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𝑃𝑎𝑟𝑘 𝐽𝑖𝑚𝑖𝑛

Chego em casa sentindo meu corpo cansado, como se tivesse carregado vários sacos de cimento. Tiro meus sapatos deixando na porta.  Começo a andar pela sala e cozinha, vendo se o Yeoreum está em casa. Meu filho, aguentei tudo porque te amo. Como um dia amei seu pai.

Sinto tanto por você ter que fazer suas apresentações apenas para mim. Sinto muito por te deixar fazer perguntas quando mais novo. Sinto muito por te olharem torto. Hoje em dia agradeço por ter parado de me perguntar sobre isso, queria ser o suficiente. Achei mesmo que o nosso final era para ser o melhor, a melhor história de amor já vista. Me sento no chão.

Sinto meus lábios tremerem, começo dar respirações curtas, soluços começarem a sair da minha garganta, meus olhos começarem a lacrimejar. Minha visão fica embaçada por conta das lágrimas que estão prestes a cair. Começo a chorar sentindo meu peito doer como nunca doeu, até àquele dia. Sinto meu ser preenchido de dor e tristeza do passado.

“ — Não jungoo, para. Você está todo irritante hoje, daqui a pouco todo meu rosto vai ficar marcado.

Tento empurrar seu rosto de cima do meu e empurro seu ombro para tirar seu peso de cima de mim.

— Não quer beijinhos, anjo? Ele segura minha bochecha com a mão.

— Você fica mordendo meu rosto, isso não é beijo, seu bárbaro! – tento empurrar ele mais uma vez, mas sem sucesso.

— Tá bom então, chega de beijinhos, ok? – balanço a cabeça e ele começa a fazer cafuné no meu cabelo até eu dormir.”

Saio dos meus pensamentos ouvindo a porta ser aberta e viro a cara.

— Ué pai, chegou cedo.  – Ele diz chegando mais perto e tento esconder meu rosto a todo momento.

— É, eu não me senti bem. – Digo tentando disfarçar minha voz de choro.

— Tá chorando? – Ele pergunta puxando meu rosto e olhando nos meus olhos vermelhos e rosto inchado.  

— Estava aqui lembrando de quando você era pequenininho. – limpo meus olhos.

— Está mentindo. Te conheço melhor que ninguém, pai.– Ele senta no sofá e cruza os braços perto do peito. — Alguém te machucou? – pergunta com os olhos arregalados.

— Não, menino. Quem iria me machucar? Sei que meu filho é todo preocupado.

— Sei. Tava chorando porque então?

— Não era nada.

— Tá bom. Quer ir almoçar comigo? Achei um restaurante bacana. Tem um filézinho de lamber os beiços.

Não estou com fome. Depois daquela notícia não quero fazer mais nada. Não quero sair de casa, estou muito cansado. — Não quero ir, filho. Estou cansado.

— Qual é! É para você se animar, relaxar um pouquinho. Parece um boi depois do abate.

Dou uma risada, realmente. Isso fica matutando na minha cabeça. Se eu encontrar ele? Ele não pode me tirar meu filho, ele já é maior de idade. Mas se o Jeon, afastar ele de mim? Dizer qualquer coisa que o faça me odiar? Como eu vou viver sem meu filho por perto?

Não, isso não pode acontecer, ele nem deve se lembrar mais de mim. Eu fui só um momento nada importante na vida dele. Ele não vai vir atrás de mim.

— Filho, não gosto de mentir para você. Mas eu realmente não estou bem. –  Falo e ele me olha com atenção. — Um ex meu voltou, ele não gosta muito de mim. Por isso não quero sair, ele pode me encontrar e não gostar de me ver,

— Por que? – Não quero responder, ele pode não acreditar em mim. Não, não posso contar nada para ele.

Talvez se eu contar para ele sobre o relacionamento em si, evitando que ele ache que o Jeon é pai dele. Vou oculta a parte dele ser filho do homem que disse que tinha nojo de mim.

— Esse ex que não gosta de mim, acha que eu trai ele. Ele teve um relacionamento antigo que não deu certo e perdeu a confiança, foi um relacionamento antes de mim. Ele já foi traído, antes de terminarmos ele disse que se me visse iria fazer de tudo para estragar minha vida, não quero arriscar. — limpo os requisitos de lágrimas. Ele olha nos meus olhos vermelhos atentos.

— Ele não me mostrou foto, só pegou um tipo de carta e colocou perto do meu rosto, umas fotos que provam que eu traí ele. – mexo nos meus dedos enquanto falo.

— Quem mais sabe disso? – pergunta do nada.

— Ah. Apenas sua vó e o tio tae.

— Nossa, pai. Você gostava bastante dele?

— Gostava...

O melhor nesse momento é ser sincero, mas não em tudo pode não ser bom.

— Tá esquece esse filha da puta. Se ele chegar perto de você, eu quebro a cara dele. – Diz se levantando e me ajudando.

— Não vai quebrar a cara de ninguém. – Falo dando um sorriso.

— Então eu vou quebrar o braço, ou a perna, é melhor? – Ele da um sorriso e eu dou de ombro. — Chega dessa tristeza, pai. Vamos almoçar lá no lugar, hoje têm o filé e eu quero. – Ele faz birra como se fosse criança e eu o olho surpreso.

— Que isso, Yeoreum. Você não é mais criança.– Ele faz um bico.

— Tá bom. Depois não vem dizer que não passamos “Um tempo de qualidade”. – Ele tenta imitar minha voz e faz aspas com a mão. — Se eu entrar naquele quarto para desenhar, não saio hoje. Tempo de qualidade pai, vamos almoçar!

Coloco a mão na testa. Só queria ter um descanso.

— Estou tão cansado.

— Você nem foi trabalhar. – Ele se esparrama no tapete do chão puxando minha perna com seus dois pés.

Realmente, tinha tantos clientes para atender hoje, não queria furar com nem um deles, não sou desse e ainda tem o processo dos Kang amanhã. Tenho que liga para meu advogado. Séria melhor almoçar com meu filho, depois descansar e por fim revisar com meu advogado

— Tá Bom. Podemos ir, quero conversar com você sobre umas coisas também.

Ele da um grito de felicidade e se levanta me abraçando pela cintura.

— Aí, filho. Você tá me apertando.

Ele me solta e começa a fazer uma dancinha.

— Vamos comer um filezinho, ao molho e batata frita! – Pega a chave do meu carro em cima da mesinha, vai para a porta e abre ela saíndo.

— Você não vai dirigir! – Grito para ele correndo até a porta e colocando meu sapato. Depois de colocar pego minha carteira e saio puxando a porta. Vou para fora e vejo ele no banco do motorista, corro até ele e abro a porta.

— Qual é pai! Me deixa dirigir.

— Só depois que você tirar carteira.

— Que droga. – ele não vai para o banco do passageiro e fica emburrado.

— Eu não sei onde fica, vai me dizendo. — Ele sai da cara emburrada e começa a me dizer os lugares onde temos que ir.

Chegamos um restaurante bonito e bastante chique. Não está cheio, tem uns dez carros. Um carro que parece ser de repórter, parece ter um famoso aqui. Paro o carro em uma vaga perto da porta e saio do carro e Yeoreum sai logo depois.

— Quando meu primo me indicou não achei que fosse tão chique. — ele diz olhando em volta do lugar.

Olho o horário no meu relógio e meu celular toca.
 
— Filho, vai indo. Tenho que atender essa ligação. Pode fazer seu pedido. — Ele balança a cabeça e vai para dentro do restaurante.

O Príncipe Perdido · pjm + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora