4. Irmãos

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Eu nunca havia dormido tão bem em toda minha vida. Após ter o beijo retribuído por Samuel, ele gozou dentro de mim e pude sentir todo seu leite quente. No ápice do tesão, fechei meus olhos e dormi enquanto ele ainda estava em cima de mim recuperando sua respiração.

Era a melhor sensação do mundo, dormir com ele dentro de mim parecia que um vazio que eu nem sabia que existia estava sendo preenchido.

Acordei no dia seguinte, olhei para o lado e não vi Samuel. Quase que por instinto, levantei e comecei a procurar por toda a casa, mas foi em vão. Ele não estava mais lá.

-Ta tudo bem? - disse uma voz atrás de mim

-Que susto! - gritei

-Eu ainda moro aqui - disse Anne

-Sim amiga! É que pensei que era outra pessoa...

-Huuuumm, me conta o que aconteceu.

-Então amiga, eu e o Samuel passamos a noite juntos.

-Perai, o Samuel, o dono do Morro? O Chefe do tráfico? - ela perguntou assustada

-Sim, ele mesmo.

-Aff, Yuri! Você deve estar de sacanagem né? Até parece que gosta de arrumar problema - disse ela me repreendendo - me conta tudo agora mesmo.

Seguimos em direção a cozinha, e enquanto eu preparava algo para comermos fui contando tudo para Anne, óbvio, deixando de fora alguns detalhes. Não queria ser julgado, pelo menos não naquele momento.

Tomamos café e seguimos em direção ao posto para ver se o médico de plantão precisaria de ajuda, já que teve a invasão no dia anterior. No fim, estava tudo bem, mas resolvi ajudar assim mesmo já que estava de férias e não tinha o que fazer.

-Já que o amoxicilina não faz efeito sozinho na senhora, vou indicar ela junto com clavulanato e o ideal seria que tomasse de 12 em 12 horas. - falei prescrevendo a receita e dando a paciente que estava em minha frente.

-E eu posso beber doutor?

-Olha, não é o indicado, mas eu não posso te forçar a nada. Só que o remédio não vai fazer o efeito que deveria.

-Entendo - disse ela - é que hoje vai ter baile aqui no morro em comemoração aos meninos que ganharam a invasão.

-Que baile? O Samuel não está em condições de baile, ele foi baleado.

-Iih doutor, o Samuca mesmo que mandou fazer o baile, ele disse que hoje é tudo por conta dele, bebida liberada.

Preescrevi a receita para a pacieente e fiquei ali, sentando, pensativo. Mas isso não ia ficar assim mesmo. Guardei minhas coisas e segui em direção ao alto do morro, eu ia tirar satisfação com ele.

Como eu era muito amigo do irmão de Samuel na minha infância, obviamente já sabia onde ele morava. Então sem pensar muito, me dirigi até a casa dele e comecei a bater no portão.

-Fala ai Yuri, aconteceu alguma coisa menor? - disse Robinho aparecendo no portão apenas de cueca.

Eu nunca tinha observado o quanto Robinho tinha ficado diferente. Ele lembrava um pouco Samuel, mas era mais definido. Robinho era um negro, alto, cabelo com corte militar e um abdômen totalmente definido. Suas pernas eram grossas e pelo que parecia, o dote era de família, pois na cueca dele dava para ver o contorno do pau dele, e ainda estava mole.

-Não não, - respondi já me arrependendo de ter chegado assim na casa dele - é que o seu irmão foi baleado ontem e eu vim ver se ele precisava de alguma coisa e tudo mais.

-Entendi manin, sobe lá - disse le - meu irmão está no quarto.

Ele me direcionou as escadas da casa dele e me mostrou qual seria o quarto do irmão dele. No caminho, olhei para uma mesa no canto da sala e havia diversas armas. Parecia um verdadeiro arsenal. Me peguei pensando em que momento da nossa infância Robinho resolveu entrar pro crime. Qual foi o gatilho? Tivemos basicamente a mesma criação e nem por isso eu entrei para o tráfico.

Apaixonado pelo perigoOnde histórias criam vida. Descubra agora