Capítulo 1 - "Você não é tão bom em esconder..."

248 11 64
                                    

Mabel Belle Beast. A princesa de Auradon. A filha caçula querida do rei e a protegida de seu irmão mais velho. Muitos a descreveriam como bela, delicada, encantadora, elegante, talentosa, linda, maravilhosa. Outros a descreveriam como mimada, prepotente, rebelde... Mas eu não sou nada disso! Talvez um pouco. Meu pai não costuma estar errado no que diz afinal de contas.

Mabel. Do francês antigo Amabel, nome que deriva do latim amabilis (amável). Belle, nome derivado de Bela, minha avó, que quer dizer beleza, não é difícil de entender.

Eu não era amável, isso é algo que sempre ouvi de meu pai e irmão. Quero dizer, não é que eu não os ame, só tenho dificuldade de demonstrar esse sentimento, a máscara de frieza me acompanha desde que me lembro. Não sei se isso foi algo que puxei de dona Bertha, ou se foi algo que ela me causou.

Eu não me lembro dela direito, apenas da sensação que senti quando soube que ela já não estaria mais ali por mim, mas de qualquer forma, perder uma mãe, mesmo que você mal se lembre dela, é terrível. Principalmente quando você se torna adolescente e deixa de ter uma boa relação com seu pai... Ok, esse final foi bem específico.

Meu momento de melancólia foi interrompido por um ser humano barulhento e com sotaque francês fortíssimo, meu amigo e quase avô, o velho Lumieré. Junto dele vinha outros empregados, com tecidos, vasos de flor, carrinhos de comida, e tudo o que você possa imaginar que uma princesa recebe de Café da Manhã numa bela manhã de segunda-feira, uma semana antes das aulas retornarem.

— Acorde, acorde, acorde! Seus compromissos não podem ser realizados sozinhos.

Ah, mas podem sim, Lumieré!

O antigo candelabro puxou as cortinas, na tentativa de me fazer levantar da minha cama, o que obviamente não fez efeito.

— Lumi... Me deixa!

Resmunguei, me aconchegando mais nos cobertores.

— Nada disso, levante.

Revirei os olhos, chutando a coberta para fora da cama e me levantando com a cara emburrada.

Uma das criadas logo veio me ajudar, me levando em direção ao banheiro. A ruiva me perguntou que tipo de banho eu desejava, que roupa queria vestir, que penteado queria usar, e o que queria comer... Minha cabeça ficou girando por um tempo, tentando raciocinar tudo o que ela perguntava, pude até ver as engrenagens na minha cabeça girando. Estava cansada dessa vida de boneca, onde tudo e todos tinham controle sobre mim, menos eu mesma.

— Tanto faz, Lizzy, só não me faça vestir rosa, tudo menos rosa.

Ela concordou, em seguida ajudou a me despir, e logo depois começou a falar cada compromisso do meu dia, eu obviamente nem consegui prestar a atenção. Como eu gostaria de pedir para ela fechar a matraca...

[...]

Rosa, rosa, rosa, branco, amarelo, rosa, rosa, azul, rosa, vermelho, rosa... As meninas de Auradon realmente tinham muita originalidade! Eu estava há uns vinte minutos apenas sentada observando cada uma das meninas presentes e a cor de seus vestidos, e olha... nunca vi tantos tons de rosa juntos na minha vida. E eu achando que os vestidos da rainha Audrey eram uma grande poluição visual, mal sabia eu que Auradon toda tinha mal gosto para cor de vestido.

Avistei ao longe meu amado irmão adentrar o jardim junto da namorada, Anastácia, uma ruiva avermelhada extremamente superficial, a única coisa de interessante nela era o fato de ela ser uma meia sereia, neta da Ariel, fora isso eu não suportava ouvir a voz dela. Talvez eu seja muito antipática... Ah, e adivinha, o vestido de nossa querida Ana é rosa!

Ruim Por Dentro - Descendentes Onde histórias criam vida. Descubra agora