Capítulo 10

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Enquanto Khun estava sentado na cadeira do corredor ele pegou o celular e ligou para o Kim que não demorou a atender.

— Não sei se você quer saber, mas Porchay está bem.

Os mesmos detalhes que o médico havia dado para Khun mais cedo ele estava passando para Kim agora. Explicou tudo que ele havia dito.
Porchay estava fraco demais e só iria ser liberado à noite se os analgésicos mostrassem resultado.

— Onde ele conseguiu esse corte?

— Como eu vou saber? Não estava com ele, ora. Mas se tem uma coisa que eu sei é que ele ficaria feliz se estivesse aqui.

— Você não pode saber disso.

— Eu posso saber o que eu quiser saber. Antes de mais nada, eu já sei tudo sobre vocês.

— Ele contou...

— É, contou, seu idiota! — ... — Vai ficar mudo?! — perguntou Tankhun depois de um longo momento em silêncio — Na hora de pedir desculpa ao Chay e ir embora você não perdeu a língua, né?!

— O que você quer?

— Entender.

Era quase impossível Khun ficar sério e responsável com alguém, mas só assim Kim o ouviria.

Arm e Pol estavam voltando da cafeteria quando sentaram ao lado de Tankhun e o entregaram um chá de camomila. Eles estavam entediados e andavam de um lado para o outro.

— Se vocês não pararem de andar feito idiotas, vocês ficarão no lugar de Porchay!

— Sr. Theerapanyakul? Gostaria de vê-lo?

Perguntou o médico e Khun levantou depressa seguindo-o e ele o entregou uma bandeja com algumas coisas para Porchay.
Khun abriu a porta devagar e logo o viu tentando tirar a agulha pelo qual estava tomando soro.

— Nem pense nisso Porchay! — gritou e ele imediatamente tirou a mão da agulha — Quer que eu bata essa bandeja na sua cabeça como fiz com o Vegas enquanto ele flertava com seu irmão?! Tem ideia do quanto me deixou preocupado?

— O que aconteceu?

Quando Khun o entregou a bandeja um sorriso feliz surgiu em seus lábios. Ele estava feliz por vê-lo ali.

— Você tinha um pedaço de vidro preso no pé. Estava infeccionado e você também perdeu "algum" sangue, vamos dizer assim. Foi por isso, você desmaiou e caiu na piscina enquanto estava em casa.

— Quem me tirou da água? Lembro de ver alguém pular, mas não consegui ver quem foi.

Khun sentiu seu coração parar quando a voz de Kim dizendo que Porchay não queria vê-lo soou em sua cabeça.

— Hum... eh... olha só, o Arm tá me chamando. Já estou indo... — Khun saiu do quarto rapidamente, mas lembrou de sua bolsa em cima da cama e voltou para pega-la  — Afinal, onde conseguiu furar o pé desse jeito?

— Alguma coisa pesada fez um buraco no vidro da sala ontem, mas não sei oque pudesse fazer aquilo.

— Hum, tudo bem. Pol está do lado de fora caso precise dele, tenho que resolver uma coisa. Talvez não dê tempo que eu venha te buscar a noite, então só saia com o Pol! — do lado de fora do quarto, Khun dava instruções ao Pol sobre Chay —  Quando ele estiver pronto para ir para casa leve-o para a Casa Principal. Não importa o que ele diga. Talvez não dê tempo de buscá-lo, mantenha-o em segurança! Arm, quero que me deixe no prédio do Kim.

Khun apontou de seus olhos para o quarto de Porchay pedindo que ele ficasse de olho no garoto. Depois de chegar ao apartamento de Kim aquela noite, Khun bateu na porta e ele a abriu.

— O que veio fazer aqui? — perguntou.

— Sim, eu quero entrar, obrigado. Não é nada ruim.

— Veio aqui para me insultar ou conversar?

— Conversar. Você vai me dizer por quê deixou Porchay? — voz de Tankhun era despreocupada enquanto ele avaliava os detalhes do apartamento do irmão e Kim se encostou na estante de livros da sala — Por que você fez aquilo?

— Por que eu queria protegê-lo, Tankhun.

— De você mesmo?! Isso é tão clichê e você ainda me chama de teatral...

— Eu tenho pena dele, Tankhun. Eu sinto muito por ele. Eu o amo, entendeu?! Mas eu não quero ver ele nesse lugar de merda que a gente tá. Você deveria entender que isso nunca vai parar e agora as Famílias se tornaram uma só. Você mais que ninguém deveria saber como é perigoso!

— E eu sei. Mas você acha mesmo que deixando Porchay isso vai parar? Você tentou e falhou, Kim!

Tankhun sentia-se na obrigação de proteger Porchay de seu irmão, ele era o seu menino, seu irmão mais novo.

— Não! Nem pense em me xingar. — disse depois que Kim endireitou a postura e estava prestes a falar.

— Você acha que eu queria ter deixado ele? Eu sabia onde eu estava me metendo. Eu sempre soube dos sentimentos de Porchay, e acredite, eu queria continuar...

— O amor tende a nos tornar vulneráveis, mas isso não parece surtir efeito sobre você quando ele está perto, por quê?

— Porque é ele!

— Você não fica vulnerável com ele perto porquê sabe que tem que protegê-lo. Não por obrigação, mas por amor! Você não consegue ver que finalmente encontrou alguém para se importar e o deixou ir por medo de perdê-lo?!

Tudo que Tankhun sabia ele falou para Kim naquele final de tarde, tudo!
Porchay sabia que Kim estava cuidado dele, Tankhun havia dito tudo que tinha vontade de dizer desde que descobriu que Kim o deixou sozinho.

— Chay não é idiota e você entregou tudo quando foi até a boate. — ao mesmo tempo que Tankhun queria entende-lo, ele sentia vontade de atira-lo janela afora — Faça o que quiser, só não volte para a vida de Porchay se não pretende ficar.

Depois de chegar em casa Tankhun bateu na porta do Chay, mas ele não abriu. Ele estava de costas quando Khun entrou então ele tocou seu ombro e ele virou fazendo-o gritar.

— Está querendo me matar, Porchay, hã?! Vou dormir com você essa noite, você pode precisar de mim.

— Resolveu suas coisas?

— Hum... resolvi sim.

KimChay: Por Que Você Não Fica? Onde histórias criam vida. Descubra agora