O contador de casos

Deixar ir

    Um homem ouviu de longe o canto da Rouxinol, levantou-se apressado e saiu. De onde vem tal melodia?- se questionava ansioso - entrou floresta a dentro, passo a passo o canto que ouvia o hipnotizava como uma sereia a um marujo.
    De repente, dentre os galhos o belo pássaro mostra suas suntuosas penas e cantando a pleno vigor - como um tenor para sua plateia, mas logo parou de entoar a bela sinfonia; o homem apaixonado , queria para si, precisava tê-lo, ouvi-lo quando quisesse, tocar suas penas, sentir seu sua respiração.
       Voltou apressado para a casa, pegou um alçapão e partiu para onde o lindo pássaro estava, colocou frutas, das mais vistosas, faminto o bichano logo comeu; bobo,mal sabia que ali estava sua prisão. Ao fechar o alçapão o homem comemora:
- está aqui a vitória, meu amor, razão da minha felicidade, agora és meu e só meu.
       Mas o tempo passou e triste nem mais um pio o rouxinol cantou e suas penas caiam aos montes. Estava doente, mandou, o homem, chamar o doutor de animais e ele lhe disse:
- Esse não tem dono, você não pode tê-lo é preciso soltar.
       O homem entrou em desespero e pensou: quem é esse doutor razão? Pensa que é melhor que eu o coração?não sabe de nada.
      Mas olhou de lado e viu o olhar amuado do pássaro que tanto amava. Então, sucumbiu a razão e as lágrimas se entregou, enquanto abria a gaiola do Belo passarinho que voo , voo e voo.