Só entre nós nesse planetinha (DinLuke)

Capítulo 8 O Mand'Alor

O dia havia nascido. Agora fazia um dia completo e mais algumas horas desde que Luke fora levado. Todos estavam ansiosos e mal dormidos. Todos tentando manter a mente focada.

Em Zygerria as companheiras de quarto de Luke o arrumavam e disfarçavam suas olheiras com maquiagem, pensando que o rapaz não conseguira dormir a noite de medo. Espere voltou para o quarto quando já eram oito da manhã, duas vezes mais cansada do que Luke, e dez vezes mais infeliz. Ela não conseguia olhar nos olhos do rapaz, ela tinha que contar algo para ele, mas não queria fazê-lo. No entanto, ela sabia que não deixá-lo consciente do que aconteceria seria pior para ele e também era cruel.

Quando Espere começou a falar, Luke apertou involuntariamente a borda da banqueta onde estava sentado.

Naquele mesmo instante, Din estava sentado sozinho em canto da nave de Bo-Katan, A Manopla. Boba estava na câmara ao lado, para o bem de toda a tripulação, ele achou melhor ter o mínimo de contato possível com os mandalorianos.

Din tentava ao máximo não pensar muito no que estava fazendo, apenas fazer, mas estava sendo um pouco difícil. Ele se sentiu ridículo aparecendo em Concordia com a cara lavada para pedir um favor daquele tipo a Bo-Katan. Claro que ele tentou não entrar em muitos detalhes do plano, mas era óbvio que ele não poderia esconder dela o que iriam fazer já que precisava da ajuda dela. Mas mesmo assim, Din tentou deixar bem claro que aquela ideia de jerico não tinha sido dele. Em defesa de Bo-Katan, ela fez o que pode para não rir – pelo menos não na cara dele.

O plano em si até que não era tão ruim quanto ele alegara, na verdade, era até bastante válido, embora ela não acreditasse que eles sairiam tão suavemente daquele lugar. O que tornava a situação engraçada era que o pobre coitado do Djarin era tão sério que até mesmo tropeçar na rua o deixava numa situação hilariante.

Bo-Katan não tinha motivos para não ajudar Djarin, quando ela precisou, ele o ajudou mesmo que ela estivesse o extorquindo um pouquinho, e ele ganhara o sabre de forma justa. Ela então juntou um grupo de sete pessoas para acompanha-los, contando com ela, Djarin e Fett, eles formavam um grupo de dez, já era intimidante o suficiente.

— Eu vou ajuda-lo, mas tem uma condição. – disse Kryze.

Din a ouviu, e não gostou, aquilo não estava em seus planos. As palavras vieram de imediato a sua boca, pronto para se negar, mas ele se deteve.

Din se lembrou de Luke treinando pelo amanhecer, o vento balançando seus cabelos livremente, o olhar azul e suave do rapaz em um momento raro em que ele se sentia leve e sem preocupações. Vestido de branco aquele bruxinho parecia mais um anjo.

Não. Ele sempre tinha aquela carinha de anjo, era por isso que ele sempre o chamava de bruxinho ou feiticeirinho no diminutivo. Luke era um rapaz adorável. E agora ele estava em um dos cantos mais infernais da Galáxia, talvez sendo obrigado a fazer coisas hediondas que iam contra sua religião.

E a condição de Bo-Katan era o preço para salvar o anjo feiticeirinho.

— Tudo bem. – concordou Din.

— Então, vamos. – respondeu a mulher, e agora estavam todos na nave dela, se preparando para sair do hiperespaço e pousar no planeta.

Alarmes soaram pelo palácio, guardas zygerrianos corriam para as muralhas enquanto o chefe da guarda ia de encontro a Gier na sala do trono. Tudo parecia caótico demais para Luke, que não tivera tempo para se recuperar das notícias trazidas por Espere e agora se via no meio de toda aquela balburdia. Guardas na porta do quarto gritavam com as escravas que respondiam desaforos a eles.

"Vão fazer a exibição dos escravos esta tarde para venda." dissera a Twi'lek. "Gier ainda não está disposta a vendê-lo, ela quer se aproveitar de você primeiro, eu tentei implorar a ela, mas eu sei que nada vai persuadi-la. Os compradores mais ricos de todos os quatro cantos da Galáxia vão estar reunidos aqui hoje..." Luke parara de raciocinar direito em algum ponto. "se ela conseguir uma grande soma por você, ela provavelmente terá que vendê-lo. Vá com seu novo senhor, pode ser a chance que você procura para fugir." O olhar de Luke estava vazio e ele já não sentia mais o sangue circular pela mão esquerda. "Fique perto de nós o máximo que conseguir, mas se tiver oportunidade, saia daqui. Só vai encontrar desgraça do pior tipo se ficar."