burning rules • c.t.h

14 • damn burgunds-colored tight dress

21 de setembro de 2019

Calum Thomas Hood

   

– Eu continuo achando que falta alguma coisa nesse refrão – Ashton disse, levando o dedo indicador até seu queixo, como sinônimo de dúvida.

– O baixo precisa ser mais evidente – Michael pontuou. – Em toda a música.

– Acho que sim – Ashton concordou e ambos me encararam. Rolei os olhos, inevitavelmente. Eu tinha odiado o riff de baixo que havia feito para "Not In The Same Way", mas eles insistiram que estava bom e por algum motivo, no dia da escolha, eu só decidi não contestar e aceitar. – Você revirar os olhos não vai fazer o baixo se refazer – passou por mim e me jogou uma garrafa de água.

– Se prepara, Cal. Vamos regravar – Bryan anunciou, me fazendo suspirar.

Duas horas depois o riff estava refeito e regravado, deixando a música mil vezes melhor. E ainda há quem negue a potência de um baixo em uma música...

Deitei-me na mesma poltrona de antes, exausto e checando o horário em meu celular. Era quase duas horas da tarde e nem sequer havíamos almoçado. Os caras realmente estavam pegando pesado naquele lance de quarto álbum. O horário do celular apontou treze horas e quarenta e oito minutos e no mesmo instante uma notificação de mensagem da Skyla tomou conta da tela.

"Onde você está? Espero que não tenha se esquecido da prova de trajes do casamento!"

Droga.

Eu havia me esquecido da prova de trajes do casamento.

Dei um pulo na poltrona, abrindo a conversa com Skye, indo diretamente para a aba de mídias e abrindo a imagem onde havia a solicitação de prova de trajes. O horário marcava às quatorze horas em ponto.

Eu estava bem fodido, contando que a prova de trajes seria pelo menos há uns vinte minutos dali de carro. E além de tudo, estava morto de fome e daria qualquer coisa por um almoço caprichado naquele momento.

Não tive muito tempo de pensar, sendo que no mesmo instante Skyla começou a me ligar. Levantei rápido, gesticulando para os rapazes e avisando que eu estava indo embora. Atendi e levei o telefone ao ouvido.

– Calum, onde você tá? – Skye parecia meio atordoada.

– Estou a caminho – respondi, acionando a chave da Range para que a mesma abrisse.

– A caminho aonde? – insistiu.

– Chego em vinte minutos – não menti. Eu voaria no trânsito, mas não daria vazão para muito atraso.

– Porra, Calum. Eu te avisei que você não podia se atrasar! – bufou na ligação. – Que droga, você não pode uma vez ao menos levar a sério esse acordo quando ele é tendencioso pro meu lado?

– Me desculpa, Skye. Eu precisei regravar toda uma música hoje. Mas prometo que chego aí o mais rápido possível – não insisti em provocações, uma vez que estava com a cabeça cheia. Honestamente, só queria cumprir aquela obrigação logo e ir para minha casa, comer e descansar.

– Tá bem – suspirou. – Me avisa quando chegar.

– Aviso, babe – podia vê-la revirando os olhos depois de ouvir sua risadinha.

Segui pelo trânsito, agradecendo os sinais que estavam abertos, possibilitando que eu chegasse ao destino em cerca de dezessete minutos, exatamente às quatorze horas e cinco minutos. Mandei uma mensagem para a Skye assim que estacionei em frente àquela construção antiga. O lugar parecia muito sofisticado, com grandes pilares brancos e uma vitrine impecável, cheia de vestidos de noiva e de festa que deveriam custar caro.