Capítulo 6

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O caso da família mafiosa não amedronta Maitê, na verdade a garota não levou a sério o assunto. É mais fácil ela ganhar na loteria do que se envolver com um herdeiro mafioso, e ela é realista.

Uma semana se passou e Maitê está mais próxima da família do namorado do que da sua própria.

Isabella e a cunhada não ficaram um dia sem se falar ou sair para passear. Francesca pediu para que os funcionários fizessem a comida preferida da nora diversas vezes, realmente a tratou como filha. Marchelo adotou a cunhada como irmã mais nova, implicando e zoando de maneira carinhosa sempre que pode. Ângelo investigou a história do tombo na escada e ordenou que fosse posto um elevador na casa.

Agora Lorenzzo, esse está cada dia mais esquisito. Maitê tenta de todas as formas se aproximar, agradar, mimar... Mas ele sempre acha uma desculpa, um motivo pra implicar ou um evento para ir que a namorada não possa acompanha-lo.

Maitê sente que algo está errado consigo, que talvez Lorenzzo já não a ame como antes. As brigas se tornaram constantes nos últimos meses, já não se beijam tanto e sequer tem intimidades.

O que tem de errado comigo? - Pensa a garota enquanto olha pela janela o carro do namorado atravessar os portões para fora da mansão, após mais uma discussão.

— Não liga pra ele garota! - Diz Isabella puxando a cunhada. — Vamos nos distrair. Precisamos ir ao shopping comprar um vestido deslumbrante para você, quero que o Lolo fique de boca aberta quando te ver no coquetel. - A menina vai até o closet e pega uma bolsa, guardando seus pertences.

— Eu vou com alguma roupa das que eu trouxe... Não tenho dinheiro para comprar um vestido desses chiques que vocês usam. - Deu de ombros.

— E quem falou em pagar menina? Eu vou dar ele pra você! - Ela se vira para a garota e pisca um dos olhos.

— Tá doida? Não precisa disso não Bella. Não quero abusar da bondade de vocês. - A menina vai até a cama e se senta.

— Até parece. - Ela revira os olhos.

Isabella finalmente convence Maitê depois de algum tempo, então elas pegam o carro e vão para o shopping.

As meninas desbravão todas as lojas possíveis de roupas, até encontrarem o vestido ideal. Após as compras se dirigem para o salão de beleza onde farão unha, cabelo e maquiagem.

São vinte horas em ponto. Mais de uma hora de atraso para finalmente as amigas chegarem no coquetel, todavia estão deslumbrantes.

Maitê avista Lorenzzo e caminha a passos rápidos em sua direção, está ansiosa para mostrar o quanto ela está bonita. O tecido vermelho sangue realmente desenha todas as curvas do corpo da garota, como se fosse feito sob medida e os brilhantes na alça destacam ainda mais a maquiagem dourada.

— O que achou meu amor? - Ela diz se aproximando. Assim que o namorado a olha, ela da uma volta completa.

— Não gosto de vermelho, não combina com você. - Deu de ombros.

Mais uma vez Maitê está sendo jogada para escanteio e isso a fere profundamente, realmente não entende em qual ponto ela errou para que as coisas estivessem como estão.

Na tentativa de se distrair, ela caminha até um garçom e pega uma bebida, depois outra e mais outra. Trinta e cinco minutos depois ela já está tonta o suficiente para ser considerada alterada, a voz enrolada denúncia isso.

Maitê procura o namorado com os olhos, até ve-lo conversando com uma menina. Uma insuficiência coberta de raiva começa a se espalhar por todo o seu corpo.

— Lorenzzo Mancini Ferrari! - Ela fala caminhando a passos largos até ele. — O que você tá fazendo com essazinha aí! - A garota agarra o paletó do parceiro e o puxa para si.

— Você ficou doida? - Ele tira a mão da companheira com bruscalidade. — Você bebeu, Maitê? - Lorenzzo puxa a garota para perto e aproxima o nariz da sua boca. — Meu deus, isso tá cada dia pior garota, cada dia pior! - Ele se afasta da garota e vai para fora do evento.

Todos tinham parado para olhar a briga, inclusive a família Mancini que logo foi de encontro a garota.

Ouve-se três disparos e as pessoas começam a correr de forma desordenada na esperança de se salvarem. O homem que porta a arma continua atirando, todos na direção de Maitê. A garota se desespera de começa a correr, sem saber onde exatamente poderá se esconder.

— Maitê, abaixa! - Ângelo pula na direção da mais nova, abraçando seu corpo a derrubando no chão. Ouve-se mais dois disparos com um intervalo de tempo muito curto. Então tudo ficou em silêncio.

A garota olha para o rosto do seu salvador com os olhos cheios de lágrimas.

— Obrigada. - Sussurra escondendo o rosto no peitoral do mais velho.

Ângelo olha para trás e vê o homem imerso em sangue, com um buraco no rosto. Ele se suicidou, depois de tentar matar Maitê.

— Vocês estão bem? - Pergunta Marchelo acompanhado do restante da família.

A garota sente um líquido viscoso cair em sua pele, instintivamente olha para a direção de onde veio. Era o ombro de Ângelo, que estava com um buraco coberto de sangue.

— Meu deus Ângelo, você está bem? Você levou um tiro por mim? Você podia ter morrido! - As palavras saem rápidas e desordenadas. Ela está completamente assustada, nunca tinha visto tanto sangue ou sangue algum.

— O importante é que você esteja bem. - Disse se levantando e ajudando a garota fazer o mesmo. — Mas agora eu preciso saber porquê, dentre tantas outras pessoas, ele estava tentando matar justo você. - Ângelo termina de falar e olha para o corpo inerte em sua frente.

Mio amore impossibileOnde histórias criam vida. Descubra agora