10. Permanência

3.5K 228 34
                                    

Neste momento eu já estava totalmente vestida, e ele mantinha apenas o peitoral à mostra. Mas eu ainda encarava um ponto aleatório do quarto pensando sobre tudo o que aconteceu, desde a primeira aparição dele pra mim, até o momento que transamos. Ele se levanta e fecha seu traje de volta, ficando de capuz e balaclava. 

Após isso, ele se aproxima um pouco e para, voltando a me encarar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Após isso, ele se aproxima um pouco e para, voltando a me encarar.

-- Você percebe agora? - ele me pergunta, em pé, na minha frente. Afinal eu ainda estou sentada aqui, sem saber como reagir a tudo isso.

Eu reflito durante 10 segundos antes de responder.

-- [...] - Sim...

Eu finalmente percebi. O que eu acabara de fazer, alguns minutos atrás, não é normal. Por que eu transei tendo 2 corpos mortos lá embaixo? Por que eu senti aquelas coisas quando ele tirou seu olhar de mim? Por que?... Por que? Por que não estou chorando como uma cadela, não estou desesperada, não estou remoendo a morte de minhas amigas? 

Eu realmente não estou agindo como um ser normal, e eu tenho consciência disso. Afinal passei as últimas horas em puro sufoco e medo, como um ser humano qualquer. Mas agora... não restou nada em mim, tudo que eu tinha em mente já não era mais perguntas, e sim respostas, deduções. Eu estou aos poucos compreendendo minha personalidade, eu me sinto como se estivesse tirando uma carcaça velha do meu corpo. Está desabrochando um novo mundo na minha cabeça, como uma larva saindo de seu casulo. O que é isso?

-- Quem mais você matou? - eu me viro rapidamente pra ele, perguntando às pressas, como alguém que estivesse desesperado por respostas. Meus olhos estão arregalados pra ele. Era a última peça que faltava nesse quebra-cabeça. Não sinto raiva, nem medo. Eu apenas preciso da resposta, e depois usarei como veredito pra tudo aquilo que eu estava pensando. Me sinto ansiosa e impaciente.

Ele solta um riso fraco antes de responder, colocando um sorriso de canto no rosto e desviando o olhar pro chão.

-David, Max, Homer... Deve haver outros nomes, mas nem você conhecia.

Era isso. Era desses nomes que eu precisava. Era essa a última peça do jogo. 

-- O... O que? Quando?

-- Antes de chegar aqui. - ele fala e logo após se aproxima mais de mim.

Vejo que ele tira a luva de sua mão direita e a joga no chão, imediatamente colocando a mão na minha cabeça, deslizando pra baixo, fazendo uma espécie de cafuné. Seu toque era macio e cuidadoso, ele realmente parecia querer sentir cada fio do meu cabelo em seus dedos. Ele prende a mão um pouco mais atrás e guia minha cabeça para sua barriga. Agora eu estava com a cabeça escorada no quadril do homem à minha frente, enquanto ele calmamente ia deslizando seus dedos por dentre meus cabelos. Eu fecho meus olhos e volto aos pensamentos decisivos.

Era realmente isso. Ghostface... o serial killer de Manchester... a mais temida assombração destes bairros... Era isso. Ele eliminou todo o círculo de pessoas próximas a mim, mas não somente próximas, e sim pessoas que poderiam me fazer algum mal... EU era o motivo de todos esses crimes.

Endless Abyss / ghostface x reader (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora