Capítulo 3 O feiticeiro Jedi

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Luke acordara cedo naquela manhã – um pouco mais do que de costume –, pois passara horas de revirando de um lado para o outro, impaciente. Sem conseguir pegar no sono, ele decidiu se levantar de uma vez. Ele se vestiu para treinar e saiu no ar gelado que fazia fora de seu chalé. Não importava quantos anos se passasse, ele sempre sentia aquele arrepio.

A Galáxia era gelada e ele vinha de um planeta quente.

Ele se sentou em uma rocha quase plana a beira de um rio raso que corria ali perto. O som da água correndo era relaxante e o ajudava a meditar. De olhos fechados, ele tentou de todas as maneiras relaxar, mas ainda sim continuava distraído, ao que parecia.

Talvez fosse o pensamento que tivera àquela manhã, talvez fosse porque não visitava seu planeta natal a muito tempo, mas ao tentar encontrar paz na força, ele só conseguia ouvir o correr da brisa movimentando as dunas de areia, não mais o da água ao seu redor, e o calor do sol que envolvia seu peito era quente demais para pertencer a um único sol.

Derrotado, Luke pegou o sabre de luz em sua cintura e se pôs a praticar as posições e suas formas. Ao menos ele não ficaria com uma postura desleixada.

Numa colina acima de Luke estava o mandaloriano, que havia chegado a pouco tempo no planeta. Ao entrar na atmosfera ele se deu conta do erro que cometera, ainda estava escuro naquele lado do planeta – o dia não havia amanhecido ali. Ele pousou um pouco longe, não quis acordar ninguém com o barulho do motor. A bem da verdade, ele não quis acordar o Loirinho Skywalker – quando a criança queria dormir não acordava nem mesmo se estivessem no meio de um tiroteio.

Din estava caminhando a alguns bons minutos, subindo a encosta de uma colina, imaginando com que humor Luke ficava pela manhã quando acordava, com aquela carinha séria talvez acordasse sempre de mau humor. O que será que animaria aquele rapazinho logo de manhã?

Não importava, ele perdeu a linha de raciocínio no segundo seguinte.

Luke estava logo abaixo da colina, treinando perto do rio com seu sabre de luz em riste. Seus golpes eram firmes, precisos e graciosos, ele se movimentava com tanta leveza como se estivesse dançando, não esgrimindo. Era uma coisa elegante de se ver e Din teve certeza que ele era um dos poucos sortudos da Galáxia por presenciar.

Mas não era ver um dos últimos Jedi treinando que o era o que o fizera se sentir afortunado. Era poder ver Luke sem toda aquela formalidade que geralmente os cercava.

Seu cabelo claro como trigo se movimentava ao sabor do vento, era a primeira vez que ele os via desalinhados, de uma maneira gentil, algumas mechas que começavam a se tornar longas demais acariciavam suas bochechas rosadas. Cada gesto, cada passo mostrava o poder e virilidade daquele homem jovem e, ainda assim, não deixava de ser delicado. As vestes dele eram brancas desta vez, de algum algodão macio que lhe acariciava suavemente a pele conforme se movimentava. A luz dourada em tons de verde que penetrava pelas paredes formadas pelas plantações de bambu iluminava sua beleza jovem e inocente. Din fez um esforço tremendo para conter a vontade de ir até ele e envolvê-lo com os braços para protege-lo do ar frio da manhã.

- O que está fazendo parado aí?

A voz de Luke o fez se sobressaltar, ele não havia reparado que havia parado de andar para admirar Skywalker. O Jedi vinha ao seu encontro a passos largos, guardando de volta o sabre em seu cinto num gesto simples.

- Ah, eu... – ele tinha uma resposta razoável para aquilo, mas a poucos metros de distância ele pode ver os olhos azuis tão intensos do garoto que a resposta havia escapulido. – Eu vi... é...

- Os jawas roubaram a sua língua? – perguntou Luke, parando próximo dele com um sorriso debochado e ainda sim radiante, tão brilhante que poderia iluminar o dia do mandaloriano.

Só entre nós nesse planetinha (DinLuke)Onde histórias criam vida. Descubra agora