Capítulo 6

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Não paro, caminhando e ignorando Christopher ao meu lado. Não quero mais joguinhos, não aguento lidar com mais julgamentos essa manhã.

—Megan, entre, vou lhe dar uma carona. —   ele grita.

— Não quero carona. Me deixa em paz !—   Grito, chateada.

— Esse condomínio é distante. Me escuta, não farei nada  contigo. Entra no carro, que merda !—  Ele insiste.

— Não!— Grito mais uma vez, mas agora, não consigo controlar. Lágrimas escorrem do meu rosto, não sou de chorar, porém, dessa vez não consigo evitar.

Desde que fugi de casa, quando meu pai levava homens para beber e  estavam bêbados tentavam encostar suas mãos em mim quando tinha dezessete anos de idade , até o dia que não suportei mais, fugindo e chorando durante todo o trajeto. Desse dia em diante , não choro mais. Porém, agora foi mais forte que eu.

Nem ao menos notei, mas Christopher havia saído do carro. Vindo em minha direção e me abraça forte. Encosto a minha cabeça em seu peito, ele acaricia meus cabelos e estou a soluçar.

— Não fica assim, calma!—  ele pede.

Não consigo falar nada agora, tentando conter os soluços de uma pessoa exausta. Talvez, a minha carência fez com que eu buscasse amor em várias pessoas, minha sexualidade aflorada faz com que eu procure ter várias pessoas para me satisfazer. Quando achei que estava fazendo bem a mim mesma, entro num beco sem saída. Agora não sei como parar.

— Vem comigo, deixa eu te ajudar. — me puxa em dire ao carro.

Entrei, sentando no banco. Passo as mãos sobre meu rosto para limpar as lágrimas que insistiam em rolar. Ele da a volta, sentando no banco do motorista e da a partida.

— Para onde vai ?—  pergunto, receosa.

— Para um lugar que você possa se acalmar. —  afirma, seguindo para fora do condomínio. 

Sei que tudo parecia muito estranho, aceitar ir com ele também não era algo na qual estava em meus planos. Mas estou sem rumo, ser tratada daquela maneira, fez com que eu chegasse no meu limite emocional de uma maneira intensa.

Christopher não me fez perguntas, também não conseguia falar nada. Apenas me deixei levar para onde ele seguia, um caminho desconhecido. Alguns minutos depois,  chegamos a um local de árvores. Era deserto e ele entra numa estrada.

— Para onde estamos indo ?— pergunto, desconfiada e confusa.

— Venho para esse lugar quando quero me acalmar. Talvez sirva para você também. —  explica, despreocupado.

Quando para o carro, olho envolta. Observando as árvores altas, a calmaria e o silêncio absoluto. Christopher desce do carro, eu faço o mesmo, fechando a porta e caminhando ao seu encontro.

— Melhor me dar sua mão, tem uma descida bem a frente. — estica a mão em minha direção para que eu segure e assim fiz.

Descemos com cuidado, agora consigo avistar um lago. Era enorme, a água clara fazia com que o fundo fosse visto. O lugar é simplesmente incrível.

— Nossa, é lindo. —  Estou encantada.

Chris senta a beira do lado, bem próximo a água. Faço o mesmo, sentando ao seu lado e olhando a frente. Observo cada detalhe, sentindo o vendo bater em meu rosto e trazer a sensação de paz que eu precisava. Estou surpresa por ele me mostrar algo que é totalmente contrário a primeira impressão que tive.

— Sei que não me diz respeito. Mas...percebi que foi maltratada. — ele supõe.

— São de realidades diferentes da minha, isso é comum acontecer. — abaixo o olhar, sentindo angústia.

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