Segunda Chance

Calmaria antes da tormenta

Após passar anti-magia pelo bastão, Asta se viu envolto por dois círculos mágicos o rodeando formando um “x" com o grisalho no centro, os círculos mágicos que tinham um tom vermelho único e runas que Asta reconheceu como runas élficas começaram a desaparecer, Asta reconhecia de algum lugar esse tipo de magia porém foi o cheiro que deu certeza ao menor. ‘Magia de sangue? O que a Rainha das Bruxas aprontou dessa vez?’ Pensou ele. Assim que os círculos mágicos desapareceram por completo Asta começou a sentir uma energia estranha percorrendo o seu corpo, usando a detecção de ki em si mesmo pela segunda vez na vida (?) ele descobriu que essa energia servia como polo oposta à anti-magia. 'Isso é... mana? Como? Espera... aquela magia era um selo de sangue?! Por que ela fez isso? E por que só agora a anti-magia removeu o selo?’. Asta estava com mais dúvidas do que respostas porém ele não poderia ficar ali por muito tempo, mas ele não poderia simplesmente voltar, afinal como ele explicaria que agora ele tinha mana? Primeiro ele tinha que aprender a controlar a mana, usando como base a anti-magia, que ele dominava tão bem a 3 anos, Asta conseguiu interromper o fluxo de mana, agora que ele tinha conseguido “voltar ao normal" ele começou a voltar para a igreja, ele não podia se dar ao luxo de parecer mais suspeito, ele valorizava demais seus laços com todos da igreja para sequer pensar em mudar essa parte do passado.

Asta podia ter resolvido o “problema” porém as dúvidas ainda ficavam: que tipo de magia ele tinha? Era algo como a magia de selamento da mãe ou algo parecido com a magia do “pai" (ênfase no sarcasmo na parte do pai)? Ele teria que mudar seus planos por causa de sua magia ou isso apensa facilitaria o que estava por vir? E principalmente: por que a Rainha das Bruxas selou sua mana e por que só agora o selo se quebrou? Será que tinha algo a ver com a viagem no tempo ou era por outro motivo? Enquanto mergulhava mais fundo nas dúvidas ele nem notou que já tinha chegado na igreja.

– Asta! – Exclamou Yuno quando viu o grisalho se aproximando. – Por onde você esteve?
– Desculpa te preocupar Yuno. – Disse o pequeno notando a preocupação em seu irmão de consideração. – Eu queria um momento sozinho pra tentar lembrar o que aconteceu comigo ontem. – Mentiu ele. Asta odiava mentir para eles mas era melhor do que dizer a verdade e preocupá-los.
– E conseguiu? – Perguntou o moreno.
– Não. – Falou por fim abaixando a cabeça e fingindo frustração.
– Asta, que bastão é esse? – Perguntou a Irmã Lily.
– Eu não lembro o que aconteceu ontem. – Começou o grisalho. – Então achei que se tivesse esse bastão comigo eu poderia me defender caso fosse atacado de novo. – Completou ele.
– Asta-nii-san, você voltou! – Exclamou Recca. – O Sr. Cavaleiro Mágico te trouxe de volta!
– Cavaleiro mágico? – Perguntou Asta. – Que cavaleiro mágico?
– Logo depois que você sumiu apareceu um cavaleiro mágico com uma idosa. – Começou Yuno. – Ele disse que era a avó dele e que eles vieram visitar a irmã dela que vive aqui em Hage. – Continuou ele. – Assim que eles souberam que você sumiu eles foram atrás de você. – Concluiu o moreno.
– E como eram esses dois? – Perguntou Asta, mesmo que já tivesse certeza de quem era a idosa.
– O cavaleiro mágico era moreno, cabelo longo preso em um rabo de cavalo, um sorriso estranho no rosto e um manto preto com detalhes dourados escondido por um sobretudo cinza-escuro. – Descreveu a freira. – Eu só vi o manto porquê o sobretudo se abriu quando ele apontou para a senhora. – Explicou a Irmã Lily. – Por que a pergunta, Asta, você conhece eles? – Perguntou ela.
– Não, mas eu queria saber se tinha passado por eles. – Disse o pequeno enquanto pensava nas duas pessoas perto da casa de sua mãe. “Então eles vieram. Vice-capitão Nacht e Rei Mago Julius realmente sentiram minha chegada, preciso manter distância deles até a poeira baixar!”. Pensou ele.
– Asta, por que seus braços estão enfaixados? – Perguntou o moreno chamado a atenção de todos.
– Até descobrir o que são essas marcas o melhor é esconde-las . – Explicou o grisalho. – Sem falar que ajuda na hora do treinamento, mas demora muito pra colocar e tirar. – Concluiu ele.

Assim passou o dia, Julius e Nacht não voltaram para a igreja naquele dia e Asta agradeceu mentalmente por isso, no dia seguinte Asta saiu novamente em direção a floresta porém com a detecção de ki ele notou que estava sendo seguido, ele parou no meio da floresta com a mão já sobre o bastão Excalibur.

– Você é péssimo se escondendo. – Disse Asta sem se virar. – Se vai continuar me seguindo é melhor me avisar, Yuno.
– Como sabia que eu estava te seguindo? – Perguntou o moreno saindo de seu péssimo esconderijo. – E pra onde você está indo?
– Eu ouvi você se levantar assim que saí do quarto essa manhã e não foi difícil notar suas péssimas escolhas de esconderijo. – Explicou o grisalho. – Uns dias atrás eu encontrei uma casa abandonada cheia de livros que eu quero ler, quer vir comigo? – Convidou Asta.
– Claro! – Exclamou Yuno. – Mas não vamos ter problemas com o Padre e a Irmã Lily? – Perguntou ele.
– Não acho que vai ter problema já que vamos estar juntos. – Disse Asta e Yuno corou levemente. – Vamos?

Yuno simplesmente acenou com a cabeça e então os dois voltaram a caminhar em direção a casa de Lucita mas não antes de Asta olhar disfarçadamente para uma sombra no chão, Yuno não notou o que o grisalho fez porém o demônio escondido na sombra entendeu muito bem a mensagem que o menor passou com o olhar: “Eu sei que você está me seguindo e vou te atacar se tentar algo.”

Enquanto os dois meninos seguiam até a cabana Asta só conseguia pensar no motivo para Gimodero estar seguindo ele. “Então eles tiveram que voltar para os seus afazeres mas continuam me vigiando.” Pensou o grisalho, agora ele teria que ser mais cuidadoso com o que fizesse para não ser pego.

Logo eles chegaram na cabana e entraram, Yuno se surpreendeu com o lugar porém logo os dois pegaram livros para ler, Yuno pegou um livro de capa verde intitulado “Clover, uma história” [quem pegou a referência?] que foi escrito pelo vigésimo sexto rei mago que era um historiador por hobbie, vendo isso Asta só conseguiu pensar na ironia de Yuno pegar como primeiro livro logo um com exatamente a mesma cor da capa de seu futuro grimório. Já Asta pegou para ler um livro de capa vermelha intitulado “Reino Antigo: Enciclopédia da história e seus artefatos mágicos”.

Os dois passaram o dia inteiro lendo, e quando estava anoitecendo, os dois voltaram para a igreja, esse foi o melhor dia da vida de Asta, pois assim ele podia esquecer por um tempo os horrores que esperam todos nos próximos 8 anos. Também foi o melhor dia para Yuno pois ele pode passar um dia inteiro com o Asta sem ter que dividir ele com a Recca e o Nash, afinal pode não parecer mas Yuno era do tipo possessivo. Eles repetiram o ato várias vezes depois daquele dia, e antes que se dessem conta uma semana se passou e já era o dia da cerimônia de aceitação do grimório.