Capítulo 6 Aliança com um velho inimigo

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O Olho de Aldhani tinha sido maravilhoso, ainda melhor do que Leia se lembrava. Ela sentiu falta de estar ali com o pai, mas também ficou contente de ver que a Galáxia podia viver aquele momento com o prazer de ser livre.

— Já vai começar. – dissera ela para Grogu, se deitando na grama de uma colina privilegiada para observar o céu.

A criança soltava suspiros e grunhidos de admiração. O céu escuro aos poucos se tornava claro e muito iluminado. As estrelas cadentes cortavam o céu com cores lindas de branco, dourado, azul, rosa, verde e roxo, tão brilhantes e cintilantes quanto glitter, rasgando o céu com caudas de luzes fugazes, deixando um rastro de luz. Grogu se remexia deitado sobre a barriga dela, apontando para o céu e dando gritinhos muito contentes e felizes.

— É lindo demais, não é? – disse ela e a criança concordou, o brilho das estrelas refletiam em seus olhos escuros e enormes como se tivesse o próprio céu de Aldhani neles. – O meu pai dizia que se fizéssemos um pedido para uma estrela cadente, ele podia se realizar. Que tal se fizermos um? – ela o abraçou para acomodá-lo melhor. – Vamos lá, pense naquilo que você mais quer na vida, depois olhe para uma estrela e peça com todo o seu coração.

Leia fechou os olhos por um instante e pensou no que mais queria na vida e, imediatamente, a primeira imagem que lhe veio à mente foi Han. Ela sacudiu a cabeça levemente, para afastar aquele pensamento, ela deveria desejar algo para a Galáxia, ou para seu irmão. Mas o rosto daquele salafrário sempre voltava, sorrindo para ela daquele jeito cafajeste.

Bom, o primeiro pensamento era o que contava, não é?

O que ela poderia desejar para a Galáxia? Eles já derrotaram o Império e ela já estava fazendo tudo o que podia. Pedir por sorte para uma coisa tão grande quanto centenas de planetas, luas e estrelas parecia bobagem. Pedir algo de bom para Luke não parecia tão ruim, mas o que ela poderia desejar para o irmão que o Jedi mesmo já não tivesse conquistado ou que não poderia fazê-lo com as próprias mãos? Ela achou melhor não gastar um pedido pedindo amor para ele, a Força lhe disse que Grogu já estava pedindo isso i-n-t-e-n-s-a-m-e-n-t-e para o universo juntar ele e o pai, Din Djarin. Leia até se assustou ao sentir, era tanta força de vontade que ela realmente acreditou que a Força os juntaria.

Então, apesar de se sentir um pouquinho culpada, Leia desejou algo para si mesma e só para si. Ela fechou os olhos e visualizou o rosto de Han, sentiu seu coração bater mais forte com a vontade de tê-lo ali com ela e que pudessem ser felizes juntos, nem que fosse só um pouquinho. Ela sentiu a garganta se fechar e os olhos arderem quando lágrimas quiseram escapar de seus olhos fechados quando seu coração sufocou no peito.

Grogu sentiu sua angústia, porque de repente parou de rir e escorregou de sua barriga, ficou em pé ao lado de sua cabeça e afagou seus cabelos castanhos com suas mãozinhas, tentando consolá-la e fazendo grunhidinhos calmantes.

Leia abriu os olhos e viu uma linda estrela rasgar o céu, brilhando e cintilando em rosa e dourado para desaparecer com uma piscada azul.

— Eu estou bem, pequeno. Não precisa se preocupar comigo. – ela o tranquilizou, sorrindo com ternura.

Apesar de se sentir um pouco triste, ela estava mesmo bem. Nem tudo estava perfeito, mas ela estava feliz em saber que tudo ia bem e o que fazia o melhor que podia pela Galáxia.

Mas então, algo bloqueou sua visão do céu estrelado.

— Eu... ui... espero... não ter... chegado... muito tarde... aaaff...

— Han! – ela arregalou os olhos e se sentou bruscamente na grama.

Lá estava Han, arfando pesadamente como se tivesse corrido quilômetros, com um buquê de flores brancas pedrinhas brilhantes, chuvas de prata e lírios d'água brancos e perfumados nas mãos.

Só entre nós nesse planetinha (DinLuke)Onde histórias criam vida. Descubra agora