Já tinha se passado uma semana desde a cerimônia de aceitação do grimório e nada de Gimodero aparecer novamente, Asta então assumiu que a vigilância sobre ele tinha acabado, chegou a hora de dar mais um passo para juntar a família. Asta decidiu então sair a noite para evitar de ser seguido pelos moradores da igreja, afinal para onde ele ia ele precisaria usar magia para chegar.
Já havia se passado uma hora desde que todos foram dormir, Asta constantemente usava a leitura de ki para saber quando seus irmãos de consideração estivessem dormindo, ele então saiu do quarto com cuidado para não acordar ninguém. Caminhando com cuidado para não fazer barulho, Asta seguiu para fora da igreja por uma porta lateral, ele sabia que não podia usar magia para entrar e sair da igreja afinal se, por algum deslize, alguém visse não teria como inventar uma mentira decente e ele seria descoberto.
Assim que atravessou a porta ele finalmente pôde soltar o ar que ele nem sabia que estava segurando, ele então usou a magia das sombras de Gimodero para chegar ao seu destino, a Mansão Faust, essa era a segunda vez que Asta vinha até aquele lugar e a diferença era gritante. Na primeira vez que veio a mansão estava caindo aos pedaços, tinha teias de aranha por toda parte, roseirais escalavam as paredes com suas flores murchas e espinhos a mostra, rachaduras no chão e um quadro destruído em frente a escadaria para o segundo andar. Porém dessa vez a casa estava intacta, se não fosse pela porta escancarada tão tarde da noite e a falta de luz no interior Asta poderia acreditar que a mansão estava sendo habitada por alguém. "Parece que se eu entrar lá eu vou ver a cena de um massacre sangrento!" Pensou Asta se aproximando da porta, estava escuro dentro da casa então Asta criou uma pequena bola de fogo com a magia da Salamandra para iluminar o caminho, a primeira coisa que viu foi o quadro da Família Faust ainda intacto pendurado na parede, completamente ignorante sobre o quão cruel o tempo seria com ele. "Então esse é o irmão do vice-capitão Nacht?" Pensou Asta, "Nunca me disseram que eram irmãos gêmeos!".
– Então é hora de começar. – Disse em voz alta após parar de inspecionar o lugar. – Magia de união. – Falou Asta logo crescendo dois longos chifres em sua testa virados para cima com uma marca descendo de cada chifre parando em suas bochechas e cruzando seus olhos que agora eram vermelhos. – Kage Maho: "Kurai Sono no Izanai" (Magia de Sombra: "Convite do Jardim Sombrio"). – Disse Asta pondo sua mão no chão.
Assim que Asta ativou o feitiço as sombras se espalharam pela sala e as paredes, logo mãos de sombras começaram a brotar do chão e se segurar no grisalho o puxando para além do piso, essa era a segunda vez que Asta via esse feitiço então ele estava calmo porém levemente preocupado já que era sua primeira vez conjurando o "Convite do Jardim Sombrio", porém assim que abriu seus olhos estava novamente naquele santuário usado para a magia de invocação de demônios para contratos se servidão.
– Bem, melhor começar logo. – Disse Asta enquanto desfazia a união demoníaca com Gimodero e entrava no círculo de runas de contenção de demônios. – Espero que funcione. – Falou ele enquanto removia seu grimório de trevo de cinco folhas do selo em seu peito. – Pelo que o Plumede me contou eu preciso apenas... me concentrar em que quero invocar e o círculo mágico faz o resto. – Lembrou Asta enquanto tirava um pequeno objeto de dentro de seu grimório.
Asta fechou seus olhos e se concentrou com todas as suas forças na imagem de Ashura, logo vieram a sua mente as memórias de seu convívio com o jovem demônio, ele se lembrou de como o demônio chorava por motivos tão banais, de como sua risada era cativante, do seu coração de ouro que não foi ofuscado pelas crueldades do submundo, os indiscretos olhares apaixonados que ele trocava com Liebe, sua morte prematura pelas mãos de um do top 5 de Qliphoth... Asta estava prestes a começar e chorar a perda de seu amigo quando uma voz infantil lhe trouxe de volta a realidade.
– Onde... Onde eu estou? – Perguntou uma pequena criança agachada no chão.
– Este é o Reino dos Humanos. – Disse Asta para o pequeno demônio que ele acabou invocando. Assim domo Liebe esse demônio também tinha cabelos brancos rebeldes e olhos vermelhos, porém as semelhanças acabavam aí, diferente de Liebe esse demônio não tinha marcas negras em seu rosto, seus chifres saiam de suas têmporas e cresciam para trás em direção à nuca, seus olhos brilhavam de forma quase chorosa e ele estava cheio de feridas pelo corpo. – Qual o seu nome? – Perguntou o grisalho, Asta sabia seu nome mas precisava fingir que era a primeira vez que o conhecia.
– Meu nome é Ashura, e o seu? – Perguntou o demônio um pouco cauteloso.
– Meu nome é Asta. – Disse por fim com um sorriso. – Você é amigo do Liebe, não é?
Assim que fez essa pergunta o pequeno demônio se atirou em Asta, seus olhos brilhavam em esperança em ouvir o nome de seu amigo e paixão secreta depois de tantos anos. Ashura parecia um cachorrinho abandonado, Asta quase podia ver as orelhinhas pra baixo implorando um carinho na cabeça.
– Você conhece o Liebe?! – Perguntou Ashura implorando por mais informações. – Ele está bem? Onde ele está agora? – Asta podia descrever Ashura em uma palavra: "Fofo".
– Calma! Uma pergunta de cada vez. – Disse Asta para o pequeno demônio. – Liebe é meu irmão. – Começou o grisalho. – Ele está bem, mas está completamente esgotado, por isso ele está descansando dentro do grimório. – Assim que Asta explicou a situação de Liebe para Ashura o pequeno demônio ficou aliviado por ter boas notícias de seu amado amigo. – Já que eu te invoquei no Reino dos Humanos tem algo que precisamos discutir. – Disse Asta tomando um semblante mais sério ainda segurando o precioso objeto em suas mãos.
Eu sei que o capítulo está curto mas eu fiz assim com a única intenção de apresentar a todos o personagem Ashura tanto em aparência quanto em comportamento!

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Segunda Chance
FanfictionApós a abertura total de Qliphoth e uma longa guerra entre humanos e demônios, a luta chega ao fim com a morte dos dois lados, porém algo acontece. Asta acorda de volta aos seus 7 anos, ainda na igreja do vilarejo no reino esquecido. O que ele fará...