o livro

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O início de mais um ano letivo na Escola Estadual Machado de Assis trazia consigo a promessa de novas descobertas e amizades. As aulas já começavam a tomar ritmo, e entre os corredores agitados, Aline, uma garota de cabelos cacheados e olhos que pareciam sempre buscar o próximo mistério, estava cheia de expectativa. Ansiosa por aprender algo diferente, mal conseguia conter sua energia enquanto esperava o sinal tocar no pátio.

Foi ali, naquele ambiente de risos e conversas, que Aline conheceu Jonathan e Camila. Jonathan, com sua altura imponente e um sorriso contagiante, era o tipo de pessoa que parecia fazer piada até com as nuvens no céu. Já Camila, mais quieta e reservada, observava tudo ao seu redor com olhos atentos, mas logo encontrou no trio uma afinidade natural.

A amizade entre eles floresceu como fogo em palha seca. As risadas compartilhadas nos intervalos, as brincadeiras, as figurinhas trocadas – em poucos dias, já eram inseparáveis. Porém, foi durante uma aula de História que algo realmente extraordinário começou a tomar forma.

O professor Dygory, um homem de aparência misteriosa, com barba rala e uma voz grave que ecoava pela sala, entrou com o semblante sempre sério e uma aura enigmática que ninguém conseguia ignorar. Ele anunciou que o tema das próximas aulas seria nada menos que as civilizações antigas. A turma soltou murmúrios de tédio – exceto Aline, que parecia brilhar à menção do passado.

“Hoje vamos explorar os Maias,” disse o professor, erguendo um livro grosso, coberto de poeira e com capa desgastada, como se tivesse atravessado séculos para estar ali. “Este volume contém mitos e contos dessa civilização fascinante. Quero que vocês leiam alguns trechos e discutam em grupo.”

Quando a sala se dividiu em grupos, Aline, Jonathan e Camila rapidamente se uniram. O livro, intitulado "Mistérios dos Maias", capturou a atenção dos três imediatamente. As páginas contavam sobre deuses poderosos, cidades perdidas e rituais enigmáticos. Mas foi um conto específico que acendeu uma faísca especial no grupo: falava de uma cidade oculta, lar dos maiores segredos da civilização maia.

“Isso é incrível!” exclamou Aline, seus olhos brilhando de curiosidade incontida. “Será que essa cidade realmente existiu?”

Jonathan, com um sorriso de quem adorava desafios, deu de ombros, mas claramente estava tão fascinado quanto Aline. “Se existiu ou não, seria uma aventura e tanto descobrir.”

Camila, sempre mais prática, ponderou por um instante. “Talvez devêssemos perguntar ao professor Dygory sobre isso. Ele parece saber mais do que diz.”

No dia seguinte, a inquietação dos três crescia. Durante o intervalo, reuniram-se novamente, e Jonathan, sempre o entusiasta, já tinha sugerido que buscassem pistas na internet sobre os mistérios maias.

“Vamos falar com o professor”, insistiu Camila, sempre pé no chão. “Ele pode ter informações que não encontramos em qualquer lugar.”

E assim, aguardaram ansiosamente a próxima aula de História. Quando o sinal finalmente ecoou pelos corredores, correram até a mesa do professor, que organizava seus materiais com calma calculada.

“Professor, podemos fazer uma pergunta?” começou Aline, seus olhos carregados de uma curiosidade que transbordava.

Dygory levantou os olhos, intrigado, e fez um gesto para que prosseguissem.

“Sobre aquela cidade perdida que o senhor mencionou”, Jonathan se adiantou, empolgado. “Ela realmente existiu? O senhor sabe algo mais?”

Por um instante, o professor ficou em silêncio, como se ponderasse até onde deveria ir. Seus olhos, porém, brilharam com um mistério guardado. Então, um leve sorriso surgiu no canto de sua boca.

“A história dos Maias é repleta de segredos”, começou ele, sua voz baixa, quase conspiratória. “Muitas cidades perdidas já foram encontradas... mas a que vocês mencionam, essa é diferente. Poucos sabem sobre ela, e menos ainda ousam procurar. Dizem que aqueles que a descobrem... encontram segredos além da imaginação.”

Os três amigos se entre olharam, seus corações batendo rápido, movidos por uma mistura de medo e excitação. Dygory se inclinou levemente para frente, baixando ainda mais o tom.

“Se realmente quiserem saber mais, posso lhes fornecer alguns textos que não estão nos livros comuns. Mas lembrem-se, o conhecimento pode ser tanto uma bênção quanto uma maldição.”

Com as mentes fervilhando de ideias e um novo propósito traçado, o trio saiu da sala. O mistério daquela cidade perdida agora dominava seus pensamentos. Eles não sabiam, mas essa curiosidade os guiaria para uma aventura muito maior e mais perigosa do que jamais poderiam ter imaginado.

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