Após colocarmos tudo no carro do Hugo com ele reclamando muito no meu ouvido, eu pego a Eli no colo e dou as costas pra eles.
__ Aonde você vai ? A gente leva isso pra casa ou o que ?_ Meu irmão pergunta vindo atrás de mim.
__ Não,me esperem aí, eu já volto,tenho que buscar a mãe da Eli para levarmos elas até a casa delas_ Digo direta e ele me olha desconfiado,mas apenas confirma e volta para ao carro.
Enquanto andávamos para fora do estacionamento Eli puxa o assunto.
__ Você acha mesmo que a mamãe vai aceitar essas coisas ? Você sabe que a mamãe não gosta quando faz isso tia Malu!_ diz em um tom de preocupação
__ Não se preocupe, Eli. Você sabe muito bem em como eu sou ótima em convencer sua mamãe_ Digo e aperto sua bochecha tirando uma pequena gargalhada sua garganta.
Ao chegarmos na Cíntia, a mesma estava observando o livro que deu a Eli, seu olhar caiu sobre nós e um sorriso surgiu.
__ Obedeceu a tia,princesa ? _ Pergunta pra filha que apenas diz que sim com a cabeça_ Muito bem, obrigada por tudo Maria!
__ Dona Cíntia, eu queria que você fosse até sua casa e me levasse, estou com meu irmão e ele pode dar uma carona pra gente_ Digo e ela me olha desconfiada
__ Mas ainda não deu nossa hora de ir e o que a senhorita iria fazer em nosso barraco ? Lá não é lugar para alguém como você ir._ Diz séria.
__ É que acabei me empolgando as comprar e comprei coisas demais, aí não daria para levar na mão_ Digo dando um sorriso quando a vejo fechar o semblante.
__ Se empolgou ou fez de propósito? Sabe que não gosto disto, não quero abusar de você, você da faz tanto por nós quando passa por aqui.
__ Cíntia, por favor aceita! Eu fiz de coração e ficarei muito triste se você não aceitar_ Faço carinha de cachorro que caiu do caminhão de mudança.
__ Tudo bem, eu aceito, mas pode ter certeza que um dia devolverei toda essa bondade para você!_ Diz em tom de problema e eu apenas balança a cabeça e a ajudo a pegar suas coisas.
Seguro na mão da Eli e voltamos para o estacionamento junto com a Cíntia dessa vez, os meninos me olham com uma interrogação no rosto, nitidamente.
Abro a porta de trás e faço menção para elas entrarem, Cíntia entra meio tímida, Eli se senta ao seu lado e eu entro e fecho a porta, ficamos as três apenas esperando os meninos entrarem, eles pareciam em conflito, chega a ser engraçado.
__ Anda gente,vamos, ou querem acabar atrasando a festinha de vocês?_ Falo em tom de deboche.
__ você é tão engraçada ferrugem, pra onde vamos ? Sua casa ?_ Fico inquieta com o apelido que Hugo me chama, esse foi o primeiro apelido que ele me deu, a primeira vez que ele foi maldoso comigo éramos apenas crianças.
Deixo as lembranças para trás e o olho através do retrovisor.
__ Cíntia, pode dizer aonde você mora?_ Pergunto e ela assente.
O restante do caminho foi Cíntia ditando todo o caminho para Hugo, assim que chegamos era como uma "vila" com muitas casas pequenas e muitas delas não eram bem de tijolos, me sinto mal de ver o estado em que todas essas pessoas vivem e que mesmo vivendo assim,elas ainda conseguem ter muito mais amor que as pessoas que passavam por elas diariamente.
Hugo abre o porta malas e começamos a tirar as sacolas de dentro, Cíntia arregala seus olhos ao ver a quantidade de coisas.
__ Não disse que era tanto assim ? Não posso aceitar!_ Diz firme fazendo os meninos pararem de retirar as compras do carro e observar sua fala.
__ Você já aceitou,não tem mais volta, estamos aqui e você vai aceitar de muito bom grado, eu não aceito devolução!_ Afirmo batendo o pé
Me surpreendo quando Cíntia me aperta em seus braços e desaba em choro, retribuo seu abraço com todo o amor do mundo.
__ Obrigado por tanto,maluzinha!
__ Não é nada, é gratificante saber que vocês vão ficar bem por um tempo. Juro que vou sempre aparecer pra ajudar!
__ Você sempre fez muito por nós,toda a sua ajuda,a menor que tenha sido, sempre foi valida, você é uma menina pura e com um coração muito bom.
__ Então, desculpa interromper mas agora podemos levar isso tudo para dentro ?_ Meu irmão se mete e eu concordo.
Começamos a levar todas as coisas pra dentro, ajudamos a pôr na geladeira e em umas caixas que ela fazia de armário.
Vendo de perto agora faz sentido elas chamarem de barraco.__ Bem, eu tenho que ir agora, acho que os garotos tem compromisso, mas antes de ir quero lhe dar mais uma coisa. Aqui tem 300 reais, pra ajudar no gás, sei que está faltando. E no papel anotei meu número pra caso precisem de algo, me liguem!
__ Oh,querida, muito obrigado mesmo,de coração!_ agradece e me dá um último abraço, abraço a Eli e lhe dou vários beijos pelo rosto.
Me afasto delas indo para o carro com o coração apertado, as pessoas realmente não valorizam o que tem, eu tenho que parar de reclamar tanto da minha vida.
Entro no carro e Hugo segue para casa provavelmente, olhando a paisagem mudar, tudo mudar, me vem um choque de realidade. O mundo é injusto pra caralho!__ Está tão quieta,ferrugem, o que foi ?_ pergunta me olhando através do retrovisor,me mexo desconfortável com seu olhar em mim
__Nada, é só que, existem realidades tão diferentes, é um pouco frustrante._ Digo apenas e dói de ombros.
__ Eu concordo com você, fósforo vermelho. O mundo é uma merda, as pessoas são ruins e nem ao menos olham para o lado. Mas você pelo visto é diferente não é.
__ Não acho, apenas ajudei pessoas que já me ajudaram um dia_ Digo simples e ele me olha intrigado, mas não fala mais nada.
Meu irmão se manteve quieto todo o caminho, assim que chegamos em casa ele desce do carro e abre a porta pra mim.
__ Meu deus que princesinha mimada_ Ouço Hugo dizer e lhe mando um dedo do meio, seu sorriso de canto me irrita.
__ Para de implicar com ela mano, a gente se vê mais tarde, tchau.
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Mais um capítulo de criaaa,beijos e até o próximo.
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Vivendo a adolescência- Com Maria Luísa
Teen FictionA nossa pequena Malu cresceu, com seu jeito meigo e tímido passa por alguns problemas de adolescentes,de fato quando chegamos a essa fase tudo fica meio complicado, amizades verdadeira ou falsa, paixões e primeiros amores, talvez pra alguém tão fech...