Capítulo Dez

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Assustada Molly sobressaltou sobre a cama macia em que se encontrava. Fitou tudo ao seu redor tentando descobri onde estava. A confusão tomava sua mente, pegou seu celular que achou entre as cobertas, o visor denunciava ser três e quinze da manhã. Suspirou. 

-Você acordou. -A voz de Dex na porta a assustou. -Desculpa, eu não queria te assustar. 

-Tudo bem. 

-É que você gritou algumas vezes na primeira Emma te acalmou, na segunda eu te acalmei. 

-Desculpa. 

-Tudo bem, eu só vim me certificar de que você estava bem. -Ele disse sentando-se na beirada da cama. 

-E você não dormiu ainda? -Ela questionou fitando-o, percebeu os cabelos bagunçados e a camisa amassada. 

-Não, estou com insonia. -Respondeu dando-lhe um sorriso.

-Acho que perdi o sono também. 

-Quer ver um filme? Dizem que é mais eficaz do que contar carneirinho. -Diz lhe fazendo rir. 

-Pode ser. 

Juntos caminham até a sala onde a televisão está ligada. 

-Cadê a Emma? 

-No outro quarto, acho que ela foi tentar falar com o namorado no meu quarto e acho que pegou no sono. 

-Perdeu seu quarto? 

-Mais ou menos. -Responde dando de ombros. 

-Vou te agradecer fazendo um brigadeiro, topa? 

-Nunca comi, só ouvi a fama do doce. 

-Então vai provar hoje. -Ela fita ao redor percebendo que Dexter provavelmente não tem leite condensado. -É, o leite condensado tá no meu apartamento.  

-Eu vou buscar, só me diz onde tá. -Ele responde vendo-a sorrir em agradecimento. 

-No armário ao lado da geladeira. 

-Tá, já volto. 

Ela assentiu vendo-o sair pela porta. Seus olhos varrem o local admirando o bom gosto da mobilia, claro que é mais antiga, porém tão aconchegante. Molly repara algumas fotos na estante do senhor Jones junto à sua esposa. Realmente deve ser dificil viver a vida toda ao lado de alguém, tendo-a como único refugio, e então ela morre. 

A dor deve beirar o insuportável. 

-Eles se amavam demais. -Dexter diz fazendo-a virar-se para fitá-lo. 

-Eu acredito. A foto mostra o sentimento. 

-Eles eram uma referencia pra mim, acho que o mais dificil de perdê-la foi vê-lo sofrer. 

-Sinto muito. 

-Meu avô é um homem forte, muito mais que nós. -Diz com um sorriso orgulhoso, contudo ao mesmo tempo tristonho. 

-Vamos fazer o doce? -Ela questiona, Dex assente. 

Se direcionam até a cozinha, Molly começa a explica passo a passo do preparo e claro que tem toda a atenção do homem ao seu lado que começou a olhá-la de outra forma, com admiração. Ele deixou de se questionar sobre algumas dúvidas que estavam rondando sua mente, como o que estava sentindo, se aquilo era errado? Ou se deveria pensar no término recente do seu relacionamento. 

Decidiu calar as dúvidas, e apenas vivenciar o momento que parecia grande demais se tratando de um simples preparo de um doce. 

***

-Vai, prova. -Molly disse animada, o doce havia esfriado e fora recentemente tirado do congelador. 

-Estou me sentindo pressionado. -Respondeu fazendo-a rir, levou a colher bem recheada até a boca e experimentou. É uma sensação diferente, bem doce, contudo é um gosto diferente de qualquer doce que já provara antes. -Nossa, é muito bom. 

-Sabia que ia gostar! -Ela disse com animação. -Vamos assistir o filme comendo? 

-Claro. 

Sentaram-se no sofá. O filme " um dia" começou e suas atenções estavam totalmente na tela. 

**************

Molly sentiu-se mais quente que o comum, estava com calor. Não lembrava de ter dormido coberta. Quer dizer, onde ela havia dormido? Abriu os olhos encontrando o Dexter deitado ao seu lado no sofá. 

Céus, eles tinham pegado no sono. 

Ela fitou tudo ao seu redor encontrando Emma os fitando de forma estranha. Quase que curiosa. 

-Vocês dormiram juntos? -Ela perguntou aos sussurros à amiga.  

-Não. -Molly respondeu com medo de acordar o homem ao seu lado. -Quer dizer, sim, mas não também. A gente tava assistindo um filme. 

-Ahh. -Somente então Molly pôde reparar no semblante triste da amiga. 

-Você tava chorando? 

-Não. -Tentou desviar o olhar. 

A amiga sabia que Emma provavelmente estava chorando, tinha quase certeza que se tratava de algo relacionado ao namorado ou talvez à irmã. Tentou saltar por cima de Dexter sem que o acordasse, em vão visto que o mesmo se assustou e acabou virando o que resultou na queda dos dois ao chão. 

-Desculpa. -Dexter pediu fitando Molly ao seu lado. 

-Desculpa eu, não queria te acordar. -Dito isso ele se levantou e a auxiliou a se levantar também. 

-Eu vou tomar um banho. -Disse ele se direcionando até seu quarto, que era uma suite. 

-Por que andou chorando?- Molly questiona a amiga assim que constata que Dexter adentrou ao quarto, fechando a porta atrás de si. 

-O Adam, não sei. Ele tá estranho, eu liguei umas mil vezes e ele não atendeu, e nem se deu o trabalho de me mandar uma mensagem pra saber se está tudo bem. 

-As vezes ele tá numa reunião do trabalho... -Emma a interrompeu. 

-Qual reunião dura vinte e quatro horas? 

-O que acha que aconteceu? 

-Algo me diz que ele tá me traindo. Não quero acreditar nisso, mas um sumiço desse não acontece por nada. 

-Acredita mesmo que Adam poderia fazer algo desse tipo? Vocês estão juntos desde o ensino médio. 

-Eu não sei mais de nada. 

-Acho que você não pode tomar uma decisão precipitada, deixa ele aparecer e ouve o que ele tenha a dizer. Enquanto isso que tal prepararmos o café da manhã? 

A amiga assente mesmo que se sinta angustiada pela situação. 

Obsessiva Paixão (Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora