Ela precisava de dinheiro. Ele precisava de uma namorada. Após uma batida de carro, Skyla Wood recebe uma proposta irrecusável. Se passar por namorada de um cara famoso em troca da quitação de todas as suas dívidas não parecia ser uma ideia ruim. Ca...
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"It's just the curve upon the lips, the hips Just the satisfaction of the twist, the twist Nothing the matter with a kiss, a kiss" (a kiss — the driver era)
28 de setembro de 2019
Skyla Valentine Wood
O táxi buzinou na frente da casa de Calum exatamente às dez horas da manhã. Eu estava nervosa, não iria negar. Era a primeira vez que daríamos um passo além, a primeira vez que eu ficaria longe da minha rotina e das coisas que me traziam conforto. Tudo aquilo em nome de um contrato maluco que eu e um cara famoso fizemos.
Minha mala não continha muita coisa, apenas o essencial para passar um final de semana em um hotel na beira da praia, em Los Cabos, no México. Pensar no México me fazia lembrar do meu pai, já que meus bisavós de sua parte eram naturais do México e meu pai sempre me contou das vezes que ia visitá-los quando era criança. Claro que eles moravam em uma região completamente oposta à qual eu estava indo passar o final de semana, mas ainda assim, pensar no México me fazia pensar na parte da minha família que eu já não tinha mais tanto contato.
Meu pai havia me telefonado no dia do meu aniversário, mas deu uma desculpa que precisava fazer algum bico e não pôde me dar um abraço. Meu avô de sua parte, o senhor Jackson Wood, já faleceu há um bom tempo. Ele morreu jovem, perto dos sessenta anos. Infelizmente meu pai herdou sua habilidade, se é que posso chamar assim, de destruir seu fígado aos poucos, e meu avô não aguentou por muito tempo. Dona Rosa, minha avó, morava na casa da minha tia. Ela já era uma senhora de idade e precisava de auxílio e companhia, então depois que todos os seus sete filhos se casaram, ela foi morar com a minha tia Hanna, sua filha mais velha e que também era viúva. Era irônico pensar que meu pai tinha uma família tão grande, mas que atualmente estava tão sozinho.
– Vamos? – Calum despertou minha atenção, esfregando a palma das mãos. Encarei o moreno ao meu lado, com seus cabelos naquele momento não tão azuis como antes, pois já haviam crescido um pouco desde o dia em que ouvimos Radiohead juntos. Ele estava animado, então sorri, deixando para lá os pensamentos depreciativos sobre a minha família.
– Vamos! – vibrei, pegando minha mala e seguindo para fora da "quase-mansão" de Hood.
O caminho até o aeroporto foi tranquilo, mas eu não podia evitar as borboletas que dançavam lambada no meu estômago. O dia estava lindo em Los Angeles, me fazendo questionar como estaria em Los Cabos quando chegássemos naquele paraíso. Eram grandes emoções, mas apesar de tudo, estava buscando ver aquilo tudo de uma forma positiva. Pelo menos eu tive que tirar férias forçadas, já que eu nunca me permitia ficar alguns dias afastada do antiquário. Então o que eu tinha de melhor para fazer naquele momento era aproveitar.
