Ray estava sentado à mesa, folheando freneticamente os apontamentos, com uma expressão que misturava ansiedade e desespero. Seus olhos passavam pelas folhas da prova, mas parecia que a cabeça dele tava em outro lugar, perdida num labirinto de pensamentos. Cada linha que ele lia não ficava na cabeça, como se estivesse tentando pegar algo que escorregava entre os dedos.
O ambiente estava tenso, o tic-tac do relógio na parede ecoava como uma contagem regressiva sem parar. Ray, que normalmente era super pontual e focado, agora tava atrasado e visivelmente perturbado. O cabelo dele, bagunçado, e os gestos nervosos só mostravam o quanto ele tava agitado.
— Ray, você não estudou pra prova? — me aproximei dele e sussurrei.
— Estudei, mas não tô conseguindo me concentrar. — Ele respondeu, com um tom de desespero, quase arrancando os cabelos.
Eu vi aquele olhar de urgência e resolvi agir de um jeito meio impulsivo. Peguei um pedaço de papel e comecei a escrever as respostas pra ele. Uma atitude impensada, mas que, naquele momento, parecia a única opção.
— Olha, vou te passar as respostas só dessa vez. — sussurrei, enquanto escrevia.
— Valeu, cara. — Ray me olhou com uma mistura de surpresa e gratidão. O olhar dele, antes cheio de preocupação, parecia mais aliviado por um segundo. Mas ainda tinha uma tensão no ar, como se algo mais pesado estivesse acontecendo por trás das aparências.
Eu senti uma vibe estranha vindo do Ray, como se fosse um presságio, algo meio sinistro. Os olhos dele, estavam agora refletindo uma preocupação que eu não conseguia ignorar. Tava claro que ele estava vulnerável, mas não dizia o que estava acontecendo.
A gente tava indo pra quadra e eu percebi que os passos do Ray estavam mais pesados do que o normal, como se o peso que ele carregava fosse demais. Mesmo assim, eu não tive coragem de perguntar, porque sabia que ele não era de dividir o que tava sentindo.
Quando chegamos na quadra, o barulho dos seres foi diminuindo aos poucos e o lugar ficou mais silencioso. A bola medidora, lá perto do diretor, tão imponente, pronta pra avaliar os poderes de todos os alunos. O Ray ia ser um dos primeiros a encarar o teste, o que só aumentava a pressão.
Enquanto esperávamos a nossa vez, eu olhava pra cara dos outros alunos. Uns estavam claramente nervosos, outros, mais na confiança, só esperando pra não tremer. Aquela parada de medir os poderes era o evento do ano e o resultado mexia diretamente no status de cada um naquela hierarquia mágica da escola.
As luzes, estavam fortes, iluminando a quadra, e dava pra ver a ansiedade no rosto do Ray. Tava óbvio que ele não estava no seu melhor. No meio de toda aquela tensão, eu só esperava que ele conseguisse superar as dificuldades que tava passando, me preparando pro que seria um dia decisivo pra todo mundo.
— Ray! — chamei ele, tentando chamar atenção. — Mano, não sei o que tá acontecendo, mas você precisa relaxar.
— Aidan, não dá, cara, não dá pra ficar de boa com tudo acontecendo.
— Tem que dar.
— Não dá. — Seus olhos, gritavam em desespero.
— Que droga, não acredito. Vou ter que fazer isso. — Ray ficou me olhando, e eu decidi levantar pra falar com alguém que podia ajudar a acalmar ele, e que, pelo menos por enquanto, não tava de mal comigo.
— Ei, Mia. — sussurrei, cutucando o ombro dela suavemente.
— Que susto! — Ela deu um pulo do banco, virando-se pra mim com aquele sorrisinho simpático. — Oi, Aidan. — O que você precisa? — perguntou ela, ignorando completamente a presença do Lian do lado.
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Elementares: O Mistério Do Diário
FantasyEm um universo vibrante onde magia e elementos coexistem, um grupo destemido de adolescentes elementares enfrenta desafios épicos para evitar a iminente catástrofe que ameaça consumir seu mundo. Dotados de habilidades mágicas ligadas à natureza, ess...