-me com ódio.

— Ainda não posso posar para você. — ele cruza os braços em frente ao peito e vira a cara.

— Não te pedi, você não tem compromisso com nada. — Ele me olha surpreso.

— Retire o que disse, se não eu te processo por calúnia. Seu solteirão.

— Sou mesmo, melhor que ser casado com dois.