capítulo nove

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Algumas horas haviam se passado desde o incidente. Parte de Molly estava mais calma, enquanto a outra parte de si beirava o desespero. 

-Quer adiar isso? -Dexter questionou preocupando-se com a moça. 

-Não. Vamos acabar logo com isso. -Molly respondeu prontificando-se a subir a escada que dava acesso a delegacia. 

Estava acompanhada por Dexter e Emma que insistiram que a mesma deveria fazer um boletim. O ambiente não era o mais tranquilo, se pode assim dizer.

-Espera com ela no banco enquanto eu falo com o policial. -Dexter orientou à Emma que assentiu logo realizando a orientação. 

O olhar de Molly seguiu fixo à Dexter, por mais que o caos estivesse fazendo com que a sua mente beirasse a loucura estava se sentindo segura junto à ele e Rogério. Talvez por ter sido amparada por ambos. Temia ficar só novamente, mas tentou controlar seus próprios pensamentos. 

Os passos de Dexter ecoados ao local fechado chamou mais atenção do que normal, contudo ele não ligou para tal. Apenas retornou às duas prontificando-se a informar os próximos passos.

-Pronto, agora você precisa depor. Tudo bem? 

-Sim. Obrigada. 

Não demora muito até uma policial feminina guiá-la até uma sala separada. Foram feitas algumas perguntas diretas tais como ocorreu, se conhecia o homem responsável, se tinha algum inimigo, entre outras. Por mais que soubesse que era errado omitir algumas informações foi quase impossível não o fazer, pois cria que revirar o passado seria doloroso demais. Isto tudo já estava sendo. 

Quando deixaram a delegacia ela se sentiu um tanto aliviada por saber que o homem que havia invadido sua casa estava preso, contudo havia certo ponto que lhe trazia um temor, aquele homem mascarado havia dito que ele não era seu pior pesadelo, mas que a levaria para ele... 

Chegaram ao seu prédio e Dexter propôs que elas dormissem em sua casa hoje, visto que Adam não atendia as ligações desesperadas da namorada. Emma sabia que provavelmente iria ter que lidar com um namorado irritado após saber onde passara a noite, contudo não colocaria mais a segurança da amiga em risco, não mais. 

-Molly toma um banho e descansa enquanto eu e a Emma vamos fazer o jantar. -Dex disse fitando-a com um sorriso amigável. Ela não sabia ao certo o que lhe confortava, mas achava que sua presença lhe fazia bem. Ela afirmou e se direcionou até o banheiro.

-Obrigada por nos ajudar. -A loira agradeceu após se certificar de que a amiga entrara no banheiro.

-Imagina, eu gostei dela. -Ele diz fitando o corredor pelo qual Molly entrou. 

O sorriso que tomou os lábios da loira foi genuíno, ela queria o bem da amiga, e sabia que as vezes ela se sentia solitária. Seria bom ter alguém legal para estar ao lado dela. 

-O que vamos preparar? -Ela perguntou atraindo a atenção dela. 

-Vamos fazer macarronada? É minha especiaria. -Ele respondeu como que se gabando. 

-Pode ser. 

Ele pegou algumas panelas enquanto Emma procurava alguns ingredientes dentro da geladeira. 

Enquanto no banheiro Molly permitia que a água corresse por seu corpo, aquilo a cansava. Não era apenas um cansaço físico, mas sim emocional. Assim como a dor que sentia lhe rompia a alma, questionava-se quando isso passaria. Quando finalmente poderia ter paz. 

Um soluço escapou por seu lábios, aos poucos sentiu seu corpo pesado. Em questão de poucos minutos estava encolhida no canto do box aos soluços. 

-Fica calma. -Molly repetia a si mesma. -Vai passar, já passou. 

Sua respiração ofegante parecia preencher o ambiente. O ar parecia lhe faltar. Céus, precisava se acalmar. Mesmo em meio que caos, desespero e choro fez um prece. Pediu ao Autor da existência que lhe ajudasse passar por aquilo tudo, que lhe ajudasse a superar as marcas agora deixadas na alma, que infelizmente estavam visíveis também no físico. Pediu ajuda, como nunca pedira antes, com medo de tudo vir a tona e ter que lidar com tudo, mais uma vez. 

Era estranho como após realizar suas preces a mesma conseguia se acalmar. Era impressionante. 

Ela vestiu a a camisa que Dex havia lhe emprestado, que mais parecia um vestido em si. E deixou o banheiro sentindo o cheiro vindo da cozinha. 

-Hmmm. O que estão fazendo? -Ela questionou chamando a atenção deles que estavam distraídos com o preparo da macarronada. 

-Minha especiaria! -Dexter respondeu. -Macarronada, a melhor de toda Nova York. 

-Uau, eu não estava com fome até sentir o cheiro bom. -Ela lhe respondeu causando um sorriso no homem a sua frente. 

-Bem, vamos sair do falar e vamos comer? Tô morta de fome. -Emma disse, a amiga assentiu. Já o rapaz começou a pegar os pratos no armário. 

Sentaram-se a mesa, Molly experimentou a comida e foi impossível impedir um gemido escapar pelos lábios. 

-Tá muito bom! -Ela disse impressionada com o sabor. 

-Eu sei, cozinho muito bem. -Sua amiga diz, gabando-se. 

-Até parece que cozinhou, só ficou me vendo fazer. 

Por incrivel que pudesse parecer aquele momento tão singelo foi o suficiente para acolher à Molly ao ponto dela se sentir protegida, mesmo que por hora, ela estava protegida. 

Obsessiva Paixão (Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora