Capítulo 16

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Alguns dias se passaram e Porchay não teve mais nenhum sinal de Kim. Nenhuma sensação de estar sendo observado, nenhuma visão de relance do garoto.
Agora podemos dizer que ele realmente desapareceu.
Os dias estavam sendo puxados para Chay, cansativos, vamos dizer assim. Não era mais Porsche que não tinha tempo para o garoto, era o garoto que não tinha tempo para Porsche.
Estudos, casa, bar, músicas... essa mesma rotina se repetia sempre, deixando o pobre menino extremamente sobrecarregado.
Na casa principal às famílias se davam bem apesar de todos pesares. Pete e Vegas estavam bem, junto deles, Macau. Kinn e Porsche, Tankhun, Arm e Pol...
Tudo parecia estar em seu devido lugar, mas mesmo ocupado demais e sem se dar o luxo de pensar muito, Chay ainda tinha um coração partido dentro do peito.
Kim, mesmo ausente da vida do garoto e de todos os outros, ainda tinha um coração partido que ansiava voltar para casa.

Porchay não havia mais aparecido na casa principal desde o dia que se machucou e Kim não voltou a aparecer desde o dia que disse que daria um tempo ao garoto. Tudo estava tão certo e tão errado ao mesmo tempo...
Digamos que pela falta de tempo para pensar, Chay estava começando a esquecer Kim, mas um acontecimento mudaria tudo isso.

Porchay saia do bar tarde da noite e voltava para casa andando despreocupado. Aparentemente estava tudo bem na frente de sua casa, nada suspeito, tudo calmo. Mas o problema mesmo já o esperava do lado de dentro dela.

Depois de passar pela porta da sala Porchay foi recebido com um soco no rosto que o fez cair e bater a cabeça no sofá.

— Lembra de mim, Porchay?

O homem que estava contra a luz da sala era o mesmo que havia confrontado Chay há alguns dias no beco ao lado do bar da Yok.

— O que você quer...?

— Bom, eu queria o Porsche, mas é meio impossível agora que ele está com o Kinn, Vegas e Pete na casa principal, então eu quero você.

Aquelas palavras causaram um terror indescritível em Porchay que continuou caído ali no chão enquanto sua testa sangrava.

— E você não tem mais o Kim, porque ele foi embora e não vai voltar! Ele foi embora e não virá te salvar como nas outras vezes.
Talvez ele tenha sim te amado e por isso foi embora, mas ele não te amou o suficiente para voltar, isso é um fato!

Um longo silêncio se fez na sala completamente vazia e o coração de Chay parecia que iria sair pela boca à qualquer momento. Nenhuma palavra tinha doído tanto quanto aquelas, pois na cabeça dele, era tudo real.

— Você está certo. Eu fui embora por amá-lo muito, mas você errou quando disse que eu não o amei o suficiente. Foi justamente por amá-lo suficiente demais que eu voltei.

Aquela voz que mesmo que se passasse muito tempo Porchay ainda reconheceria soou vindo do canto mal iluminado da cozinha. Ele encarou aquela pessoa sentada ali e sabia que não era um sonho, não dessa vez. Ele estava com os braços apoiados na mesa e com seus olhos pesados sobre o garoto. Sua voz era calma e um tanto risonha e um sorriso apertado surgiu em seus lábios.

— Kim...

— Você veio atrás do Porchay de novo, certo?

— De novo? Acha que foi o Vegas que me mandou aqui? Vegas está diferente depois do Pete, ele não ousaria fazer nada com Porchay.

— Por que está aqui então?

— Como você disse, eu quero o garoto.

Kim soltou um riso baixo quando encarou o chão e mirou seu garoto enquanto seu sorriso se desfazia e ele olhou sério para o homem em sua frente.

— Eu vou te dar duas opções. A primeira: você pode ir embora agora e não voltar, e a segunda: você pode tentar ir em frente.

— Eu sei quem você é. Você é o irmão que preferiu se afastar da família à entrar na máfia. Kim Theerapanyakul.

— Então sabe que eu não vou deixar você tocar nele, não sabe?

— Eu soube que você foi embora... eu soube que você o deixou. — os olhos de Kim imediatamente ficaram vazios e sérios quando ouviu aquilo. Parecia que a qualquer momento ele partiria para cima dele e o bateria até não conseguir mais — Você não vai se importar, não é?

— Eu cometi erros, mas eu estou aqui agora.

— O que não muda nada! Porchay, dê lembranças ao Big por mim!

Ele de repente apontou a arma na minha direção e o Kim se lançou contra ele fazendo-o cair e a arma deslizar na cerâmica. Com o punho cerrado, ele levantou depressa para atingir Kim, mas seus socos eram frequentemente desviados.

No último soco que o homem tentou dar, Kim abaixou e o atingiu com um soco no queixo, o que fez sua cabeça ser jogada para trás com uma força enorme e ele cair por cima da mesa de vidro. Kim se virou para encarar Chay que estava sentado no chão em choque. Seus olhos eram tristes e frios ao mesmo tempo enquanto via o garoto com a mão no corte em sua testa.
Quando Kim se virou ele foi atingindo na barriga e isso o fez arquear as costas depois de bater com força na quina da mesa de jantar.

— Kim!

Ele parecia desnorteado pela pancada nas costas, mas quando o homem se aproximou de Chay ele correu e o puxou pelo ombro fazendo com que ele batesse na mesma mesa em que ele bateu.

— Eu disse que estava aqui agora... eu te dei a chance de ir embora...

Kim apontou a arma para o homem que estava no chão o encarando com os olhos furiosos, mas com um sorriso perturbador no rosto.

— Outros virão atrás dele... isso é só o começo. — riu.

Ele pareceu pensar por um minuto e por um segundo olhou para Chay como se dissesse: "Você não vai querer ver isso", e o menino virou o rosto.

KimChay: Por Que Você Não Fica? Onde histórias criam vida. Descubra agora