O Príncipe Perdido · pjm + jjk

0.2

Acordei em um susto essa madrugada, sonhei com você de novo, não paro de sonhar com você, meus pensamentos ainda estão em você. Só queria ter você comigo de novo pelo menos uma última vez.

Tomamos rumos diferentes. Mas meu coração sempre vai bater por ti. Dentro desses sonhos você apenas me abraça e nunca solta minha mão, queria que fosse verdade. Sinto tanto sua falta, mas prefiro te esquecer.

Já faz 18 anos. Meu corpo não reage a ninguém, não quer ninguém, mesmo depois do que você fez eu sinto sua falta. Preciso seguir minha vida. Venho dizendo isso a 18 anos.

— Jungkookie-ah, olha para mim. – Emma me chama interrompendo meus pensamentos. Olho para ela. Está bonita. — Aish. Você se perdeu nos seus pensamentos de novo.

— Achei que esse "melhor estilista do mundo" iria demorar mais – Faço aspas com a mão, sendo irônico.

— Não ouviu o que a secretária dele disse? Ele estava viajando.

— Não achei esse lugar nem um pouco agradável. Quero ir embora. Lugar horrível de se estar. Praticamente estamos aqui desde ontem e nada desse estilista. Se ele quiser perder clientes que continue desse jeito. – Digo fazendo ela bufar.

— Larga de ser chato Jeon. Viemos experimentar meu vestido de noiva e fazer alguns ajustes nele. Não sou só eu que sou cliente dele, certo? – Chega mais perto e segura minha bochechas.

— Certo. Mas prometo nunca mais vir aqui, ainda bem que esse vestido de noiva é seu último.

Ela dá uma risada e balança a cabeça. Minha cara se fecha quando sinto um cheiro conhecido, porra. Que cheiro é esse? Eu conheço, só não me lembro. Meu olfato foi prejudicado depois do acidente. Não é qualquer cheiro, é o cheiro.

— Não tá sentindo esse cheiro? — Pergunto levando do sofá. Ela balança a cabeça negativamente. Ômega, péssimo olfato.

Vou indo a porta estou prestes a abri mas escuto a voz de Emma.

— Jungkookie-ah, vem cá me ajudar. – Ela fala e eu coloco a mão na fechadura. — Estou presa. – Faz um bico.

Olho para ela, que esta presa em um sua calça colada. Tiro minha mão da fechadura e vou para perto dela.

— Como você deixou isso acontecer? – Falo com a voz estressado.

— Foi sem querer. — Colocou a mão no meu ombro enquanto eu a ajudava a tirar sua calça.

— Se você ficar presa em roupas coladas, não vou te ajudar. – Ela balançou a cabeça e me deu um sorriso.

O cheiro sumiu, mas ainda ficou um pouco no ar. Não conseguiria abri essa porta nem se quisesse. E se for ele? Eu me lembro do cheiro dele, mas está diferente

— Jeon! – Emma me chama jogando sua blusa em cima de mim. Agora ela está só de roupa íntima.

— Sabia que é indecente ficar assim na frente de um alfa.

Ela revira os olhos e coloca às mãos na cintura.

— Como quer que eu vista meu vestido? Vestida de roupa?

— Nem sabe se esse "estilista perfeito" vai chegar. – Faço aspas com as mãos e ela revira os olhos novamente, atrevida.

— Tomara que ele venha. – Ela fala triste.

Tomara mesmo, odeio vê-la triste. A porta se abre e a secretária aparece. Ela não está com um cara nada boa.

— Sinto muito. O Senhor Park pede desculpa, por não estar aqui para recebê-los. Ele não se sentiu bem...

— Você só pode estar de brincadeira! – Falo alto interrompendo ela e chegando mais perto.

— Jeon, para. – Emma vai para minha frente tentado me impedir de confrontar a garota, mesmo que não seja sua culpa.

— Esse estilista está enrolando faz um tempão! Como pode querer o vestido de um 'cara' que faz hora com a cara das pessoas? —Ela não responde. 

— Vamos embora! — Pego suas roupas, bolsa e sua mão a puxando para a saída.

— Jeon, espera! Estou sem roupa! – Paro de andar e puxo ela para minha frente, coloco suas coisas no chão, tiro meu sobretudo e amarro nela, pego suas coisas de volta. Puxo sua mão saindo daquele prédio com ela de uma vez.

Vamos até o estacionamento, ligo o carro e abro a porta para ela. Ela entra sem dizer nada e fecha a cara sem dizer nada. Entro e jogo suas coisas no banco de trás.

— Pode ficar com raiva. Não ligo. Se quiser continuar vindo aqui e sendo feita de trouxa, você continua sozinha.

O silêncio permanece no carro depois do que eu disse. Mas ela acaba com ele.

— A primeira vez que vi um vestido do park, foi no reino unido. Lembra quando eu te disse que queria um vestido com umas borboletas lindas que tinha visto voar para cima de mim? – Não respondo. — Depois daquilo comecei a desenhar àquelas borboletas onde ia. Eu queria elas, iguais àquelas, só que no meu vestido. Quando mandei em email para esse estilista sobre meu vestido, ele disse que me ajudaria, foi o único. Os outros disseram que não conseguiria fazer as borboletas e não iria ficar bom, dizendo que não iria combinar. Mas ele, o Park, disse que faria tudo o que pudesse. Ele desenhou o vestido que eu queria e me mandou, foi o melhor desenho que vi na minha vida, o melhor vestido. Eu queria àquele vestido. Por isso que eu quero tanto o vestido que ele vai fazer.

Ela tirou o celular do bolso e me mostrou o vestido. Era realmente lindo.

— E ele é parecido com o vestido da minha mãe, eu não mostrei o vestido da minha mãe para ele.  – Fala com a voz baixa. Não disse nada, apenas balancei a cabeça.

Sua mãe morreu a 15 anos. Ela sofreu um acidente de carro, eu estava na mesma estrada que a mãe dela. Quando ela sofreu o acidente com o outro carro, eu parei para ajudar, o motorista bêbado não parou, ele continuou correndo com o carro. O carro dela colidiu com o do motorista bêbado, ele estava correndo bastante e o dela bateu em um árvore, o dele rodou e alguns vidros saíram quebrados. Eu chamei a ambulância, antes da ambulância chegar o telefone da mãe dela tocou, eu atendi e era ela falando sem parar sobre como tinha sido bom trabalhar em uma creche cheia de criança fofinhas. Ela guardou o celular no bolso e encostou a cabeça no vidro do meu carro luxuoso.

— Podemos ir lá, tentar ver de novo, mas amanhã.

— Sério? – Balanço a cabeça e ela pula em cima de mim e começa a beijar meu rosto. — Te amo você é o melhor.

— Ok, eu sei disso. Agora sai de cima de mim, estou dirigindo.

— Tá bom. Vamos passar em uma cafeteira para comemorar?

—  Não vamos, tenho que te deixar em casa e depois ir para a empresa.

— Por favor, Jungkookie-ah.

— Você é muito teimosa. Tenho que ir trabalhar. – Ela chega mais perto do meu rosto com um bico nos lábios. — Ok, vamos tomar um café e depois vou te deixar em casa, tá bom?

Ela balança a cabeça com um sorriso de orelha a orelha. Vejo uma cafeteria e paro a carro perto dela. Desço, vou para o outro lado e abro a porta do carro.

— Como vou descer? Estou sem meus saltos.

— Onde estão seus saltos?

— Você com sua pressa esqueceu de pegar ele. – Ela coloca a mão na cintura, sentada.

— Pega aquele chinelo que uso para dirigir.

— Vai ter que me levar para dentro de casa no seu colo. – Ela pega e coloca, quando ela sai eu fecho a porta e travo o carro.

— Você sabe andar e depois te deu outro, sou muito rico.

Ela bate no meu ombro.

— Exibido!

Vamos para dentro da cafeteria e sentamos em uma mesa. Ela não para de falar do casamento. Vestido, comida, convidados tudo o que ela como noiva tem direito. Conversa chata.

— Jeon Jungkook? – Escuto meu me nome e olho para onde está vindo.

Olho para ele com os olhos arregalados.