Levantou a parte de cima da cápsula quando sua consciência retornou ao seu corpo original. Sentou-se nela sentido a cabeça doer e o estômago girar, com a vontade de vomitar ao pensar em comer ou queria vomitar por estar com fome.- Meu crânio vai explodir, Norm. - O rapaz murmurou se levantando com as duas mãos em cada lado da cabeça.
- Seu corpo está estranhando o rico dióxido de carbono, metano e amônia aqui presente, daí se sente assim. - Virou-se para Adam na cadeira giratória, deixando de lado os computadores- Eu preparei sanduíches naturais, suco, salada de frutas, essas coisas saudáveis que vão dar energia 'pro nosso cérebro trabalhador. Não esqueça de se hidratar bem, ou sua cabeça vai doer ainda mais.
- Pelo visto eu tenho uma mãe em Pandora. - Ele riu puxando a asa da geladeira embutida na parede, logo se deparando com vasilhas organizadamente empilhadas e com papéis grudados na tampa, separando de quem pertencia cada uma - Você tem TOC? - Tinha o costume de receber pessoas com este laudo em seu consultório, na Terra.
- Sou apenas organizado, cara. - Subiu e desceu os ombros - Não bagunce.
Retirou o sanduíche do recipiente, apoiou-se em uma das mesas repletas de computadores de frente a uma das amplas janelas, que dava a visão bela da natureza. Imaginou como era a Terra quando lá se tinha árvores, plantas, ar fresco, como ali.
- Eu com certeza moraria aqui no meio deles. - Disse Norm escorando-se na cadeira, seus olhos brilhavam em admiração.
- Sério? - Arqueou as sobrancelhas escuras.
- Sim. Você irá perceber que a vida é ótima aqui, nem se lembra de fábricas, prédios de duzentos andares e shoppings quando se está sentado em círculo com eles, escutando histórias e ouvindo as músicas que compõem.
- Então por que não se torna um na'vi?- Perguntou o mais novo curioso.
- Eu gosto de poder estar aqui, meu lugar favorito, mas também é necessário ir para a Terra resolver problemas e visitar minha mãe. Já imaginou um omaticaya chegar naquele planeta? Humanos não estão prontos para conhecerem seres tão belos. - Riram em unissono.
- Eu gostei da paisagem daqui, os na'vis também parecem ser ótimos, mas a Terra ainda consegue ser mais atraente ao meu ver. Nossos ancestrais fizeram de tudo para que avançássemos, e agora que avançamos iremos nos mudar? Discordo!
- Para quem tem uma opinião dessas, não acha que está ansioso demais para retornar ao avatar? Comeu o sanduíche em duas mordidas e não para de olhar lá para fora.
Sorriu ladino levando uma das mãos para a testa, nem ele havia percebido que estava ansioso. Como poderia contornar a situação?
- Eu só quero aprender logo.
- Quer aprender ou ser ensinado por aquela professora? Aliás, Nan'cy tem dezessete anos enquanto você tem vinte e seis, não acha estranho?
- Você é um idiota, Norm. Não estou interessado por uma alienígena. - Mostrou o dedo do meio para o amigo.
- Oh, mesmo? Achei que estivesse, olha para ela como se fosse a última mulher do universo.- Fez uma careta imitando o rapaz.
- Que mentira!
De alguma forma ele estava correto, Adam se indignava com a beleza de Nan'cy. Como olhos quatro vezes maiores do que os de um humano, pele azul e quase três metros formavam um conjunto tão atraente? Era inacreditável.
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Meu escudeiro na'vi: Eu vejo você!
Science FictionEm um coração dilacerado pela morte de seu pai Tsu'tey e ausência da mãe, Nan'cy luta pela sua pópria felicidade. Sua eterna sorte é ter a família Sully por perto, e principalmente, Neteyam, seu melhor amigo e amor platônico. Nan'cy se vê na difíci...