Capítulo 7 Desesperança

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Tudo naquele lugar dava nojo a Luke. Aquele palácio estava cheio de uma raça escravista e o Jedi achava que poucas pessoas poderiam ser mais desprezíveis do que aquela gente.

Para todos os lados que olhava, haviam pessoas acorrentadas. Pelos corredores do palácio, muitas pessoas ricas, em sua maioria homens, arrastavam escravas, todas presas por coleiras e puxadas por correntes presas a elas. Muitas delas eram Twi'leks, outras eram Togrutas, quanto mais belas, mais finos eram os tecidos de seus vestidos e mais caras e brilhantes as joias. Se Ahsoka visse aquilo, ficaria revoltada, mas se Leia visse aquilo, iria querer matar todo mundo.

A exemplo das escravas, ele ganhara roupas de seda fina em tons de azul e com bordados dourados. Bom, pelo menos um par de calças, já que sua "camisa" não passava de um xale de tecido quase transparente e brilhante que acabava na altura dos cotovelos. Em seus pulsos e no pescoço pendiam pulseiras, colares e correntes de ouro, algumas finíssimas e muito bem trabalhadas, algumas de contas, para combinar com o adorno em seu cabelo. E ainda havia sua coleira. Ela não era de ouro como as das outras escravas, mas eletrônica, e impedia que ele usasse a Força.

Luke se sentia particularmente humilhado. Ele sentia que era apenas um enfeite, algo para embelezar o ambiente e para entretenimento. E, infelizmente era obrigado a aceitar isso, ou passar por coisa pior.

— Pare de ficar puxando a coleira. – disse Espere, uma Twi'lek de pele verde com quem fizera amizade. Bom, a bem da verdade, ela que fizera amizade com ele. Espere era uma das escravas de Gier, a "senhora" do castelo e dos escravos. – Eu já disse que é inútil se livrar dela sozinho. Se continuar fazendo isso ela vai eletrocutá-lo antes que possa se livrar dela.

— Eu só quero sair daqui, assim que eu conseguir... – disse Luke, forçando o pescoço para ver se enxergava melhor a coleira.

— Todos querem. – disse ela com um suspiro tão pesado que o fez parar.

Luke estava sentado diante de uma penteadeira enquanto Espere o arrumava, penteando seus cabelos e lhe pendurando joias e mais joias.

— Você não tem esperança? – perguntou ele, analisando a expressão cansada dela.

Ela não respondeu de imediato, olhou para ele com seus olhos de um azul tão bonito e muito, muito vazios.

— Eu já tive sim, mas eu já estou aqui a tanto tempo e já vi tanta coisa que perdi a esperança de que alguém irá me salvar. Acontece com todos que ficam presos aqui.

Ele não conseguiu encará-la. Salvá-la era um trabalho dele, e de outros que também juraram proteger a Galáxia, como a Nova República. Mas onde eles estiveram que nem mesmo ouviram um sequer um rumor sobre aquele lugar? Luke olhou ao redor. O quarto em que estavam era relativamente grande, as outras três escravas foram obrigadas a dividi-lo com ele. Ele tentou ficar em um canto para não incomodar as moças, mas elas interpretaram que ele devia estar com medo, porque rapidamente o puxaram para o meio delas. Apesar da intenção delas ser boa, aquilo só fez com que ele se sentisse pior.

— Quando eu conseguir sair daqui, vou voltar com ajuda e libertar todos vocês. – disse ele com convicção, mas no reflexo do espelho, ele a viu dar um sorriso para ele como se estivesse com pena, e ela acariciou o cabelo dele com cuidado.

— Você ter sorte de ser tão jovem e tão bonito. – respondeu ela.

Luke não precisava ser um gênio para entender o que ela queria dizer.

Os homens geralmente eram levados para trabalhar nas minas, onde recebiam pouca comida, pouca água, dormiam acorrentados ao relento, acordavam muito cedo e levavam chibatadas se não trabalhassem rápido e em silêncio. Poucos homens tinham a sorte de servir de entretenimento para o salão e servindo mesas de escravistas ricos junto das outras mulheres. Eles não eram muito mal tratados, pois a ordem era que estivessem sempre sorrindo, dançando e serem agradáveis, e a visão de alguém muito machucado não era agradável.

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