Capítulo 09

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Khun

— Você ainda está vivo, hã?

Naquela manhã Khun estava no lago das carpas conversando com elas enquanto as alimentava e lembrava do antigo Sebastian que foi morto pelo Porsche.

— Esperava que eu estivesse morto?

Kim que passava por ali aquela hora perguntou para Khun e ele o olhou de cima para baixo, respondendo apenas que estava falando com as carpas e perguntando o que ele fazia ali.

— Vim falar com o Korn. Onde estão todos?

— Não sei, não estou lá dentro procurando por eles.

Deu de ombros e continuou jogando farelos na água enquanto Kim negava com a cabeça os maus costumes do irmão mais velho.

— Já vai embora?

— Eu deveria ficar?

— Claro que não. Vamos, eu te levo até a saída!

Para chegar até a saída eles tinham que passar pelas piscinas de natação. Kim caminhava silenciosamente enquanto Khun resmungava algo audível apenas para ele.

— O que tanto sussurra aí? Me xingando?

— Se eu estivesse você saberia em alto e bom som!

Khun estava sim xingando Kim, mas não quis dizer isso para o irmão. Tankhun fingia não se importar com Kim, mas no fundo ele sabia que daria a vida pelo mesmo.

— Onde está Porsche?

— Como eu vou saber?! Ele namora o Kinn, não eu.

— Que gentil da sua parte...

— Eu deveria me importar com isso? O irmão mais velho sou eu!

— Nunca te tratei mal.

— Eu não me importaria se tratasse. — Khun o olhou pelo recanto do olho e o viu sorrindo e negando com a cabeça — Não falo sério, até porque você estava aqui quando o nosso pai se fingiu de morto.

— Pelo menos alguma coisa boa que eu fiz você lembra.

— Huh, eu lembro.

— Quando vai admitir que por mais ruim que eu seja você ainda me considera seu irmão?

— Quando eu consegui admitir para mim que você ainda é meu irmão.

— Teatral...

Ele riu enquanto Tankhun revirava os olhos e os dois ficamos em silêncio e continuaram andando. Era quase impossível Kim e Tankhun estarem no mesmo ambiente e não se confrontarem.
Eram um ímã de problemas, ofensas e confusões quando estavam perto.

As piscinas iam ficando cada vez mais próximas, foi quando Tankhun viu alguém parado do outro lado bem perto da borda. Ele não conseguia enxergar quem era, o cabelo estava caído na frente do rosto e ele cambaleava de um lado para o outro.

— Você aí! — gritou — Sabia que é proibido beber durante o trabalho? Em?! Você é uma mini versão de Porsche, é?!

— Por que tá gritando? É só ir até lá.

Falou Kim com a voz suave e diminuindo a velocidade dos passos enquanto contornavam a piscina.

— Ele não me ouve, não tá vendo?! Então eu vou gritar sim! Você aí! Vem já aqui, seu bastardo! — quando Khun cheguei no meio do caminho pôde ver quem era e seu coração parou — Porchay! — gritou assustado — É o Chay! Meu menino vai cair!

Ele correu depressa tentando chegar a tempo, mas suas roupas pesadas o impediam de chegar mais rápido e antes que pudesse chegar até lá ele caiu por cima da mesa — Kim!

Tankhun chamou pelo Kim, que gritou pelo Chay e pulou na água, nadando até ele e chamando Khun para ajudá-lo a tirar Porchay da água.

— Tankhun, me ajuda a tirar ele!

Ele o segurou pelas roupas molhadas e pesadas e o puxou enquanto Kim o empurrava para cima até conseguirem tirá-lo de vez da água e Kim também saiu.
Ele segurava Chay em seus braços e Khun deu para ele o casaco branco que vestia.

— Porchay? Sou eu, Kim. Consegue me ouvir?

Pela primeira vez em muito tempo Tankhun viu o Kim preocupado com alguém além dele enquanto tirava o cabelo de Porchay do rosto.

— Porchay...? Fala comigo...

Ao mesmo tempo em que ele parecia preocupado, sua voz era suave e baixa.

— Vamos levar ele pro hospital, Kim. Rápido!

Kim o pegou nos braços e no caminho encontraram Arm e Pol.

— O que aconteceu, Sr. Tankhun?!

— Não façam perguntas. Andem, peguem ele.

— Não, — proibiu Kim enquanto segurava Porchay mais forte — pode deixar que eu levo ele. Vocês assumem de lá.

Assim que chegaram ao hospital o colocaram em uma maca e os médicos o levaram para um quarto no final do corredor.
Quando Tankhun virou para ver Kim, ele estava indo embora.

— Onde você vai?!

— Embora. Eu disse que o traria, não que ficaria aqui.

— Eu realmente achei que você se importava com alguém além de si mesmo.

— É justamente por me importar tanto com ele que eu vou embora. Ele não vai querer me ver aqui quando acordar.

Tankhun não iria insistir para que ele ficasse.
Kim não sabia, mas Porchay estava disposto a ouvi-lo, ele só precisa de um pouco mais de tempo e Kim não podia proibi-lo de ter.
Ele se afastava enquanto Khun o olhava e o viu sumir depois de passar pela porta.

— Arm, liga para o Porsche e fala que Porchay está no hospital...

Antes que ele pudesse terminar de falar, um médico veio em sua direção e explicou as condições de Porchay. O corte em seu pé era profundo e lá dentro havia ficado preso um pedaço de vidro, o que piorou seu estado. Afim de explicar os gastos, o médico citou as palavras erradas na presença de Khun que achou que o profissional estava tentando tirar proveito da situação do garoto.

— Escuta aqui, seu... — Tankhun havia explodido aquela hora e agarrou a gola de seu jaleco e o Pol segurou seu braço fazendo o solta-lo — doutor, eu não estou interessado em valores. Você sabe meu sobrenome?! Theerapanyakul, ouviu? Tankhun Theerapanyakul. Apenas trabalhe e cuide bem do meu menino! — gritou e o afastou — Melhor cuidarem dele ou eu fecho este hospital!

— Senhor, Porchay vai ficar bem. E você não pode fechar um hospital, Sr. Tankhun.

Com as palavras de Arm, Tankhun o olhou estreitando os olhos sombrios e bateu o dedo no peito do guarda-costas que se afastou para trás.

— Eu posso sim...

KimChay: Por Que Você Não Fica? Onde histórias criam vida. Descubra agora