Never leave me

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A sensação agoniante de que algo iria dar errado só crescia em seu peito.

Minatozaki Sana ajeitou seus cabelos. Sentada em sua cama enquanto balançava a perna, esperava que sua anjinha voltasse para o quarto, a mesma havia descido para ir na cozinha.

Elas estavam praticamente namorando o que dificultava um pouco as coisas era o óbvio, Jihyo é uma anja.

Elas se beijam quase sempre desde o aniversário da maior, onde as coisas realmente aconteceram. Sana se sentia muito bem com a presença da baixinha, como se isso ocupasse o espaço que ela sentia faltar em sua vida desde sempre.

Então, a maior ouviu passos no andar de baixo, seguidos de vozes que reconheceu como as de seus pais. A sensação ruim apenas cresceu. Levantou da cama lentamente, andando na direção das escadas. Era como se suas pernas estivessem amarradas em algo, como se ela se arrasta-se. Como se ela se obrigasse a ir a onde não queria.

A ver o que não queria.

Descendo as escadas lentamente, parecia flutuar em direção à um lugar errado, onde não queria estar.

- Hyo? - Sussurrou baixo, o procurando e evitando que os pais a notassem ao mesmo tempo. Sentiu um vento frio, que fez com que cada pelo em seu corpo se arrepiasse. A porta da sala estava aberta e de lá que veio a corrente de ar.

- Hyo? - Chamou novamente.

Se assustou quando percebeu uma trilha de penas brancas na direção da porta. E também havia um pouco de sangue. Sana se apoiou na parede enquanto andava, sentido a cabeça girar. Algo ruim havia acontecido.

Quando passou pela porta, começou a chorar. Resultado do sentimento agoniante que doía em seu peito. Seus pais estavam lá, o encarando como se o esperasse.

- Hyo, Hyo, Hyo . - Maya disse com certo nojo acentuado na voz. — A namoradinha sumiu, foi? Tão triste.

- A sapa te deixou, é? — Dessa vez foi seu pai quem zombou.

Sana olhava a cena, parada onde estava, não conseguindo se mover. Chorando. Tentando raciocinar.

- Cadê ela? - Perguntou com a voz falha.

- Foi embora. — A mãe respondeu dando de ombros e Sana sentiu seu mundo cair.

- Não, não. Ela nunca faria isso comigo. Jihyo nunca...

- Você acha mesmo que ela ligava para você? — Eiji riu com deboche. - Só foi mais uma dos que percebeu o desastre que você é e te deixou, como todos os outros.

- Jihyo não...

- Ela te abandonou como sempre fazem, nunca ligou para você, como sempre. Isso nunca muda, Sana.

- Ela não me abandonou, não mesmo. - A maior cobriu suas orelhas com as mãos, tentando evitar que mais palavras como aquelas envadissem sua mente, como se isso fosse mudar algo e Jihyo fosse aparecer do seu lado.

Mas ela apareceu em sua frente.

- sana .

Jihyo flutuava, parecia estar cercada de uma luz branca. Em seu rosto, uma expressão vazia que Sana nunca tinha visto antes. Seus olhos que tanto a atraiam com seu brilho agora eram tão escuros.

- Hyo, o que está acontecendo? - O desespero que sua voz carregava era perceptível é agoniante.

- Eu te disse que era errado, não disse? - Perguntou desapontada.

- Jihyo eu..

- Você não consegue entender uma coisa simples. - a anja se virou. - Você sabia que essa hora iria chegar, e eu cansei.

Então desapareceu.

- JIHYO?? HYO???? -  Sana a gritava desesperada enquanto seus pais riam. Lágrimas dominavam seu rosto, o encharcando. Ela olhava ao redor procurando algo para livrá-la desse desespero. Procurando a sua anjinha para lhe salvar. Mas ela foi embora como todos.

- Sana ! - Seu corpo foi sacudido enquanto a chamavam. A maior abriu os olhos rapidamente e se deparou com Jihyo ajoelhada no chão, o olhar confuso e o rostinho de sono. O escuro era a única coisa que preenchia o quarto. A sensação agoniante foi substituída por alívio.

Foi tudo um pesadelo.

Para Jihyo ver Sana tão vulnerável como estava agora a garota havia chorado enquanto dormia e seus olhos ainda brilhavam por conta das lágrimas a fez ter a vontade de sempre, que é protegê-la. Sem dizer nada, apenas envolveu a garota em um abraço desajeitado por conta das posições e deixou a maior enterrar seu rosto na curva de seu pescoço.

- Foi apenas um sonho ruim. - a anja sussurrou.

- Eu fiquei com tanto medo. - A voz de Sana oscilava e sua respiração fazia cócegas no pescoço de Jihyo. - Eu achei que você... - A park apertou ainda mais o abraço, ficando assim por alguns segundos.

- Deita aqui comigo? - A loira pediu como uma criança que tem medo de dormir sozinha depois de um pesadelo. Ela é praticamente isso.

Park deu um sorriso de lado e fez o que foi pedido. No espaço limitado da cama, ela deitou sua cabeça no peito de Sana , que a puxou para mais perto, quase colocando todo o corpo da menor em cima do seu. Distribuia beijinhos na cabeça de Jihyo, que ria baixinho.

- Vai dormir, Sannie.

- Malvada

O corpo pequeno da anja colada ao seu, a respiração lenta dela, a simples companhia dela...Foi o bastante para que a maior perdesse grande parte de seu medo. Afinal, qualquer medo ou agonia desaparecia quando Jihyo estava perto. E ter se apaixonado por ela foi, para Sana, a melhor decisão que já tomou.

Ela não sabia se a anja estava dormindo ou não, mas mesmo assim puxou o rostinho dela para cima, fazendo com que fosse possível beijá-la. Jihyo felizmente estava acordada e retribuiu, sorrindo quando acabou e deitando a cabeça no peito de Sana.

- sabe Hyo, esse pesadelo só mostrou a verdade.

-Como assim? - Perguntou confusa.

- Meu maior pesadelo, meu maior medo. Ficar sem você, você me abandonar. Por favor, não faz isso comigo.

A baixinha soltou um pequeno e imperceptível suspiro. Depois sorriu, entrelaçando sua mão com a da maior, uma das coisas que ama fazer, era como se elas fossem perfeitas uma para outra. Jihyo fica estupidamente apaixonada quando se trata de Sana, achando tudo fofo, romântico.

Bendita paixão.

- Como se eu fosse conseguir.

-  Deixar para trás uma idiota como eu?

— Ficar sem alguém como você.

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