Capítulo 36

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Enquanto contava nos dedos quais membros de sua família bebiam muito nessas ocasiões, além de Porsche, Tankhun se perdia em quais pessoas iria chamar.

"Kim não bebe... Chay sim... Porsche... Pete... Vegas..." — pensava consigo, até ter seus pensamentos embaralhados pela voz de seu guarda-costas, Arm.

— Droga, Arm! Você fez com que eu perdesse a conta e me atrapalhasse! Aliás, Arm... Pol... — falou se distraindo mais uma vez.

— O que tá fazendo?

— Contas! — respondeu — Você vai ver se eu não vou interrompê-lo em seu treinamento de guarda-costas, huh! Você não vai aprender nada! — gritou.

— Mas se eu já sei... — sorriu.

— Tanto faz, Arm!

— Desculpe, senhor Tankhun, mas Kim gostaria de vê-lo.

— Huh! Certo! Eu vou ao seu encontro... — respondeu emburrado, deixando algumas coisas em cima de uma bancada qualquer — Kinn! — gritou — Se essas coisas sumirem, eu sei que foi você!

Enquanto caminhava em direção ao quarto de seu irmão, Tankhun mirava as decorações que havia mandado fazer para decorar a casa que estava tão pacata nos últimos meses. Seus murmúrios de reclamação ecoavam baixinho pelo corredor, então ele chegou ao quarto.

— Se quiser algo bem feito, faça você mesmo... — disse escancarando a porta.

— Você só sabe reclamar? — perguntou Kim enquanto vestia uma camisa.

— Isso é da sua conta?! Eu falo oque eu bem entender! Afinal, oque você quer?! Eu estava bem ocupado antes de você me chamar. — falou impaciente.

— Eu gostaria de fazer algo pro Chay hoje à noite. Ele tem estado sobrecarregado demais esses últimos dias...

Khun ficou desconfiado, pois já estava preparando algo para ele, ou melhor, para eles, mas fingiu naturalidade.

— Ele melhorou?

— Sim, isso não mais um problema. Eu o dei alguns remédios e coloquei curativos nas suas marcas nos braços.

— Então tudo bem. Agora eu apoio. O que você quer fazer? Pedir comida? Um jantar romântico com velas, flores e tudo mais? Um cinema?

— Não... Algo só nós. Eu e ele, sem o caos e nem o mundo lá fora.

— Você pode fazer um jantar aqui dentro... Ver alguns filmes como se realmente estivesse no cinema, conversar. Essas janelas fecham e o quarto fica completamente escuro. Também é à prova de som.

— Eu não vou matar ninguém, por que iria querer as janelas fechadas?

— Você é uma mula mesmo! Vocês precisam de privacidade, e isso seria ótimo. Jantar, filmes, cobertas... Só o som de suas vozes aqui dentro. Sem a música alta lá fora, não parece bom pra você?

— Você é bem carinhoso...

— Você que é uma mula, em...

— Mas você tem razão... Nós precisamos de um tempo pra nós.

— É claro que eu tenho razão. Então é isso. Hoje à noite eu peço algo pra vocês, um vinho também, talvez... Vocês curtem um pouco da festa e voltam pra dentro.

— Obrigado por isso...

— Sem pieguice... — deu as costas, mas logo voltou — Aliás, posso te dar uma coisa?

— Depende, se não for um soco.

Tankhun revirou seus olhos e tirou um pacote do bolso de seu sobretudo, era um preservativo. Kim não acreditou no que estava vendo e estreitou as sobrancelhas sem entender.

— Por que você anda com isso?!

— Nunca se sabe quando os dois pombinhos irão precisar, certo? — perguntou sorrindo por ver seu irmão mais novo corando.

— Oh, Deus... Você pode levar isso... Eu sei me cuidar...

— Tem certeza...? — provocou.

— Khun!

— Huh! Eu já entendi que meu irmão mais novo é responsável... Cuidado, em? As paredes têm ouvidos... — brincou se encostando na mesma atrás de si.

— É à prova de som... — brincou de volta e Tankhun saiu do quarto sorrindo — Uh... — suspirou.

Tudo estava saindo conforme o esperado. Kinn e Porsche ajudavam Tankhun no que podiam. Pete e Vegas tentavam decorar algumas áreas da cobertura com bugingangas dadas pelo mais velho para criar um ambiente mais aconchegante e calmo, mas na visão dos dois, tudo aquilo parecia demais para uma pequena cerimônia. Arm e Pol tentavam se concentrar em ajudá-los, mas não conseguiam levar o trabalho a sério por muito tempo e começavam a brincar. E Chay e Kim estavam em seu quarto e logo se juntariam aos outros.

Como seria uma 'pequena' festa para as poucas pessoas da família, Tankhun também reuniu os guarda-costas para que ninguém ficasse de fora de mais uma de suas ideias mirabolantes.

O dia foi inteiramente corrido para todos que ajudaram e também para os que só presenciaram a arrumação da cobertura, como os seguranças que estavam presentes ali. O dia todo foi marcado por risadas e momentos únicos, incluindo brincadeiras. Até Kinn teve poucos, mas bons momentos com Vegas.

Conforme escurecia, Tankhun acendia as luzes decorativas e trocava a música das caixas de som de instante em instante. Ele parecia impaciente.

— Qual é, Tankhun! É só uma festa. Por que está tão nervoso?

— Cadê os dois...? Porsche... E se ele tiver mudado de ideia?

— Kim e Porchay estarão aqui em breve. E Porsche provavelmente está tomando banho.

— Khun! — chamou Porchay.

Ele estava tão belo em um terno preto e com seus cabelos tão bem arrumados. Não estava dentro de suas roupas confortáveis. Pela primeira vez em muito tempo ele saiu de sua zona de conforto.

— Vocês dois estão deslumbrantes! Simplesmente esplêndidos!

— Por que organizou uma festa desse tamanho? — perguntou Kim.

— Não é da sua conta!

— Com licença, Chay. Porsche está chamando por você e Vegas por você, Kim. Seu irmão está no quarto e o senhor Vegas está na cozinha com Pete.

— O que eles querem com meus meninos?! Porchay, se Porsche brigar com você, apenas me avise, ok? E Kim... Ah, não. Você pode ir. Sabe se virar...

O irmão do meio negou com a cabeça e ignorou o mais velho, indo em seguida ao encontro dos dois rapazes na cozinha, enquanto Chay seguia para ir ao encontro de Porsche no quarto.

— Me chamou...? — perguntou Porchay abrindo lentamente a porta e temendo oque seu irmão falaria consigo — Olha, Porsche... Eu sinto muito se decepcionei você me envolvendo com o Kim, e se não era isso que você queria pra mim, mas...

KimChay: Por Que Você Não Fica? Onde histórias criam vida. Descubra agora