Capítulo 7

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Não há polícias ou ambulâncias depois do ocorrido, toda ajuda é vinda da própria famiglia. Os soldados retiram o corpo, as empregadas limpam o sangue e os enfermeiros e médicos da própria máfia examinam as pessoas, especialmente Ângelo. No fim apenas ele sai ferido, mas o tiro não pegou nenhuma parte vital, em alguns dias ele estará cem por centro.

Lorenzzo corre para fora da festa e decide ir até um bar para espairecer, mas a menina a qual ele conversava a minutos antes o seguiu. Eles decidem ir juntos para o bar, no trajeto conversam sobre o ocorrido.

— Que merda foi essa que acabou de acontecer? - Lorenzzo segura o volante com uma mão enquanto passa a outra pelos cabelos.

Amore mio, você é inocente demais. - Ela coloca a mão em frente a boca e solta risos abafados e infantis.

— O que quer dizer com isso Diovanna? - Ele olha sério para a garota sentada no banco carona.

— Você disse que queria se livrar dessa puttana, eu tentei dar um jeito… - Ela suspirou sofrido. — Mas eu falhei. Na próxima vez eu juro que acerto. - Resmungou a última parte mais anima e então inclinou e deu um beijo na bochecha do motorista.

— Você fez o que? - A voz rouca e grave ecoou pelo carro, fazendo a menina se encolher. A pele de Lorenzzo começa a tomar um tom avermelhado de raiva.

— Lolo… - Ela tenta balbuciar.

Chiudi lá bocca, só minha família me chama assim! - Ele parou o carro bruscamente e segurou no braço dela. — Sai do meu carro, sai do meu carro! - O garoto passou o braço sobre a garota e abriu a porta, empurrando ela para fora.

Lorenzzo ficou irado com o que acabara de ouvir, precisa descarregar toda a sua fúria. Ele liga o carro novamente e dirige até um bordello onde se embriaga e transa com a garota mais parecida com sua amada.

Já são mais de duas horas da manhã, todos estão em segurança na mansão.  Ângelo, Francesca e Marchelo estão trancados no escritório tentando descobrir algo sobre o acontecido no coquetel. Maitê e Isabella estão no jardim e Lorenzzo ainda não voltará pra casa.

Dentro do escritório o homem mais velho caminha de um lado para outro, estressado.

Porco dio! - Ângelo esbraveja, soltando o punho fechado com força sobre a mesa.

— Não existe registro nenhum dele. Como se ele não existisse. É um fantasma. - Marchelo bebe um pouco da bebida que está em sua mão. — Quem armou isso sabe o que está fazendo. É coisa de gente grande,  Ângelo. - Ele olha para o quadro cheio de fotos e anotações.

— Mas por que ela? - Francesca comentou, indo até o quadro e tocando em uma foto da garota. — Maitê é uma ragazza meravigliosa! - Soltou um suspiro longo, se virando para eles.

A família fica no escritório por mais um tempo, decididos a encontrar alguma pista, mas é como se a estaca zero seja o mais longe que conseguem chegar.

Lorenzzo estaciona o carro e desce caminhando em passos rápidos, mas turvos.

— Olha ele ali. - Isabella aponta com a cabeça.

— Eu vou então, Bella. Até amanhã. - A garota depositou um beijo na bochecha da cunhada e correu para o encontro do amado.

O garoto sequer olha para trás ao ouvir a voz da namorada, pelo contrário, apressa o passo na intenção de chegar rápido no quarto.

— Onde você estava? Porque não me atendeu? - As pernas curtas da garota atrapalham a intenção dela de caminhar ao lado do companheiro.

— Não me enche Maitê! - Suas palavras saíram enroladas.

— Você bebeu? - Ela acompanha Lorenzzo que entra no quarto. — Você sabia que eu quase morri? Se não fosse pelo Ângelo… - A menina fecha a porta do quarto.

— Ângelo, Ângelo, Ângelo… - Sua voz alterada ecoa pelo quarto. O garoto caminha de um lado para outro. — Você só sabe falar dele, garota. - Lorenzzo começa a caminhar em direção a companheira. — Que foi, você tá me traindo Maitê? - Ele prensa a garota na parede, segurando com força seu pulso.

— Você tá fora de si, Lorenzzo! - Ela tenta se desvencilhar, mas a pressão sobre o seu pulso só aumenta. — Você tá me machucando. - Sua voz sai chorosa.

— Se eu descobrir que você tá fazendo alguma coisa, eu te mato. - Seus olhos estão nos da menina. A pupila está dilatada e a cor da íris se intensifica, como algo sobrenatural. Ele a solta, indo até a mesinha e derramando o líquido alcoólico no copo.

— Eu não te reconheço mais. - Os olhos de Maitê estão marejados, suas bochechas estão vermelhas e suas mãos suam frio. — Se continuar assim, não existirá mais nós. - Ela soltou um suspiro longo e sofrido. Foi até a porta do quarto e abriu. — Dormirei no quarto de hóspedes hoje. - Finalmente terminou de falar, caminhando para fora e fechando a porta.

Ouve-se barulho de vidro quebrando e em seguida um estrondo na parede causado pelo soco de Lorenzzo. Maitê balança a cabeça negativamente e caminha para a área externa da casa, sentando-se na cadeira de balanço.

Ângelo avista a garota pela janela do seu escritório, ele da seu último gole no whisky e caminha para onde está ela. Maitê sequer vê ele se aproximar, está tão imersa em seus pensamentos.

— Você deveria sorrir mais, seu sorriso é bonito. - Ele se senta ao lado da menina e olha para seu rosto, vendo que uma lágrima escorre por sua bochecha. Ele passa delicadamente o polegar pela pele da mais nova, secando a lágrima.

— Estou triste demais para sorrir. - A menina fecha os olhos e inspira profundamente, segura e respiração por alguns segundos e então solta o ar com calma. — Eu acho que vou tentar dormir, boa noite. - Maitê se levanta e ameaça caminhar para longe, mas  Ângelo a puxa pelo braço, fazendo a garota se desequilibrar e cair em seu colo.

Uma onda de energia percorre pelos corpos de ambos, fazendo com que a pupila deles se dilatam.

— Humm. - Ela grunhi, sua respiração fica mais pesada e arrítmica, os rostos estão próximos o suficiente para sentir a respiração quente de do mais velho.

— Eu quero tanto… - A voz do homem saiu rouca e grave, enquanto ainda mantém contato visual com a mais nova. — Te beijar. - Ele escorrega sua mão até o rosto de Maitê, passando para seu pescoço e se perdendo entre os cabelos dela.

— Você é o tio do meu namorado,  Ângelo. - A voz dela saiu quase em um sussurro, embora dito isso, não se afastou.

— Do seu namorado babaca. - Enfatizou a última palavra.

— Do meu namorado! - Imitou ele, enfatizando a última palavra.

Ângelo dá um sorriso sem mostrar os dentes, ele aproxima os lábios na testa da garota e dá um beijo demorado, se afastando em seguida e voltando a olhar nos olhos da garota.

— Eu respeito você, nunca faria nada que você não queira. - Ele finalmente solta a garota.

— É melhor eu ir. - Maitê se afasta do homem, dando um sorriso amarelo. Ela acena e finalmente vai em caminho ao quarto de hóspedes.

A noite segue tranquila, mas Ângelo não consegue dormir. Passa a madrugada imaginando o quanto ele queria seus lábios grudados no de Maitê. Ela esteve tão perto…

Mio amore impossibileOnde histórias criam vida. Descubra agora