Capítulo 8 - "Não acho que isso seja justo, mas..."

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Hades estava há alguns minutos trocando farpas com meus amigos. Ele parecia gostar de provocar e causar medo neles. Percebi que meu irmão estava a um passo de perguntar a ele qual era o propósito daquilo tudo. Causar medo nas pessoas era algo que os vilões gostavam muito, mas o ex Deus estava claramente fazendo aquilo para testar a paciência do neto. Será que ele estava tentando descobrir se ele parecia com a mamãe? Era provável.

— Não se deve confiar em um vilão.

Vovô rebateu um argumento envergonhado de Jarlos.

— O que você...

— Frida, meu bem! Traga os convidados até aqui.

Uma voz masculina e distante chamou a atenção deles e interrompeu o questionamento de meu maninho que estava perdendo a paciência muito rápido.

— Já podem sair daí.

Hades se encostou no balcão e olhou para nós duas.

— Como sabia...

— Eu sou o Deus dos mortos, sinto sua magia de longe, Bel. Vamos, antes que eles vejam você.

Me levantei e encarei Harley. A agradeci e sai correndo com vovô dali, aproveitando a deixa que Dr. Facilier havia nos dado. Eu realmente não queria voltar para Auradon, não depois de ter descoberto uma das maiores maravilhas do mundo: minha mãe e sua família.

Saímos correndo pelas ruas da Ilha, ambos gargalhando e chamando a atenção dos moradores que perambulavam. Eu tinha que elogiar mais tarde o estado físico do velho Deus que já não era mais Deus. Paramos de correr quando paramos perto de alguns prédios abandonados, ele pulou uma das janelas e me estendeu a mão para que eu pudesse fazer o mesmo.

— Que lugar é esse?

— É onde seus tios moram.

Ele me puxou escada a cima, sem medo que um dos degraus desabasse. Ele abriu uma porta e revelou uma grande sala de estar, ali estavam uma mulher de cabelos azuis e uma enorme barriga de grávida, tio Heath com uma menininha de no mínimo cinco anos, duas moças idênticas, e um garoto de cabelos azuis como todos ali presentes. Minha mãe estava no canto, sentada em uma cadeira de balanço velha, segurando um bebê com uma carranca irritada.

— Ahn... Olá.

Disse me aproximando de Heath, o único entre meus tios que eu conhecia.

— Mary, aqui.

Vovô jogou um frasco com líquido laranja na direção da grávida.

— Mabel, esta é minha irmã gêmea Mary. Aqueles três são os trigêmeos Mística, Hadie e Faybelle. Não se preocupe em confundir Mísis e Fay, uma é mais simpática que a outra.

Heath apresentou-os.

— Ei!

Uma das gêmeas reclamou.

— E essa daqui é a Hadassa, a sua priminha.

Encheu a menina de beijos.

— Heath, para de mimar minha filha!

Mary reclamou.

Ri da cena cômica dos irmãos e me aproximei de minha mãe no fundo da sala.

— E esse daí?

Perguntei a ela.

— Ele é filho de Hadie, até onde ele sabe ao menos. A mãe da criança morreu depois do parto e nunca disse se ele era realmente o pai da criança, é apenas uma possibilidade.

Segurei minha expressão de espanto e me sentei aos seus pés, observando-a balançar a criança.

— Ahn... Mamãe, tenho algo para te contar.

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