𝑀𝐸𝑉𝐴𝐾
Um coração morto, uma alma morta. Caius em toda sua existência desde de que virou um imortal, desde que presenciou a guerra humana destruir e massacrar tudo que um dia chamou de lar ou de família.
Acreditou que nunca mais seria o mesmo, nunca mais deixaria sentimentos o dominarem ou sequer deixá-los entrar e senti-los outra vez.
Mas então, de repente, sem mais ou nem menos, uma humana qualquer apareceu em sua frente e se tornou aquela humana, uma garota única e que apesar de todas suas lutas internas, tomou toda sua resistência sem fazer nada e mudou sua crença.
O fez se sentir vivo, outra vez.
...
Se Nora pudesse se ver aos olhos de Caius, que nesse momento a admirava durmindo solenemente em sua cama, enquanto os leves raios de sol que entravam da grande janela a sua frente, refletiram contra seu rosto angelical.
Para Caius, se o mandassem parar de observá-la agora, seria a ordem mais impossível de obedecer; ao seu olhar, ela era igual a um anjo, seu anjo, como se tivesse sido feita especialmente para ele, um pensamento um tanto egoísta, talvez.
Ele se aproxima lentamente, retirando alguns fios do seu cabelo castanho que despencavam em seu rosto.
— Cada dia que passa está ficando mais difícil ficar tão perto de você... — Caius sussurra, ainda observando os traços dela, não querendo esquecer de nenhum deles.
E aos poucos, Nora começa a acordar, suas mãos vão direto para seus olhos, esfregando suas pálpebras enquanto se espreguiça tentando se acostumar com a claridade solar.
Se sentindo mais consciente, ela se senta desajeitadamente na cama, não havia ninguém no quarto além dela, oque a fez questionar se Caius voltou para o quarto alguma hora ou ficou longe até agora.
Mas suas dúvidas se foram quando ela se levantou sonolenta, vendo um lindo vestido na outra cama; todo preto com detalhes de flores vermelhas, o tecido de cima era fino e delicado para se acomodar ao tecido mais resistente em baixo.
Ao lado do vestido, um casaco curto, vermelho escuro para combinar com as flores do vestido. Junto com tudo isto, havia também um pequeno bilhete.
"Tenho à plena certeza que trouxe algo belo suficiente para vestir no casamento de sua irmã, mas ainda sim, decidi lhe dar algo há altura de sua beleza para este dia."
— Caius.
Um sorriso singelo escapa de seus lábios, os atos dele sem ao menos ela dizer algo sobre isso, ou suas palavras tão clássicas que chegavam a ser doces.
O casamento estava marcado para as cinco horas, mas Nora gostaria de ir mais cedo para ver sua irmã antes da cerimônia.
Apenas imaginar em ver novamente sua família unida, ainda mais em um momento tão importante, deixa a garota toda eufórica.
...
— O que eu falei sobre sono de beleza? — Alice se pronuncia em repreensão, preparando o rosto de Bella para à maquiagem que ela faria.
— conheça sua futura oficial cunhada, se ela pensa muito, começa o pessimismo. — Nora diz ironicamente sem emoção, aparecendo com os produtos que Alice havia pedido para ela buscar.
— Foi mal, um sonho ruim... Tô nervosa com o casamento — Isabella as responde, sempre com um tom indiferente ou cansado.
— Quer ajuda? Posso arrumar o cabelo. — Rosalie desta vez, se oferecendo quando todas elas olham na sua direção ao escutar seu salto na aproximação onde estavam.
— Sério?... — Bella fala, mas foi praticamente sua resposta. Obviamente, além de Alice que a conhecia muito bem, as garotas Swan acharam sua gentileza estranha.
— É claro, eu não me oponho à sua escolha de noivo. — Responde Rosalie, após sorrir levemente com aquela resposta, já atrás de Bella para fazer o penteado.
— Só minha falta de respeito com a mortalidade. — Bells termina a frase, e foi Nora quem sorriu agora, já que todos entendiam bem como à Loirinha teria tomado um escolha bem diferente se estivesse no lugar da noiva.
...
Agora, ambos estavam no casamento de Bella, em uma fileira mais distante dos demais, é claro, já que todos os clãs de vampiros que compareceram á cerimônia conheciam muito bem o líder Volturi que acompanhava Nora como companheira, principalmente aos olhos dos imortais.
Caius observou os procedimentos do casamento com ar distante, analisando os convidados com uma mistura de tédio e desdém
— Eles parecem felizes, concorda? — Ela pergunta para Caius em voz baixa, sem desviar seu olhar de Bella e Edward enquanto eles fazem os votos de casamento, selando sua união.
Caius muda seu olhar para Bella e Edward, estreitando seus olhos enquanto ele observa suas expressões aparentemente felizes.
Ele considera a pergunta de Nora antes de responder, sua voz carregando o peso de seu cinismo.— felicidade é uma ilusão passageira, Nora — ele responde, com um tom cheio de ceticismo. — Pode parecer neste momento, mas é uma fachada frágil. Os mortais são propensos ao engano, a falsas percepções de contentamento. Eles acreditam no poder do amor e tolamente pensam que ele pode conquistar tudo.
Absorvendo suas palavras, a garota junta suas sobrancelhas o examinando com cuidado. — Por que não acredita no amor? — foi inevitável não fazer esta pergunta.
O olhar de Caius se estreita ainda mais, seus olhos profundos perfurando Nora como se tentasse dissecar seus pensamentos.
Ele leva um momento para organizar sua mente antes de responder, sua voz misturada com um toque de amargura.— O amor, querida Nora, nada mais é do que uma fraqueza — responde duramente. — Isso nubla o julgamento de alguém, torna-os vulneráveis e propensos a decisões tolas. Isso os cega para as duras realidades de nossa existência.
É claro ele diria algo assim.
— Mas também pode ser uma fortaleza. Quando se sentir vulnerável, fraco, pensando que será devorado pela escuridão da solidão, o amor se torna uma luz, uma salvação. — Ela expressa sua opinião, sem desviar da profundidade de sua íris.
E antes que o vampiro considere dizer alguma coisa sobre suas falas, Nora se levanta delicadamente, ajeitando seu vestido antes de caminhar suavemente até os recém casados, e sua família.
Até porque, ela não tinha nenhuma noção de quando teria outra oportunidade de vê-los novamente.
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𝐂𝐚𝐢𝐮𝐬 𝐕𝐨𝐥𝐭𝐮𝐫𝐢 • Eclipse Solar
VampirosEle, considerado mais cruel dos três líderes, impiedoso, e seu prazer em ver o derramamento de sangue. Mas quando seu olhar encontra o dela, sente como se toda sua existência desde aquele momento, tivesse finalmente, feito sentido.