Essa oneshot tem com base um evento que aconteceu há exatamente um ano, então eu tô felizona de poder postar ela hoje. Recebam ela como um mimo pela data de hoje. Feliz dia pra nós, minhas queridas ❤️
Diga pra mim que é real,
que eu te prometo o meu melhor.
Fala pra mim que eu quero ouvir
que tu sentiu o que eu senti.
ANAVITÓRIA e Lenine, Lisboa.
Brasília, terça-feira, 8 de março de 2022.
Elas nem sabiam mais por que riam. Mas riam. Com as bochechas coradas e os pés descalços que quase se tocavam por debaixo da mesinha de centro de Simone. Estavam sentadas lado a lado no chão da sala do apartamento funcional da morena, recostadas na parte de baixo de um dos sofás, o maior, que ficava de frente para a televisão, agora desligada. Diante delas, dois pratos muito bem raspados que uma vez estiveram cheios de macarrão ao molho branco com camarão — feito pela anfitriã — e um par de taças com ainda dois dedos de vinho tinto cada. A convidada trouxera a bebida de seu próprio apartamento.
— Eu posso te confessar uma coisa? — perguntou-lhe Simone, e sua voz soava mais relaxada, as palavras mais soltas, como se os três goles de vinho que tomara enquanto comia tivessem sido suficientes para deixá-la um tanto altinha.
Soraya, por sua vez, estava em sua segunda taça e sentia já as cócegas que o álcool fazia em seu estômago. Ou será que a culpa não era do álcool?
— Não só pode, como deve. Esse era o meu plano, aliás. Te embebedar pra você melhorar a minha noite com fofocas escabrosas. Se existe uma maneira melhor de comemorar o Dia da Mulher, eu sinceramente não tô nem aí.
Simone gargalhou, e algo em fazer essa mulher rir daquele jeito era sublime para Soraya.
— Não é nada escabroso, é só que... eu acho que você me faz gostar de vinho. E presta muito bem a atenção nisso: no presente e não no passado. Faz, não fez. Ou seja, eu só gosto de vinho quando você e o vinho 'tão no me'mo ambiente — Simone juntou os indicadores para ilustrar seu argumento. Em seguida, franziu as sobrancelhas. — Faz sentido?
Foi a vez de Soraya rir, fazendo pouco caso de seu coração, que errou algumas batidas ante aquele elogio tão pitoresco. Ela não podia acreditar no quanto sua amiga e colega lhe parecia desinibida agora. Talvez fossem as propriedades mágicas daqueles benditos três goles de vinho; talvez fosse o cansaço bom depois de um dia de trabalho; ou talvez fosse aquele jantar inesperado a duas, a loira considerou, não querendo convencer-se demais.
— Como é que pode existir alguém tão fraca pra bebida que nem você, pelo amor de Deus?! — brincou, sacudindo a cabeça.
— Ah, então não faz sentido toda essa baboseira que eu disse?
— Faz. Mas só porque me convém. Eu me sinto lisonjeadíssima, aliás.
Simone sorriu e tomou o resto do vinho que havia em sua taça.
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Pedacinhos de Nós (Simone e Soraya)
FanficOneshots aleatórias que podem ou não se encaixar no universo que nós conhecemos.