Capítulo 5 Sequestro em Aldhani

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Luke havia chegado em Aldhani com uma das naves de Leia, pois nunquinha que os gêmeos, Grogu e R2D2 caberiam no seu caça estelar. Eles haviam passado uma boa parte da tarde juntos e Luke tentou ficar focado em passar esse tempo com a irmã ao invés de se preocupar com problemas que saltavam de Han levando um tiro do mandaloriano em um combate até sua imprudência de ter trazido Grogu para o meio do fogo cruzado – ele tentava se lembrar de que não havia outra pessoa com quem ele pudesse deixar o pequenino.

Neste momento, eles estavam sentados numa das mesas de um restaurante típico do lugar, pitoresco e muito agradável, mas Leia pareceu notar sua inquietação, porque perguntou:

— Você parece distante, o que te aflige?

Luke suspirou, a irmã era perspicaz demais, nem valia a pena tentar mentir. Além do mais, com quem mais poderia conversar abertamente senão com ela?

Ele então contou que há poucas semanas fez uma conexão através da Força com o pequeno Grogu, que ele era um youngling no templo Jedi em Cosruscant durante as Guerras Clônicas e que como todos os outros havia sido perseguido – Leia ficou pasma quando ele disse que aquela coisinha miudinha e fofa já tinha cinquenta anos! Ele também contou sobre Din Djarin, o caçador de recompensas mandaloriano que era o protetor da criança e passou um longo, loooongo tempo reclamando sobre o homem: como ele era sério de um jeito chato, como era metido, como se achava muito por ser alto e forte, como tinha um gosto ridículo pelo prata cromado e voava em velharias, era bandido e gostava de fazer várias e várias visitas ao planeta, sem nunca perder uma oportunidade de provocá-lo.

Leia ouvia tudo atentamente, fazendo sua melhor cara de introspecção para não rir. No final da narrativa, ela fez a seguinte observação:

— Eu sei como é, mas veja pelo lado bom, o Han é muito pior. Se você quer um conselho, vá conquistando a confiança dele e impondo limites desde já se quiser que isso funcione.

Luke estava pensando que aquele era um bom conselho, ainda mais com a criança envolvida quando ele se deu conta do rumo que aquela conversa estava tomando.

— Ei, como assim?! O que você quer dizer com "se eu quiser que isso funcione"? – ele estreitou os olhos para a irmã.

— Ué, vocês não estão juntos? – perguntou ela, surpresa.

— É claro que não! – respondeu ele, indignado.

— Mas você está interessado nele, não está?

— Não! – respondeu ele rapidamente, ficando corado até as orelhas.

Leia tinha ideias malucas, e não só ela: Grogu estava exultante, dava gritinhos e batia as palminhas.

— Aaah, você também gostou da ideia? – perguntou ela para a criança, toda açucarada o pegando de volta no colo. – Você gosta da ideia de ter dois papais, gosta? – ela coçou embaixo do queixinho dele.

— LEIA!!!

Os outros clientes do restaurante olharam feio para ele, por falar em voz tão alta.

Luke queria morrer. Queria que um buraco se abrisse no chão e o engolisse. Queria que engolisse sua irmã também! O que foi que ele fez para merecer isso?

Mas as palavras dela ficaram em sua mente – de alguma forma que ele não entendia muito bem –, pois no momento em que ele se viu sozinho para pegar o comunicar e falar com o mandaloriano, ele hesitou.

Depois de pôr Grogu para almoçar no dia anterior, Luke havia tido uma boa conversa com Djarin sobre seus temores de que um amigo próximo estivesse envolvido no caso e sobre seu desejo de ajudar. A princípio, o ele se mostrou bastante hesitante e eles quase brigaram, com um tom bem mais sério sem a presença de Grogu para impedi-los. O Jedi pensou que o mandaloriano não o queria por perto por medo de que ele estragasse sua missão – aliás, o mais provável era que ele salvasse a missão. No entanto, Din estava apenas preocupado com a integridade do loirinho. O que era besteira, já que o rapazinho havia destruído vários robôs de Moff Gideon. Sozinho.

Só entre nós nesse planetinha (DinLuke)Onde histórias criam vida. Descubra agora