capítulo seis

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Por mais que certo temor ainda rondasse o coração de Molly e de sua amiga ambas decidiram que seria seguro retornar ao apartamento. Adam se disponibilizou a ficar um tempo com elas para que não se sentissem desamparadas. 

Quando adentraram ao mesmo Molly sentiu-se um tanto temerosa, contudo reprimiu tal sensação. Foi um tempo mais cansativo onde tiveram que arrumar toda a zona que haviam feito, além de limpar, pois muitos dos temperos da cozinha estavam espalhados por cima do s papéis que em sua maioria eram textos da faculdade. Porém enquanto recolhia um por um Molly estranhou o conteúdo de uma folha em especifica, mas como estava um tanto apressada dobrou o papel e guardou no bolso. Leria depois. 

Respirou aliviada quando finalmente pôde tomar um banho com a boa sensação de tudo estar limpo. Após a ducha vestiu uma roupa mais confortável e dirigiu-se até a sala encontrando a amiga e seu namorado no sofá discutindo o que iriam comer no jantar. 

-Eu prefiro pizza. -Molly disse sentando-se na poltrona ao lado. 

-Eu tô com ela. -Emma se prontificou. 

-Rendido estou, então. -Adam disse levantando as mãos em sinal de redenção. 

Não demoraram muito para pedirem algo para comer, enquanto esperavam a chegada da pizza conversaram sobre amenidades do dia a dia, como a faculdade, trabalho, séries... Apenas distração, algo que as faziam bem neste momento de temor. 

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Uma semana havia se passado e Molly finalmente estava se acostumando com a presença do namorado da amiga. 

-Emma. 

-Já vou. -Respondeu enquanto tentava escovar os dente e pentear o cabelo, se havia algo que realmente irritava Molly era atrasos, contudo Emma costumava a agir no seu tempo, além de que odiava ser apressada. 

Quando finalmente viu a loira caminhar em sua direção pelo corredor Molly sentiu-se aliviada, odiava chegar atrasada no campus, ainda mais quando se tratava de sua aula favorita. 

-Me encontra na portaria, vou pegar o carro. -Emma diz abrindo a porta de saída para a escada. Molly apenas assentiu, perdeu a conta de quantas vezes tentou convencê-la ir de elevador, contudo sua amiga sempre defendeu o fato de que se há uma oportunidade de mexer-se, deveria agarrá-la. Então sempre descia de escadas. 

Já Molly se disponibilizava totalmente ao elevador. Quando chegou ao seu andar, adentrou, pressionou o botão do térreo. As portas de metais estavam de fechando quando ouviu alguém gritar " segura", ela colocou a mão  entre as portas e logo elas se abrem novamente. Para sua surpresa o dono da voz adentra. 

-Obrigado. -Dexter agradece lhe oferecendo um sorriso. 

-Imagina. Você tá bem melhor. 

-É, eu sei, esfoliei a pele ontem. -A resposta fez com que Molly risse. -E você tá ótima também. 

-Obrigada. 

-Onde está indo? -Ele perguntou fitando-a. 

-Faculdade. E você? 

-Indo atrás da minha mudança, vou morar aqui, meu avô vai para o interior durante um tempo. 

-Ah, mas ele tá bem? -Ela questiona. 

-Sim, minha mãe só achou que ele merecia um pouco da calmaria. Depois que minha avó morreu ele anda meio tristinho. 

As portas de metais se abrem e ambos deixam o elevador. 

-Entendi, espero que ele melhore. E boa sorte com a mudança. 

-Boa sorte com a faculdade. -Após dito isso virou-se e deixou o prédio, foi quase impossível para ela não o seguir com o olhar, talvez se ele não fosse tão bonito, engraçado ou charmoso conseguisse não se sentir tão atraída por ele. 

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Após Emma estacionar o carro ambas desceram, os prédios e ambas ficavam próximos, o que facilitava. 

-Emma! -Uma voz fina soou fazendo com que a loira fechasse os olhos com força.

-Não pode ser. -Murmurou para si. 

-Maninha! 

Ela virou-se deparando-se com a irmã, nada parecida consigo, os cabelos ruivos, olhos verdes e levemente puxados e a altura um pouco maior que a dele. 

-Melissa. 

-Maninha! -Sua animação não era um bom indicador à irmã, tinha certeza de que algo havia acontecido. 

-O que aconteceu? 

-Vim te visitar, não posso? -Questionou parecendo um pouco ofendida. 

-Claro que pode, mas é que essa é a primeira vez desde que saí de casa. 

-Briguei com a mamãe e não tenho onde ficar. Então pensei em passarmos um tempo junto, o que acha? 

-Eu vou indo, boa sorte, Emma. -Molly disse para a amiga que lhe deu um sorriso desesperançoso que diminui a medida em que a mesma se afastava. 

-Você não pode sair de casa todas as vezes que brigar com a mãe. 

-Mas você sempre disse que eu preciso crescer, eu tô tentando. 

-Se você quer crescer de verdade, vai e resolve o que você deixou pra trás e só depois tente dar um passo. -Dito isso virou-se para caminhar em direção ao seu prédio. 

-Vai me abandonar? 

-Não, vou te fazer amadurecer, é diferente. -Ela disse antes de realmente se direcionar ao seu prédio deixando para trás uma Melissa raivosa que odiava o fato de ter que retornar a sua casa. 

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O dia de Molly passou de forma tranquila, como na maioria dos dias estudava em tempo integral e quando não estava no campus estava no hospital... Quando retornou a sua casa junto a amiga sentiu-se feliz por finalmente poder relaxar. A rotina cansa, porém estava mais perto da folga do que antes. Isso lhe alegrava. 

Direcionou-se até o banheiro, tomou um banho e vestiu uma roupa confortável. Enquanto fitava seu reflexto notou a folha que há alguns dias achara no meio da papelada espalhada. 

Pegou-a. Desdobrou, seu olhar passou pelas palavras lendo-as, a surpresa e o temor lhe tomaram. 

"Achou que eu tivesse te esquecido, não? Mas eu nunca me esqueceria dessa beldade em pessoa que você é. Ansioso pra te encontrar. "

Sentiu as mãos ficarem geladas, a respiração ofegante e um aperto em sua garganta. Será que fizera errado ao não ligar para sua mãe? Talvez. Lembrou-se de quando era pequena e a mesma sempre lhe dissera que quando sentisse medo poderia pedir ao Autor da existência que lhe acalmasse, e em meio aquele mar de temor que lhe tomava fez um prece crendo que se acalmaria. De que conseguiria pensar com clareza. 



Obsessiva Paixão (Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora