Capítulo 5 - "Ir embora para onde, dragãozinho?"

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A Ilha era escura e obscura. Não foi tão difícil quanto eu pensava passar despercebida pelos becos escuros, bastou apenas colocar o capuz da blusa para esconder os cabelos claros de mais para o povo da Ilha. O problema mesmo foi esconder a scooter do meu irmão, porém, mesmo em forma de lagarta e sem magia para falar comigo, vovó conseguiu me guiar até um prédio caindo aos pedaços e me fez esconder a moto debaixo de uma escada.

Depois de adentrar o prédio, me surpreender com os lindos desenhos nas paredes que indicavam como minha mãe e os meus tios eram quando jovem e deixar minha mochila em cima de uma cama, sai para explorar aquele local frio, tenebroso, escuro e totalmente desprovido de bondade, até onde eu sabia.

Observei as exóticas cores de cabelo das moças da Ilha, exóticas pois eu nunca tinha visto alguém com o cabelo verde por exemplo. As roupas curtas e ousadas, apesar do clima um tanto frio da Ilha, outras com grossas jaquetas de couro que pareciam ser a marca registra da maioria dos habitantes daquela terra isolada no meio do oceano.

Eu precisava me encaixar, e os padrões deste lugar não me incomodavam nenhum pouco, pelo contrário, queria tanto tingir e cortar meu cabelo. Tirei a lagarta de cima do meu ombro e perguntei a ela onde eu poderia mudar minimamente minha aparência, e então comecei a seguir a direção indicada por ela, afinal, quem melhor para me apresentar a Ilha dos Perdidos do que Malévola, a vilã mais temida de todas.

Me escondi levemente atrás de uma parede, observando a placa "Lady Tremaine's; Curlup & Dye". Eu não tinha nada contra a madrasta de Cinderella, na verdade, convivendo com Amberly, eu até entendia o ódio de Lady Tremaine por sua enteada, mas não pude controlar o nervosismo ao me dar conta do que tinha feito. Eu estava no mundo dos vilões, oficialmente, e dificilmente sairia viva dali.

Caminhei até o salão, com um pouco de receio. Quando entrei me deparei com uma jovem morena de olhos verdes, ela penteava os próprios cabelos usando uma escova roxa com o desenho de uma flor dourada.

— Ahn... Oi.

Chamei a mulher, que se virou para mim e me encarou com seus olhos grandes.

— Olá, quem é você? Nunca te vi aqui.

Disse entusiasmada.

Entusiasmada demais para alguém que vivia na Ilha.

— Eu... Eu me chamo Mabel.

Senti minha avó morder minha mão como forma de repreensão por dizer meu nome a uma desconhecida e tive que segurar um gemido de dor.

— Muito prazer, Mabel, sou Rosabella! — Fez uma reverência pomposa que me fez suspeitar que ela sabia exatamente quem eu era — No que posso ajudá-la?

— Preciso de um novo visual.

— Ah sim, deixe-me ver o que tem ai debaixo do capuz.

Com receio abaixei o capuz, a fazendo arregalar os olhos, porém ela não disse nada, apenas sorriu meio... Constrangida? Não sei ao certo.

Me sentei na cadeira e lhe respondi qual era minha cor favorita desde os três anos, a mesma confirmou com a cabeça, e com toda a empolgação do mundo começou a fiscalizar meus longos cabelos loiros.

Talvez eu estivesse fazendo a maior burrada da minha vida estando ali.

— Desculpe perguntar, mas de quem você é filha?

Perguntei depois de ter meus cabelos lavados e ela ter começado a corta-los.

— Sou filha de Rosalinda, e neta de Gothel. — Disse a última parte com certa amargura — Como é Auradon, princesa?

Ruim Por Dentro - Descendentes Onde histórias criam vida. Descubra agora