A água percorria toda a extensão do corpo de Molly, seu cabelo colado a si não lhe incomodava. Ela estava cansada, a rotina estava lhe cansando, raramente tinha um tempo para tomar um banho demorado, dormir até tarde, ou simplesmente não fazer nada. Nossa, como gostava de não fazer nada. Como amava os dias de domingo onde costumava a acordar tarde, tomar um café e simplesmente não fazer nada, apenas deitar no sofá ou preparar um almoço, era tão bom. Contudo, a vida adulta lhe bateu na porta mais rápido do que o cara da pizza, e ela atende, e agora estava rendido a essa rotina quase que alucinante.
A jovem era uma estudante de medicina que em seu estágio onde podia sentir-se tão certa sobre sua escolha que naqueles momentos não havia mais cansaço, mas sim a convicção de que nascera para aquilo, para cuidar.
Ela fecha o registro e o cair da água cessa. Se estende um pouco e pega a toalha. Não demora muito para estar em seu quarto terminando de se vestir, Molly fita seu reflexo no espelho. Seus olhos azuis se destacam, seus cabelos negros e curtos estão bagunçados e molhados, sua pele branca, quase que pálida, lhe preocupa um pouco, talvez esteja com falta de vitamina D. Não tinha tempo para sol, mas sentia o ardente desejo de ir à praia, quanto tempo que não o fazia.
-Molly! -Sua amiga, Emma, gritou-lhe da sala. Ambas moram juntas desde o início da faculdade, sempre foram amigas, quase que irmãs ou talvez mais que isso. Quando decidiram morar juntas para ingressarem na faculdade sabiam que se dariam bem, afinal eram melhores amigas.
-Já vou! -Grita em resposta.
Hoje, em especial, era um dos poucos dias em que sua folga havia caído num final de semana, ela estava radiante, porém cansada e isso foi o que lhe motivou apenas permanecer em casa com sua amiga e maratonar sua série favorita, além de comer o famoso brigadeiro que sua mãe com descendência brasileira lhe ensinara. E aí está uma de suas paixões: o povo brasileiro. Visitou o Brasil algumas vezes para visitar seus familiares, e definitivamente a culinária brasileira é a sua preferida. Sem dúvidas. Molly deixa seu quarto e caminha pelo corredor em direção a sala onde encontra sua amiga já com a pipoca e o prato com o doce favorito no colo.
-Achei que fosse perder a maratona.
-Nunca perderia uma maratona de Friends. -Diz sentando-se ao seu lado. Diferente de Molly, Emma é dona de cabelos loiros com o comprimento no meio das costas, tem as bochechas rosadas, pois diferente da amiga sempre se atenta aos famosos banhos de sol diários. Ela faz faculdade de arquitetura, além de trabalhar em um escritório no movimentado centro de Manhattan.
-Acha que um dia a minha querida xará Emma irá despertar do seu sono e teremos um episódio especial?
-Talvez, pelo menos eu torço por isso. -Ela responde com um sorriso amigável. O programa começa a ser transmitido na televisão, contudo batidas na porta lhe interrompem.
-Quem é? -Molly questiona quase que com sussurro sofrido.
-Não sei, tá esperando alguém? -A amiga nega com a cabeça.
A loira faz menção de se levantar, porém Molly é mais rápida e o faz. Mesmo a contragosto abre a porta se deparando com o senhor Jones, seu vizinho.
-Oi, minha filha, tudo bem?
-Tudo sim, senhor Jones, e você?
-Bem claro.-A jovem responde, porém o senhor a sua frente nota as olheiras forte e o semblante cansado, além do pijama de ursinhos que demonstra que não esperada por visitas.
-Gostaria de pedir sua ajuda, você faz medicina, não? -Ela acena com a cabeça, confirmando. -Meu neto caiu da escada, poderia dar uma olhada nele?
-Claro. -Ela vira-se para dentro de seu apartamento.
-Já volto, Emma.
A amiga abre a boca para dizer algo, contudo antes que fizesse a porta já está fechada.
-Eu ia dizer que ela tá de pijama, mas tudo bem. -Murmura consigo mesma.
Seguindo seu vizinho, Molly o acompanha até a porta de seu apartamento.
-Ele estava brincando de pega pega? -Ela pergunta, inocentemente, causando um ar risonho no senhor a sua frente.
-Não, ele estava indo atrás da ex namorada e caiu.
Molly assente sem fazer maiores questionamentos. O senhor Jones abre a porta e dá passagem a bela moça que lhe agradece com um sorriso. O apartamento é quase que idêntico ao seu, apenas se diferenciando na mobilia.
-Ele está no sofá. -Só então ela desvia o olhar para o sofá encontrando um homem que aparentar ter lá os seus trinta anos deitado se retorcendo e gemendo de dor.
-Ahn, ele não tem dezesseis anos. -Ela sussurra para si, divida entre a surpresa devido a beleza daquele homem que se retorce de dor e a tentativa de compreender o porque o mesmo está desta maneira.
-Dexter, ela é a Molly, ela cursa medicina e veio te ajudar.
-Me diz onde dói. -Ela pede se aproximando do sofá.
O olhar dele recai por breves segundos sobre ela. "Ela parece jovem demais..." , ele até pensa em dizer isso, porém a dor que invade é tão forte que é impossível não se encolher e fechar os olhos. Um gemido escapa por seus lábios, sua vontade era de gritar, contudo se conteve.
-Por favor, onde dói? -Ela questiona novamente, sem conseguir dizer algo ele aponta para a área da costela, Molly assente. -Vou examinar o local se intensificar a dor, ou você não sentir nada me diga, ok? -Ele assente, mesmo que com dificuldade.
As pequenas mãos de Molly pousam sobre o abdome dele, aos poucos ela começa a apalpar.
-Ai, ai, ai. Aí que dói!
-Provavelmente você quebrou uma ou duas costelas. -Ela responde se levantando. -Precisa ir ao hospital e tirar um raio-x.
-N-não, hospital não.
-Dexter, seja forte! Ouça a moça. -Diz o senhor ao lado da jovem. -Você nos acompanha, Molly?
Não.
-Sim, claro. -Resmungou dentro de si, afinal se este homem não tivesse decidido sair correndo atrás de seja lá quem fosse ela não teria perdido quase que toda sua noite de folga o auxiliando, por mais que esse fosse o sentimento pleno que pairava em si ela se sentia culpada por tal.
Mesmo contrariado o rapaz se sentou, ainda encolhido devido a dor. Ele estava preocupado, e se realmente houvesse quebrado a costela, em quanto tempo se recuperaria? Além de que mulher que deixou escapar provavelmente não o ouvirá amanhã. Dexter possivelmente perdeu qualquer chance que tivesse com ela.
Desesperançoso com isto ele se rendeu e levantou-se certo de irem ao médico.
______________________Voltando com um projeto antigo, reformulando ele, então espero que gostem!!
♥️
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Obsessiva Paixão (Pausado)
RomancePlágio é crime!!!!! Obra registrada!!! D E G U S T A Ç Ã O Ela desejava esquecer seu passado. Ele nunca a esqueceu. Ela desejava nunca se lembrar dele. Ele ansiava pelo reencontro... Dois lados de uma mesma lembrança que está encoberta pelo tempo.