Capítulo 13: Relicários do amor

159 12 2
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.



São cinco da manhã de uma madrugada congelante. Minhas mãos tremem, estou nervoso, aflito, cansado e temeroso.
Mhanuel e eu montamos um plano, ele vai me esperar no centro da cidade as oito da manhã em ponto e iremos comprar os relicários.

Hoje todos estão bêbados como de costume, será ainda mais fácil.
O primeiro deles será Euronymous.

Abri a porta devagar e sorrateiro como um camundongo procurando queijo, fui até seu armário e ele mudou a posição enquanto me escondi atrás da porta do armário.
Procurei rapidamente ainda tentando ser sorrateiro, achei uma caixa com mais de 200 Kroner, oque me fez pensar que ele estava roubando de nós já que recebemos apenas 20 Kroner por cada show e esse mês fizemos apenas 3.
Ouvi ele acordar, peguei o dinheiro e andei até a porta.

—O-olívia?— Ele resmunga e eu fechei os olhos.
—S-sim...amor?!— Fiz uma voz fina e senti minha espinha arrepiar.
—Volte para a cama, vamos transar.— Senti nojo e abri a maçaneta.
—Já volto querido, vou ao banheiro.— Revirei os olhos e saí do quarto.

O próximo seria Varg. Ele é normalmente muito calmo, calmo até demais, mas ele possui armas e facas em seu quarto.
Abri a porta lentamente, ele estava de olhos fechados e assim ficou.
Seu quarto era cheio de bandeiras de bandas, símbolos demoníacos e frases de ódio. A luz estava apagada, era dificultoso procurar algo alí, mas fui até seu armário e abri a primeira gaveta, nela tinham caixas com cartuchos de balas, canivetes e balas de chumbinho. Senti algo gelado em minha nuca.

—O que está procurando? Filho da puta.— Ele carrega a arma e soltei a caixa de balas que caiu em um de seus pés, ele gritou e soltou a arma e então eu corri.

Corri até a sala, peguei minhas chaves e corri em disparada até minha moto. Liguei-a e dirigi sem olhar pra trás.
Ainda estava amanhecendo, o sol estava em sua maior parte coberto pelas montanhas congeladas de neve, a estrada estava escura e o lugar todo tinha cheiro de terra molhada.

Dirigi até o apartamento de Mhanuel que fica três ruas acima do restaurante de seu pai, estacionei a moto, corri até o portão que estava entreaberto e subi quatro lances de escada sem parar. Quando respirei e senti minha alma voltar ao meu corpo, bati na porta com força e ele abriu um tanto quanto bravo e sonolento.

—Per?! São cinco e quarenta da manhã, o que você quer?— Ele encosta sua cabeça na porta e me olha zangado e ainda sonolento.
—Eu...Arma...Dinheiro...Varg...— Falei ainda tentando respirar.
—Entre, vou te dar um pouco de água. — Entrei e me sentei a mesa ainda respirando rapidamente.
—Você conseguiu pegar o dinheiro?— Ele estende o copo a mim que bebi a água em um piscar de olhos.
—Ah...Peguei duzentos ou mais Kroner. Só consegui roubar o Euronymous.— Estendi o dinheiro à mesa.— Desconfio que Euronymous esteja roubando a gente. Isso é só oque eu encontrei, pode ser que ele tenha mais dinheiro guardado.
—Mas e a loja dele?— Mhanuel indaga.
—A loja dele não faz tanto dinheiro assim. Ainda acho que ele esteja roubando a gente.— Cocei meu queixo.
—Bem, você está fazendo a mesma coisa que ele.— Mhanuel dá de ombros.
—Há controvérsias Mhanuel.— Neguei balançando meu dedo indicador.— Estou pegando oque é de direito meu e diferente dele, eu vou usar pra algo mais importante ao invés de drogas e bebidas.
—E você já decidiu oque realmente vai comprar? Vamos passar o dia inteiro limpando e arrumando o restaurante, então é melhor irmos cedo comprar oque precisamos.
—Eu tenho tudo guardado em minha mente.— Sorri e cutuquei minha cabeça com o dedo indicador.—Aliás, preciso de um terno seu, infelizmente não tenho um.
—Hummm...— Ele me olha com uma certa negação.—Espero ter algo que caiba em você.

Amo-te morteOnde histórias criam vida. Descubra agora