Capitulo I - Piloto

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Suspirou pesadamente o moreno, seu livro do dia estava entediante, mas, o mesmo não tinha escolha alguma, se preparava dês dos cinco anos, não poderia abandonar agora. Uma folha caiu em sua cabeça, Ray, logo ergue sua mão, e retirou a folha de seu cabelo, jogando-a em um canto. Sorriu, sorriu lembrando dos tempos bons que eram não entender o que era o orfanato aonde vivia. Mas, já entendia muita coisa com seus dezessete anos nas costas.

Ray já sabia, seria adotado com seus dezoito anos, mais especificamente no dia de seu aniversário, o moreno riu ao lembrar deste fato. Não tinha graça alguma, ele sabia disso.

— Seu livro é engraçado? — Um ser de cabelos brancos e pele albina surgiu a frente de Ray, logo se sentando ao lado de Ray, na árvore que o moreno sempre estava, quando digo sempre, é sempre mesmo.

— Nem um pouco — Respondeu-lhe, um livro de enfermagem não era nada divertido, bom, para Ray não era.

— Por que lê então? Me parece que você não gosta — Norman perguntou, reparando no desconforto do moreno com o livro ao seu lado sentado. O albino se inclinou para mais perto de Ray, para ver o livro. — " Como tratar feridas " por que você lê isso?

— Porque eu quero, Norman — Norman foi respondido, por um Ray frio e seco, como sempre. O albino riu com a resposta do moreno, e logo se levantou, ficando à frente de Ray em pé. Fazendo o moreno ter de erguer a cabeça para falar com o albino.

— Vou lá com a Emma — Apontou para a ruiva, que atualmente estava cheia de crianças ao seu redor — Você vem? — O albino o convidou a vir junto, mesmo já sabendo qual resposta receberia do moreno.

Ray queria muitíssimo ir, mas, tinha de terminar seu livro ainda hoje, e não podia perder muito tempo na leitura, o livro era grande para se terminar em apenas um dia.

— Não — Norman assentiu, e se retirou indo ate Emma.

Ray estava sonolento, pois havia pegado este livro logo de manhã, e só havia parado de ler na hora do almoço e do café, o resto do dia havia passado lendo este livro. Havia lido apenas quinhentas páginas de seiscentas, estava cansado disto, seus olhos pediam para se fecharem, mas, Ray não permitia. O moreno se levantou de baixo da árvore, e foi até a biblioteca para terminar seu livro lá, em busca de paz e sossego das gritarias das criança lá fora. Ray podia estar lendo sem vontade, mas, mesmo assim, prestava atenção em cada mínima palavra do livro, e ainda por cima, fazia questão de decorar o que lia também, não palavra por palavra, mas, o que lhe ajudaria. É o que ajudaria os outros.

[...]

Ray olhou para o relógio pendurado na parede, e então viu o horário " hora do jantar ". Bem na hora, o moreno havia terminado seu livro já. O mesmo foi até a sala de jantar, e se deparou com as crianças sentadas a mesa. Atrasou-se por apenas poucos minutos. O moreno foi até um assento vago ao lado de Emma, logo se sentando no mesmo. E então, rezou, agradecendo pela comida, e finalmente, a comeu.

Ao terminar a refeição, o moreno foi o primeiro a se levantar da mesa, o mesmo logo se dirigiu ao " seu " quarto, que não era totalmente seu, já que dividia-o com Norman, os mais velhos tinham-se um quarto próprio. Emma dividia seu quarto com Gilda e Anna, já Ray dividia o seu com Norman como já dito, já que não sobrou mais espaço no quarto de Don, pois Norman iria ficar com ele, mas, o quarto de Ray era mais espaçoso e Mama pensou que poderia ser melhor os dois ficarem juntos.

O moreno logo correu para sua cama, e se jogou na mesma de tênis e tudo, sorriu ao se lembrar, amanhã seria dia Doze de Outubro
o moreno havia checado o calendário de Mama, amanhã seria a adoção de Conny, Ray tentaria passar pelo menos algumas horas perto de Conny amanhã, tentaria aproveitar cada último minuto que tinha com ela, Ray tinha um motivo para isso, um motivo sério.

O moreno apagou, apagou totalmente, seus olhos estavam cansados de tanto ler, e amanhã, ainda teria outro livro para terminar, " Plantas venenosas ", teria de decorar a maioria delas ainda por cima, Ray estava cansado disso, mas, sabia que era necessário, ajudaria Emma e Norman com a sua própria vida, seus melhores amigos, não podia os deixar na mão. Aliás, amanhã arrumaria uma bela ajuda nisso.

Ray aturou este fardo todos estes anos, sabia que todas as crianças adotadas seriam mortas, ele não se conformava com isso, mesmo sabendo de tudo isso, não podia fazer nada para ajudar estás crianças, sua consciência pesava a cada criança adotada, doía lá no fundo, mas, o mesmo não podia demonstrar isso, poderiam desconfiar, quem ficaria tão triste com a adoção de uma criança que quase nunca falava com você? Então né.

E ainda por cima, ser espião da Mama, e planejar um plano de fuga para Emma e Norman não era fácil, Ray havia planejado vários jeitos de fugir, mas, o mesmo sabia que não seria fácil assim, até porque, as crianças eram comida, comida para demônios, eles deixariam facilmente essas comidas fugirem? Claro que não, ou tinha-se mais segurança fora do muro, ou do portão. Não seria nada fácil. E ainda mais nem conhecendo direito o perímetro do orfanato, não sabia como era o mesmo por fora, como iriam fugir assim? Nem o mesmo sabia. Mas, disso ele não desistiria! Ray desistia facilmente de tudo, mas, desta vez, ele não iria desistir! A segurança de seus Melhores Amigos estava em risco, e ele não podia deixar nada acontecer com eles, nem que Ray tenha de dar a vida para isso.

"Não deixarei nada acontecer com meus melhores amigos. Isto é uma promessa! Que se foda os demônios, a Mama, a casa, que se foda tudo! Eles não vão morrer! ".

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Eu gosto de você,
E gosto de ficar com você,
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo é o meu amor...

Marisa Monte.

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Notas da autora:

Olá, queridos leitores! Este é o primeiro capítulo da fanfic Judas! Espero muito que vocês tenham gostado! Me perdoem se encontrarem algum erro de ortografia aí. É isso, os espero no próximo capítulo!

Capítulo Revisado!
0.1 de ?
1070 palavras!

𝐉𝐔𝐃𝐀𝐒 < 𝑁𝑜𝑟𝑟𝑎𝑦Onde histórias criam vida. Descubra agora