Capitulo IV - O erro

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Suspirou pensadamente, pensando que Emma e Norman já poderiam ter voltado do portão. Sorriu ao pensar que teria mais gente para lhe ajudar, mas, o que ele não podia era parecer suspeito. Ray andava com seu livro em mãos, o livro era realmente interessante e ainda por cima contava bastante como era o mundo afora, não era um livro de história, bom, mais ou menos, mas, era algo real, o livro contava como era fora mesmo. O moreno ansiava por ver como era fora do muro, mas, sempre ignorou essa vontade dele, sabia que nunca sairia dali, viveria e morreria naquele lugar. Literalmente.

O moreno descia as escadas, até ver Emma e Norman subindo também, deu um sorriso rápido, e logo fechou sua cara, igual sempre.

— Eai, como foi? — Ray perguntou, vendo Norman parar na escada. O moreno reparou na expressão dos mesmos, estavam assustados. Eles viram, viram a Conny. Ray segurou para não sorrir com aquilo, não era algo bom, mas, mesmo assim.

— Boa noite, Ray — Ignorou a pergunta, e foi direto a um cômodo fechado com Emma.

— Boa noite, Norman. Não sonhe com os demônios — Exclamou baixinho, não dando para Norman ouvir.

" O plano vai bem. "

— Ray, posso falar com você? — Mama apareceu atrás de Ray sorrateiramente, fazendo o moreno dar um pulo com o susto da mesma. Ray apenas não conhecia os passos de Mama, nunca havia os ouvido, ela conseguia ser mais sorrateira do que Norman.

— Sim — Exclamou.

— Vamos até a minha sala — Ray seguia Mama pelos corredores, indo até a sala da mesma.

Ao chegarem, Mama trancou a porta, Ray não estranhou, ninguém podia ouvir a conversa, e como todos dizem: " As paredes tem ouvidos ".
Ray se sentou na cama de Mama, e esperou a mesma dizer o que tanto queria.

— Duas pessoas do orfanato descobriram sobre os demônios e vocês — Mama disse. Fazendo Ray arregalar os olhos e abrir a boca, atuação é assim que se chama.

— Merda! — Exclamou Ray. — Como?!

— Não sei, apenas vi um coelhinho embaixo do caminhão de entrega — Afirmou Mama — Pode me explicar isso, Ray? — Nada passava despercebido de Mama. Mas, ela estava falando com seu próprio filho, ou seja, sua cópia.

— Você desconfia de mim?! Eu te ajudei este tempo todo! Não tem porque desconfiar de mim! Estou servindo você a anos! — Exclamou Ray, com falsa indignação.

— Você não é um santo Ray! — Sorriu Mama — Pode me explicar?

— Quem descobriu deveria ter achado o coelhinho largado em qualquer lugar e ido devolver. Viu? não tem pé meu nisso!. Aliás, como sabe que são duas? — Alegou, e logo em seguida perguntou.

— Um demônio sentiu dois cheiros diferentes. Sabe de quem são? — Mama perguntou, se aproximando do rosto de Ray — Uma garota, ela tinha um cheiro doce, bem doce! Sabe quem usa perfume doce aqui, Ray?

— Emma — Sussurrou Ray.

— E também um garoto. Seu cheiro era bem doce também, mas, nem tanto quanto o da garota. Era um pouco mais Silvestre. Sabe de quem é, Ray?

— Tá! Mas, eu não tenho pé nisso Mama! Eu juro!

— Tudo bem! Mas, incrível né? Eles são seus melhores amigos não é, Ray? — Mama desconfiava ainda. — Bobeou dessa vez, mas, vou te dar outra chance. Não a desperdice! Faça por merecer está chance, meu filho. — Colocou as mãos nas bochechas do filho, acariciando-as — Se não sua adoção vem mais rápido — Sorriu, fazendo Ray se assustar, mas, logo assentir com a cabeça.

𝐉𝐔𝐃𝐀𝐒 < 𝑁𝑜𝑟𝑟𝑎𝑦Onde histórias criam vida. Descubra agora