Planejamento

1.3K 122 4
                                    

Olhando atentamente para seus braços Asta chegou a uma conclusão: se um cavaleiro mágico, principalmente um com conhecimento sobre o assunto, visse as marcas então ele estaria encrencado. Após alguns minutos de procura Asta finalmente achou dois pequenos rolos de bandagens, ele os colocou no bolso e saiu da casa e foi direto para o telhado, onde teria uma visão melhor dos arredores, o grisalho usou seu "ki" para ter certeza que ninguém o observava, depois de fazer a checagem Asta se sentou em posição de meditação e estendeu seus braços imitando um robô (não que ele soubesse o que é um robô)(Ilda 2.0), se concentrou na energia magica que ligava suas nove marcas de contrato aos seus devidos pares, não tardou muito para ter uma resposta, cinco pequenas esferas de fumaça negra surgiram, cada uma ligada a um de seus "braceletes", da contra-palma direita brotou uma pequena rosa amarela, da palma direita surgiu uma bola de fogo que ficou flutuando a poucos centímetros da pele, ao lado da bola de fogo apareceu um pequeno tornado saindo da palma esquerda, já na contra-palma pairava uma singela bolha d'água.

– Oi pessoal. – Disse o pequeno. – Como estão se sentindo?
– Podia estar melhor. – Respondeu Gimodero.
– Ele está mentindo pra não te preocupar, Asta. – Desmentiu Undine. – Estamos todos esgotados, não sabemos nem onde estamos e o seu irmão parece prestes a entrar em colapso.
– Liebe fala comigo. – Pediu Asta, incapaz de esconder a preocupação em sua voz. – O que está acontecendo?
– Esse lugar... – Respondeu o demônio de maneira pausada. – Eu prometi a mim mesmo que nunca mais voltaria pra cá!
– Ainda bem! Já sei onde vocês estão – Exclamou aliviado. – Vocês estão em um subespaço dimensional dentro do grimório de trevo de cinco folhas.
– Então nos tire daqui por favor. – Dessa vez foi Plumede quem falou.
– Infelizmente não posso. – Falou o grisalho. – Pelo visto ainda não notaram, não é?
– Notamos o que? – Perguntou Slotos.
– Você não está com o grimório, não é? – Perguntou Walgner. – Afinal se tivesse já teria nos tirado daqui de dentro. – Completou ele ao notar o silêncio de todos.
– É um pouco mais complicado do que isso. – Falou Asta tentando passar confiança para todos e falhando miseravelmente.
– Fala logo Bakasta! – Exclamou Bell. – E fala direito que essa vozinha infantil que você está fazendo está me irritando.
– Sylph, querida, não pressione ele – Dessa vez foi Dryad que se pronunciou, ela esteve quieta pois tinha um mau pressentimento sobre o que lhes aguardava essa conversa com o mago da anti-magia. – Algo me diz que não vamos gostar da resposta dele.
– Desembucha otouto (*irmão mais novo) – Disse Liebe, começando a ficar preocupado. – Acha mesmo que não aguentamos a verdade, baka?

Asta respirou fundo, sabia o que tinha que falar, mas não sabia nem por onde começar, depois de muito pensar ele decidiu que a melhor forma era lançar a bomba direto e depois remediar a explosão, respirou fundo novamente para tomar coragem e então falou.

– Viajamos no tempo. – Disse ele. – Dez anos para ser exato. – Continuou ele ao notar o silêncio dos demais. – Fazem menos de 24 horas que chegamos e atualmente eu tenho apenas sete anos com minha força original que tinha aos dezessete.
– Eu disse que não íamos gostar da resposta. – Falou Dryad, foi a única resposta que Asta recebeu por parte deles.
– Semana que vem tem a cerimônia de aceitação do grimório. – Disse o grisalho tentando conseguir a atenção de todos. – Pelos meus cálculos tem uma pequena chance de ganhar meu grimório nesse dia. Acho que uma chance em cinco de dar certo.
– Asta, ouça bem o que eu vou falar. – Undine se pronunciou, fazendo a pequena bolha d'água vibrar. – Nossa força física e mental estão no limite, porém nossa mana já está totalmente recuperada, assim como a anti-magia do Liebe. – Falou o espirito da água, assustando Asta. – Pra nos recuperarmos direito nós vamos entrar em um estado de hibernação. Nesse período indefinido de tempo você terá acesso TOTAL aos nossos poderes.
– isso também inclui as formas de mergulho espiritual. – Falou Salamandra. O espírito do fogo era o único que não usava sua forma humanoide, preferindo a forma de um dragão. Sua forma humanoide é de um homem de vinte anos com calças estilo árabe (lê-se cosplay de Aladdin) e descalço, sem camisa, pele bronzeada, corpo musculoso sem ser exagerado, barba por fazer (estilo Yami), olhos castanho claro, cabelos longos do mais intenso tom de ruivo e desgrenhados (igual Mereleona Vermillion), nos raros casos em que fica irritado enquanto está em sua forma humanoide seu cabelo se levanta (estilo Kushina) pegando fogo. Seria um humano normal se não fosse pela cauda de dragão, um belo par de asas com membrana e um pequeno par de chifres, todos em tom vermelho com uma chama na ponta da cauda (sim, tipo charizard).
– Também terá as formas de união demoníaca para te ajudar. – Falou Slotos.
– Graças ao contrato você vai ter acesso a anti-magia. – Falou Liebe de maneira mais calma. – Porém como nenhum de nós dois sabemos como lançar ela seria melhor andar com alguma coisa e revestir ela de anti-magia.
– Tipo a Excalibur? – Perguntou Asta de maneira brincalhona.
– Sim Asta. – Falou em um suspiro. – Tipo a Excalibur.
– O que é essa Excalibur? – Perguntou Bell não conseguindo segurar a curiosidade que os oito tinham.
– Uma semana antes de vocês se juntarem a nós, eu e esse idiota lutamos contra um demônio que podia controlar espadas de qualquer tipo. – Liebe começou a narrar. – Não queríamos perder as espadas então decidimos usar outra coisa. Asta teria ido pra cima dele sem pensar duas vezes se eu não o tivesse parado. – Continuou o demônio. – Aquele cara já tinha algumas espadas em sua posse e bater de frente desarmado era suicídio. Esse nanico viu um pequeno galho com uma grossura razoável e teve a brilhante ideia. – Falou ele de modo sarcástico. – Por que não usar ele como um condutor de anti-magia e lutar contra ESPADAS AFIADAS com um GRAVETO QUALQUER que acabou de achar jogado NO CHÃO! – Exclamou Liebe claramente irritado com a ideia.
– E o que aconteceu? – Gimodero finalmente se pronunciou novamente.
– Milagrosamente o galho resistiu aos ataques das espadas e ainda usamos ele para nocautear o demônio, parece que espadas de madeira era o único ponto fraco da sua magia, enquanto ele estava inconsciente nós perfuramos o coração dele com uma das espadas do grimório. Desde então esse baka chama aquele galho de Excalibur. – Concluiu o demônio.
– E cadê esse tal bastão super poderoso? – Perguntou Dryad.
– Ele me irritou tanto naquela semana que eu joguei ele na fogueira. – Falou Liebe de maneira tão natural quanto dizer que foi na casa do vizinho pegar uma xícara de açúcar. – A mesma fogueira de onde Salamandra surgiu naquele dia, por sinal, com uma diferença de dois minutos. – Completou ele.
– Estamos fugindo do assunto e nosso tempo está acabando. – Falou Undine.
– Confiamos que você vai usar nossos poderes da maneira certa enquanto estivermos hibernando. – Falou Salamandra.
– Qual o plano? – Perguntou Plumede.
– Primeiro eu vou esconder as marcas dos contratos, afinal eu posso me encrencar se descobrirem. – Disse o pequeno calmamente. – Então vou usar meu conhecimento do futuro ao meu favor, além de estudar os livros da nossa mãe.
– Espera aí! – Exclamou Liebe. – Explica essa história direito. – Exigiu ele.
– No momento eu estou em cima da chaminé da cabana da Lucita, a nossa mãe. – Disse Asta. – Eu vou impedir que Patolli cause um massacre de humanos. Eu vou contar a verdade do que aconteceu quinhentos anos atrás e vou eu mesmo pegar as pedras mágicas para a ressurreição dos elfos. – Explicou Asta, deixando todos preocupados. – Farei Patolli mandar a Sally fazer corpos artificiais para os elfos reencarnarem de maneira apropriada com a magia do Rades depois de terem possuído os humanos, e então mandarei todos para Elysia, eles serão uma força necessária para quando Qliphoth abrir de novo. – Complementou o grisalho. – Como foi a magia de Zarkron que nos trouxe aqui então temos que presumir que ele também voltou e está esperando que mudemos a linha do tempo. Ele deve ser o primeiro a morrer depois de Zagred, e só então iremos repetir nossas vinganças. – Completou ele.
– Esse plano é surpreendentemente... – Bell procurava a palavra certa para descrever o que pensava e falhando miseravelmente.
– Funcional a ponto de nem parecer que foi você que bolou ele. – Liebe completou a frase do espírito do vento aproveitando para alfinetar seu irmão caçula.
– Vou ignorar a chacota e tomar isso como um elogio. – Disse ele inchando as bochechas de maneira infantil. – Também pretendo firmar um contrato com Ele assim que tiver meu grimório em mãos.
– Ele... quem? – Perguntou Slotos de maneira preocupada.
– Ashura. – Respondeu Asta de maneira simplista.
– Quem? – Perguntou Walgner.
– Um demônio de magia espacial que conhecíamos. – Explicou Liebe. – A magia dele era inútil no Reino Demoníaco, porém mesmo assim ele tinha magia. Ele era um nível acima de mim no rank, eu era o último. – Continuou ele, imerso em lembranças do único amigo que tinha naquele inferno. – Quando eu fui jogado contra a passagem para o mundo humano e atravessei ele automaticamente virou o demônio mais fraco de lá e quase que imediatamente ele começou a ser agredido pior do que antes.
– Ashura era pacifista. – Disse Asta se lembrando do tempo que conviveu com o demônio. – Ele tinha uma quedinha pelo Liebe, que correspondia o sentimento. – Disse soltando uma pequena risada.
– is... isso é mentira! – Exclamou Liebe quase aos gritos, se amaldiçoando por ter gaguejado, e amaldiçoando Asta por ter falado aquilo. Os espíritos e demônios apenas riram da reação do demônio da anti-magia, Asta podia não ver seu irmão mas apostava que ele estava mais vermelho que um tomate.
– Um dia estávamos lutando contra um demônio de alto rank e ele se jogou na nossa frente pra nos proteger. – Falou Asta não conseguindo esconder a tristeza em sua voz. – Nós matamos o demônio, mas Ashura acabou morrendo se sacrificando por nós.
– Concordarmos com o seu plano. – Foi toda a resposta que Asta teve (que veio de Bell).

Asta se despediu de cada um enquanto eles adormeciam, seu irmão foi o último a adormecer, mas não antes de quase implorar para Asta ser cauteloso com suas ações, este por sua vez prometeu que se cuidaria e assim que Liebe adormeceu Asta pegou as bandagens de seu bolso e enfaixou as mãos e braços até a altura do cotovelo e deixando os dedos à mostra. Assim que terminou ele sentiu duas presenças na borda da clareira surgindo de uma sombra, ele se amaldiçoou por ter baixado a guarda logo depois de ter prometido ao seu irmão que tomaria cuidado. Asta então pulou de cima do telhado indo em direção ao chão, porém antes de tocar na superfície gramada as sombras o envolveram o transportando para outro lugar sem deixar qualquer rastro de sua presença.

Segunda ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora