Molly costuma ter algumas manias que seriam consideradas estranhas para boa parte das pessoas, mas frente a Rogério ela não se importou com isso, afinal estava intensamente nervosa.
Entrelaçava e desentrelaçava as mãos quase que freneticamente. Rogério estranhou, porém achou melhor deixá-la extravassar, mesmo que de sua forma. Uma batida na porta fez ambos desviarem o olhar para a mesma.
A tensão pairou sobre eles, o coração de Molly acelerou ainda mais, realmente nunca estivera tão assustada.
-Fica aqui. -Disse o rapaz que se levantou e caminhou até a porta e a abriu. Seu ombros relaxaram ao ver Emma e Adam parados juntos frente a porta. -Oi, que bom que chegaram.
-O que aconteceu? -A loira perguntou parecendo assustada, temeu pela vida da amiga. Por sua própria vida. Adam a aulixiou durante o caminho a compreender que não era culpada por tê-la deixado só, ninguém poderia prever que algo do tipo aconteceria.
-Eu não sei. Eu saí para correr e quando voltei tudo estava revirado.
-Roubaram algo? -Adam questionou, seu jeito meticuloso ainda permanecia, mesmo que estivesse também nervoso, ele quase nunca expressava o que sentia, aquilo irritava um pouco à Emma.
-Não, pelo menos não que eu tenha percebido. Não cheguei a entrar, mas a televisão, rádio... Tudo tava ali. Qual ladrão entra num apartamento e não rouba a televisão de última geração? -Molly questiona.
-Tem razão. -Emma pondera.-Obrigada Rogério por se dispuser.
-Imagina, conheço vocês desde que se mudaram, quase somos amigos. -Ele diz com um sorriso amigável.
-Vocês podem ficar em casa por um tempo, o que acham? -Adam propôs, a loira direcionou o olhar a amiga que afirmou sem pensar duas vezes. -Ótimo, vamos ao apartamento e vocês pegam o que for necessário, pode ser? -Por mais nervosa que estivessem elas assentiram, sentiam-se mais seguras por não estarem sós, afinal eram quatro e isso parecia um bom número.
Rogério os acompanhou até o apartamento delas, como imaginara tudo estava revirado. Gavetas abertas, papéis espalhados por todos os lados, contudo nada roubado. Aquilo fez com que Molly temesse ainda mais, será que seria algum inimigo de seu pai? Quando se é filha de um ex agende do FBI não se pode descartar uma hipóteses dessa, ainda mais visto a fama dele.
Tentou não pensar muito a respeito, limitou-se em arrumar uma mala improvisada e sair logo dali.
Após tudo arrumado deixaram o apartamento, desceram pelo elevador. Finalmente Molly conseguia sentir o tremor de suas mãos começarem a diminuir, e sua respiração ofegante diminuir seu ritmo. Graças á Deus não estava em casa, não saberia o que teria acontecido.
Assim que chegaram ao hall de entrada de seu prédio e caminhavam em direção à saída Molly se distraiu com suas malas e mal pôde evitar colidir com o alto homem a sua frente que rapidamente a amparou. Ela levantou os olhos envergonhados, contudo a vergonha deu lugar a surpresa ao reconhecer a feição de Émerson.
-Doutor, o que faz aqui? -Perguntou se desvinculando de seus braços.
-Eu vim ver como você estava. -Ele respondeu parecendo arrependido, provavelmente estava.
-Achei que tivesse dito que iria ter compromisso. -Disse um tanto na defensiva, o que resultou em um sorriso sem graça da parte dele.
-Imaginei que seria a noite. Eu só queria ver se estava bem. Vai viajar?
-É, quase isso. Mas eu volto para o plantão. -Responde parecendo um pouco mais discontraída do que antes. Ele assentiu, não sabia ao certo o que dizer, perto dela ele mais parecia um adolescente. Pelo menos se sentia dessa forma.
-Bem, estou indo, mas se precisar de qualquer coisa, estou aqui. -Diz antes de depositar um beijo na bochecha dela.
-Ahn, claro. Obrigada.
Após, Émerson saiu pelo hall que logo depois os três sairam. Aquilo havia sido um pouco estranho, pelo menos Emma achara, porém não comentou.
-Estão com fome? -Adam perguntou já dentro do carro.
-Na verdade sim, faz um tempo que cheguei da corrida e nem almocei. -Respondeu Molly do banco de trás.
-E você, amor? -Dirigiu-se a loira.
-Estou, mas a gente pode passar em algo rápido?
-Claro. O que vocês quiserem. -Ele respondeu sorrindo para a amada ao lado.
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O apartamento de Adam era maior do que o delas, parecia com um apartamento de solteiro, contudo um solteiro elegante, pelo menos era assim que ele gostava de pensar.
Eles se instalaram deixando suas coisas nos quartos de visita e logo direcionaram-se a cozinha e almoçaram um hambúrguer, algo rotineiro para eles. Depois da refeição Molly dirigiu-se ao banheiro social para uma ducha, afinal com tudo mal conseguira se acalmar quem dira tomar banho.
Quando adentrou ao box, já despida, se permitiu desabar. Sentiu-se como quando criança e não por uma e nem duas, mas várias vezes, alguns daqueles que juravam seu pai de morte deixavam alguns 'recados' em seus quintais. Tudo bem que isso ocorria quando a segurança falhava de alguma forma, contudo isso resultou no tempo em que eles viveram a base da proteção a testemunha. Porém, nada parecido com isso havia acontecido desde que se mudara para Nova York, tudo parecia comum, afinal ninguém sabia de quem era filha, e não havia nenhuma perseguição sem sentido. Eram apenas duas jovens morando juntas, até agora.
Na sala Emma estava sentada junto ao namorado no sofá, ela parecia mais tensa do que o normal, já ele não era possível saber, talvez estivesse, talvez não.
-Amor, não acha que poderia ter sido ele, certo? -Perguntou a loira apenas por desencargo de sua consciência que já estava pesada demais por ter deixado a amiga só.
-Sinceramente? -O homem a sua frente com o cenho franzido questionou. Emma assentiu.-Espero que não. Não sei do que ele seria capaz, me preocupo com ela e também com você.
-Acho que pode ser coincidência. -Emma diz, mais para si do que para ele.
-Esperemos que sim. -Adam responde a puxando para si.
-Eu só não quero que ela sofra. Não de novo, sabe foi tudo muito intenso, e foi horrível ver tudo o que aconteceu, não quero que se repita. -Ela disse sentindo-se um tanto angustiada.
-Eu também não. Não acho que ela mereça, vamos tentar manter a calma, e confiar, tá bom? -Ela assente o apertando mais no abraço.
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Obsessiva Paixão (Pausado)
RomancePlágio é crime!!!!! Obra registrada!!! D E G U S T A Ç Ã O Ela desejava esquecer seu passado. Ele nunca a esqueceu. Ela desejava nunca se lembrar dele. Ele ansiava pelo reencontro... Dois lados de uma mesma lembrança que está encoberta pelo tempo.