Mio amore impossibile

Capitulo 3

Maitê abre os olhos com dificuldade, a luz parece intensificar a dor de cabeça. A dor no corpo não é insuportável, mas incomoda. Fora a vergonha que tomara conta de si assim que se situa com o que aconteceu.
Meu deus, o que poderia ser pior do que cair escada a baixo na frente da família do seu namorado?

— Maitê, você está bem? O que aconteceu? - Francesca se aproxima da garota, pegando o saquinho de gelo e colocando em sua testa.

— Eu... Eu... Ficou tudo turvo, não consegui me segurar. - A garota esconde o rosto. — Desculpa por estragar o jantar de vocês. - Ela solta um suspiro longo.

— Você não tem que se desculpar por algo assim, garota. - É a vez de Isabella, irmã de Lorenzzo, falar de forma descontraída.

Em um canto do quarto, estavam os três homens da casa. Ângelo quebrou o silêncio entre eles.

— Você não vai ir ver como ela está, Lorenzzo? - O mais velho cruza os braços, olhando para a garota.

— Ela tá bem. - Respondeu ao tio e se retirou da sala.

Os olhos de Maitê acompanharam o barulho da porta se fechando atrás do namorado. Não pode conter um suspirou de tristeza, não entende porque ele não se preocupa com ela da forma que as mulheres que conheceram-na agora se preocupam.

— Eu já estou melhor, não quero atrasar mais o jantar. É melhor irmos. - Maitê fala enquanto se senta na cama.

— Tem certeza, querida? Foi um tombo feio. - Responde a matriarca.

— Sim senhora. - A jovem esforçaum sorriso.

Marchelo é o primeiro a sair da sala, Isabella puxa Maitê logo em seguida, os últimos são Ângelo e Frasceca. Os mais velhos conversam sobre o comportamento de Lorenzzo, mas não chegam a uma conclusão.

A irmã e a namorada de Lorenzzo parecem se conhecer a anos, a conexão entre as duas foi instantânea. Ângelo comenta com a irmã sobre o quanto Maitê fora bem escolhida pelo companheiro para fazer parte da família.

Chegando na copa, o jantar se mantem calmo e descontraído. A mesa rodeada pela família; Ângelo e Franscesca cada um em uma ponta da mesa arredondada, Isabella e Marchelo juntos ao lado esquerdo e Lorenzzo com a namorada no lado oposto.

A mais nova pede um minuto da atenção de todos e eles param para ouvi-la.

— O jantar está maravilhoso, muito obrigada por me receberem. Percebo o quanto vocês são unidos, acho isso lindo. - Fala Maitê, com os olhos marejados.

No fundo esse jantar tocará na ferida aberta que é a desunião da família da menina, quer se sentir amada e estar em um ambiente repleto de companheirismo todos os dias.
Por um lado também não entende o ódio de Lorenzzo pela mãe, nem o desgosto que sente pelo tio. Muito menos o motivo de ser tão distante dos irmãos.

Ângelo afasta a cadeira, se levantando. Ajusta o palitó e bebe um gole do seu whisky antes de começar a falar.

— Falo em nome de todos quando agradeço por escolher fazer parte da nossa família. Percebemos desde que Lorenzzo falou de você pela primeira vez o quanto ele fez bem em escolher você para ser sua companheira. Quero que saiba que apartir de hoje você pode contar com a gente para tudo: do apoio emocional ao apoio financeiro. Agora você faz parte da família. Bem vinda, Maitê. - O chefe da família termina o discurso, se sentando na cadeira.

Todos aplaudem, e dão as boas vindas à garota de forma uníssona.

— Eu não sei nem o que falar, me desculpa. - Seus olhos marejam. — Só consigo agradecer a vocês. Muito obrigada. - Ela sorri em meio às lágrimas que insistiam escorrer dos seus olhos.

Assim que todos se acalmam, Ângelo volta a falar.

— Queria também te pedir desculpas por ser tão inconveniente quanto a te fazer assinar o contrato. Creio que Lorenzzo te explicou o quanto é necessário para a nossa segurança e principalmente a sua. Obrigada por ser tão compreensiva. - Ângelo terminou a prosa dando outro gole na bebida gelada.

Nesse momento Lorenzzo engasgou com a sobremesa, a sua mãe o olhou desesperada. Maitê confusa fuzilou-o com o olhar.

— Que contrato Lorrenzo Ferrari Mancini? - A raiva na voz da garota era perceptível por todos.

O companheiro olhou-a atônito.