2. Príncipe ferido

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Dei um leve empurrão em Samuel com meu ombro e voltei em direção ao baile. Para mim, não importava quem ele era, se ele não ficasse no meu caminho eu não ficaria no dele.

-Onde você estava? -perguntou Anne assim que me aproximei dela.

-Fui atender uma ligação do hospital, era a respeito das férias que eu tinha solicitado no ano anterior, parece que finalmente vou conseguir tirar.

-E já que amanhã você não trabalha de qualquer maneira, bora beber! -disse Gabriel chegando com umas latas de Skol Beats.

-E vamos de ressaca amanhã! - respondi.

Continuamos a beber e nos divertir por um bom tempo, já era por volta de 2h da manhã e ainda estávamos super animados, fazia tempo que não nos divertimos assim.

Pedi licença a todos e disse que ia mijar. Fui em direção ao matagal que tinha atrás da quadra de futebol da comunidade e comecei a mijar em um canto, quando senti alguém passar por mim e parar do meu lado.

Eu estava um pouco bêbado e não dei muita atenção, apenas continuei mijando.

A pessoa parou do meu lado e abriu a calça colocando um pau de cerca de uns 20 centímetros para fora e mijando. Na hora fiquei um pouco desconsertado tentando não reparar muito, mas era um pouco difícil. Aquele pau era grande e ainda estava completamente mole.

-Gostou da minha pica princesinha? - disse a voz de Samuel

-Voce que deve ter gostado da minha, já que com tanto espaço veio mijar logo do meu lado.

Fechei minha calça e estava indo embora quando ele falou mais uma gracinha.

-Ajuda a balançar aqui princesa.

-Até ajudaria - respondi - mas não gosto de pau pequeno.

Não tinha nada que irritasse mais um homem que falar que ele tem o pau pequeno.

Voltei para o baile e ficamos bebendo até por volta de umas 4h da manhã, quando nos cansamos e resolvemos voltar pra casa.

Acordei no dia seguinte e não conseguia nem abrir o olho direito. Acordei apenas pois o meu celular insistia em tocar de forma incessante.

-Alo? - respondi atendendo a ligação.

-Oi Yuri, aqui é o doutor Carlos da clínica comunitária do posto. - disse uma voz do outro lado da linha.

-Tudo bem, doutor?

-Tudo sim, só queira te fazer um pedido, pois apareceu um paciente meu que vai ter que operar de emergência no período da tarde, e gostaria de saber se você pode ficar aqui na clínica hoje ou se está trabalhando no hospital.

-Posso sim, hoje estou de folga - respondi - mais tarde eu vou pra clínica, nós vamos nos falando.

-Muito obrigado, Yuri!

Olhei as horas e como ainda estava cedo, resolvi voltar a dormir. Enquanto eu não pegava no sono novamente fiquei lembrando os acontecimentos da noite anterior. Lembrei do babaca daquele marginalzinho e aquilo me irritou completamente.

Acordei novamente por volta das 11h, tomei um café bem forte e um banho gelado e segui caminho ao posto.

-Muito obrigado Yuri, sei que é sua folga...

-Relaxa, eu adoro ficar aqui -disse interrompendo doutor Carlos.

-Hoje o dia está tranquilo, daqui a pouco o posto fecha e nem tem ninguém para atender. A galera que apareceu de manhã era tudo ressaca do baile de ontem.

Apaixonado pelo perigoOnde histórias criam vida. Descubra agora