Segunda Chance

Chegada

Já havia chegado no limite que poderiam adiar essa reunião, Asta e Yuno iriam para a capital real no dia seguinte, por isso tanto o Padre Orsi quanto a Irmã Lily estavam sentados na frente do sábio Drouot.

– Então vocês estão aqui por estarem preocupados com os garotos. – Comentou o mestre da torre dos grimórios.

– Nós não estamos preocupados com o Yuno, nós sabemos que ele consegue se proteger. – Começou a freira. – O problema é o Asta.

– Ele não tem nada além de uma super foça para se apoiar. – Falou o padre para o sábio da torre, em outras circunstâncias ele daria mil e uma desculpas para tentar manter eles por perto, mas esse era um caso especial, afinal o grisalho sofreu um ataque misterioso na infância e ninguém, além do grisalho, superou o trauma do caso. – E se ele morrer dessa vez?

– Vocês não precisam se preocupar com isso. – Falou misteriosamente Drouot bebendo seu chá.

Fazia um pouco mais de uma hora que a cerimônia havia terminado quando o ancião ouviu um barulho de correntes do lado de fora da torre dos grimórios, ele ouviu a discussão que Yuno teve com o ex-cavaleiro mágico. Ele estava prestes a intervir quando notou um movimento estranho em um canto que o fez hesitar, era Asta se esgueirando à espera de uma oportunidade que logo chegou, com uma corrida ele recuperou o grimório de trevo de quatro folhas.

A luta durou pouco tempo, sinceramente nem dava para chamar aquilo de luta, estava mais para um massacre unilateral, logo depois que o mago patife foi nocauteado os dois jovens começaram uma conversa que o sábio não conseguiu ouvir, ele estava prestes a chamar os cavaleiros mágicos para recolher o criminoso quando ele notou o moreno se afastando do grisalho e indo embora, depois de alguns minutos vigiando ele notou mana em Asta enquanto ele se agachava perto do mago desmaiado, porém o que mais surpreendeu o guardião da torre foi ver o pequeno queimar o grimório do ex-cavaleiro antes de desaparecer em uma poça de sombras com o criminoso em seu ombro.

– Asta é completamente capaz de se proteger sozinho. – Falou Drouot para os convidados enquanto bebia seu chá, ele nunca contou para ninguém o que viu naquele dia, ele não sabia o motivo para Asta esconder suas habilidades mas confiava nele o suficiente para não interferir em qualquer plano que ele tivesse. – Além do mais o Yuno vai estar com ele. – Completou o ancião quando ele notou que a desculpa não tinha funcionado em seus convidados.

– Isso mesmo. O Yuno vai estar Acompanhando o Asta por todo o tempo. – Concordou a freira abrindo um grande sorriso. – Além do mais não tem garantia nenhuma que ele vai ser aprovado.

– Verdade. – Concordou o padre com um sorriso tão grande quanto o da Irmã. – Assim que ele for reprovado e voltar nós vamos receber ele de braços abertos.

– Melhor esperar sentado. – Comentou Drouot sendo completamente ignorado pelos dois, e assim a conversa seguiu de forma banal até a hora de voltarem para a igreja.

E assim um novo dia chegou e era hora deles partirem para a Capital Real para o teste de entrada nos cavaleiros mágicos, a despedida foi igual a da primeira vez que partiram, porém diferente da primeira vez Asta e Yuno não competiram entre si, em vez disso eles foram conversando banalidades.

Após alguns dias de viagem agradável conversando e brincando entre si eles finalmente já podiam ver a Capital Real, mesmo não parecendo Yuno estava maravilhado com a cena enquanto Asta só conseguia sentir nostalgia em cima daquele morro, seguindo novamente para o exame de admissão para os cavaleiros mágicos.

Após algumas horas de caminhada os dois jovens estavam finalmente na capital, enquanto Yuno estava absorvendo cada detalhe da cidade com sua visão periférica e um semblante neutro, já Asta estava preocupado em interagir com seu antigo capitão por causa de sua leitura de ki, mas se acalmou pela capacidade de superá-lo ao lembrar de tudo que aprendeu na Terra do Sol antes da guerra contra os demônios se intensificar, mas isso é assunto para outra hora.

– Ei, Yuno. – Asta chamou a atenção de seu companheiro de viagem. – Eu ouvi alguém falando que o teste final é uma luta um contra um. – Falou baixinho para só o moreno ouvir. – Que tal lutarmos para vermos o quanto melhoramos com os treinamentos e servir como medida para quando formos para nossos esquadrões? – Perguntou o grisalho com um deslumbrante sorriso. – Além do mais quem, além de mim, poderia te ajudar a mostrar todas as suas habilidades para os capitães?

– Uma luta entre nós dois? – Perguntou Yuno para ter certeza que não ouviu errado a proposta do menor, recebendo um aceno de confirmação. – Parece divertido, eu topo. – Falou ele abrindo um discreto sorriso. – Mas não pense que eu não vou com tudo.

– Ótimo, pois eu também não pretendo... – Começou o Silvamillion mas foi interrompido.

– Ei, vocês dois, jovens. – Chamou uma senhora no canto da estrada olhando para os dois viajantes da Terra Esquecida. – O casal gostaria de um espetinho de cobra roxa que eu peguei logo ali? – Perguntou o Rei Mago disfarçado de Chronobara.

– N­_não somos um casal. – Falou Yuno levemente corado pela insinuação da anciã.

– Parecem deliciosos, mas melhor deixar para depois do teste. – Falou Asta com seu sorriso radiante, afinal não só ele já sabia quem era essa idosa como também adorava esses espetinhos.

– Claro! – Respondeu a vendedora abrindo um sorriso tão gentil quanto o do garoto na sua frente. – Deixarei um guardado especialmente para você quando o exame acabar, jovenzinho encantador.

Se despedindo da senhora "desconhecida" e sua barraca os dois jovens partiram para a área de inscrição para o exame, quando estavam mais afastados uma tela translúcida apareceu para a senhora se revelando ser Marx, mais uma vez reclamando pelo Rei Mago abandonar seus afazeres porém Julius estava surpreendentemente feliz com a surpresa de reencontrar os jovens de anos atrás quando estava envolvido em um caso entre ele, Nacht, o Reino Esquecido e problemas com suas magias, parecia um sinal dos céus para continuar a investigação agora sendo oficialmente o Rei Mago.

Igual foi da primeira vez a fila estava longa, quando chegou a vez de Yuno foi, novamente, uma algazarra por ser o lendário grimório de trevo de quatro folhas, Asta estava feliz com isso já que seu grimório de trevo de cinco folhas passou despercebido novamente, igual na primeira vez. O grisalho estava mais uma vez dando um passo importante para sua guerra contra os demônios, tudo que ele precisava fazer era não tropeçar em seu plano, porém isso foi impossível, já que, novamente, ele acabou trombando justo com o capitão dos Touros Negros na área dos examinados enquanto estava perdido procurando o banheiro.