Prólogo

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Os pelos ruivos, escuros, mas não totalmente; se faziam presentes em meio àquela clareira banhada pela luz da lua. As folhas reluziam o brilho branco, e a criatura gigante, se aproximava mais e mais.

Somente a presa e a predadora. Frente a frente.

Sentia o medo lhe abraçando fortemente, sem fazer nenhuma menção de se afastar.

Já não adiantava cobrir a boca com as pequenas mãos, uma vez que a loba descobriu sua localização no labirinto de árvores.

As batidas descompassadas de seu coração ecoavam alto na cabeça daquele ser que salivava a cada passo que dava, enquanto o cheiro de desespero inundava seus sentidos aguçados. As presas não viam a hora de se cravarem na pele branca e visivelmente macia.

O animal estava submerso nos desejos primitivos. Queria saborear cada mínima parte de sua carne, se embebedar em seu sangue...

Desejava mais do que tudo lhe devorar, comer cada pedacinho daquela mortal de forma lenta, para poder escutar os sons de uma mera humana implorando pela sua vida.

Mas havia algo errado ali.

Os olhos da criatura cintilavam em uma cor familiar. Brilhavam assim como no primeiro contato com a garota misteriosa.

O frio comparecia na reunião sobrenatural apenas para lhe deixar ainda mais paralisada, e a noite escura não ajudava a descobrir qual exatamente era a maldita cor das orbes.

Até que a lua cheia atingiu seu ápice naquela noite, deixando tudo mais claro.

Tão claro quanto os realçantes olhos azuis cinzentos e as orbes predatórias.

Era ela?

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