𝐾𝐸𝐾𝐴𝑈
Demônios imortais da noite, de pele terrivelmente fria, mortos vivos, necessitados de sangue humano.
Condenados a viver eternamente, vagando pelo mundo sem fim, atrás de algo que faça sua existência valer algum segundo a pena.
Tão assustadores e cruéis, criaturas da escuridão.
Era tudo que Nora conseguia denominar os vampiros, e com toda certeza, não seria isso que gostaria de se tornar no futuro próximo.
Não queria depender de sangue para sobreviver, não queria nunca mais poder sentir o sol enquanto caminha pelo parque central público em uma tarde.
Ou, sentir o calor, sentir o ar entrar pelos seus pulmões.
Era delírio largar tudo isso por um vida eterna, ver todos que ama e que um dia irá amar, morrer na sua frente, enquanto você segue, vivendo e vivendo.
Enquanto esses pensamentos agonizantes rodeavam sua mente, caminhava sem parar pelos corredores do castelo, depois que conversa com Chelsea a fazer lembrar de algo importante.
Das mentiras, das enganações, das distrações.
Sua irmã poderia estar correndo perigo agora, e Caius não lhe contou nada, aliás, fez questão de omitir isso dela. Nem podia ligar para Bella, porque ele pegou seu celular também.
Precisava ter informações dessa situação, precisava falar com sua família, falar com sua irmã.
Estava tudo escuro, por algum motivo de vampiro não havia luzes nos corredores, e a única iluminação que refletia da lua pelas janelas não era grande coisa.
Dobrando mais um vez o corredor, oque parecia exatamente o mesmo de antes, ela decidiu voltar, e foi a pior escolha. Nora já não sabia mais se estava voltando ou indo para algum lugar, tudo parecia estranhamente igual.
Não fazia ideia de quanto tinha andado, e de onde já tinha passado.
Ousou em olhar pelas janelas, talvez poderia se guiar desse jeito; pode ver a lua minguante entre as nuvens, embaixo, muitas árvores, que mal dava para identificar pela escuridão da noite.
De acordo que andava atrás de outra curva, se certificava em todas as janelas, e por mais estranho que pareça, era a mesma visão, em todas.
Nora considerou se não estava começando a ficar louca, bendita hora que abandonou Chelsea para ir atrás do Volturi sozinha. Até agora ainda tinha dificuldades em achar seu próprio quarto, oque passou pela sua cabeça quando teve a brilhante ideia em se aventurar pelo castelo por si mesma?
Com paranoias se formando na sua mente, se virou olhando para atrás, pela quinta vez, e após alguns passos, colidiu de costas com uma parede.
Seu corpo automaticamente estremeu, desde que quando essa parede apareceu? A garota jurava que não existia nenhuma antes, talvez esteja louca mesmo, ou esse lugar esteja a deixando louca.
Será daqui direto para um psicólogo.
Não havia o que fazer, se encontrava sem saída, cansada de andar em círculos, sua mente estava uma bagunça, nada mais fazia sentido. Por isso, se sentou no chão gélido, escorada na parede de pedras.
Fechou os olhos por um tempo, mergulhando naquela imensa escuridão de vez; tudo poderia ser um sonho confuso, e quando abrisse os olhos, estaria da sua cama macia e fofa, com o sol iluminando tudo novamente; era oque desejava.
Mas, um barulho irritante a fez abrir os olhos lentamente, e o corredor traumatizante ainda estava ali, porém algo se aproximava no final dele.
O sono estava dominando cada parte do seu corpo naquele momento, deixando sua visão turva, contudo, quando aquele algo chegou mais perto, a garota pode identificar que era alguém na verdade.
Alguém vestindo preto, com um terno vermelho vinho que se destacava, ah, e aqueles cabelos loiros, aqueles irreconhecíveis cabelos loiros.
— Caius?... — Nora murmura, tão baixo que nem mesmo ela poderia se ouvir, após sentir os braços frios e fortes agarrar seu quebrável corpo no colo.
Como poderia ser, o demônio imortal dos seus pesadelos, a salvando do medo?
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Luz, não consentimos o valor que ela merece, até ansiarmos, precisarmos dela.
Agora, parecia até mentira.
Foi realmente tudo um sonho? Passando as mãos pela cama, pelos lençóis, apreciando a luz que vinha de algum lugar antes de abrir os olhos.
E quando finalmente abriu, sua primeira vista foi da grande janela, coberta por um cortina branca levemente transparente, transmitindo o brilo da manhã, e uma cortina preta amarrada aos lados.
Espera um pouco, preta!?
Nora não tinha nenhuma cortina preta, quando se deu conta desse fato, sentou na cama bruscamente, se forçando a abrir completamente os olhos.
Oque lhe causou de imediato uma tontura.
— Se eu fosse você iria com calma. — aquela voz melódica e grave, fez nora lembrar exatamente do que aconteceu ontem, do corredor, da escuridão, da confusão e de alguém a tirando de lá.
Após se acostumar melhor, observou atentamente onde estava, a cama enorme com um conjunto de colcha preta, assim como praticamente tudo naquele quarto possuía essa cor.
Havia até mesmo uma escultura renascentista preta no canto da cama, e em frente, um grande estofado, com Caius sentando de pernas cruzadas confortavelmente, encarando fixamente a garota humana.
— Oque...? Porque estou neste quarto? — Nora questiona, ainda tentando por seus pensamentos em ordem.
— Meu quarto, te trouxe para cá. — Diz o vampiro, tranquilamente sem quebrar o contato visual.
— Porque me trouxe? — Ela retruca, não tinha motivos pra ele a deixar nos seus aposentos, e se fosse por estarem longe, seria uma péssima desculpa para um vampiro.
— Não gosto quando questionam minhas atitudes. — visivelmente, muda de assunto, se levantando, e em questão de milésimos, surgi em cima da cama, próximo excessivamente da humana.
Ela arregala os olhos, seu ato surpresa assustou a garota, deixando seu coração mais acelerado do que o normal, e ele adorava aquilo.
— Irei te levar para um lugar. — ele avisa, quase sussurrando pela aproximação de seus rostos.
— Agora? — Nora interroga, recuando vagarosamente para trás, mas sem tirar seus olhos dos dele.
— Sim, agora.
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𝐂𝐚𝐢𝐮𝐬 𝐕𝐨𝐥𝐭𝐮𝐫𝐢 • Eclipse Solar
VampireEle, considerado mais cruel dos três líderes, impiedoso, e seu prazer em ver o derramamento de sangue. Mas quando seu olhar encontra o dela, sente como se toda sua existência desde aquele momento, tivesse finalmente, feito sentido.