𝑁𝐸𝑃𝐸𝑁𝑇𝐸
Ter alguém ao seu lado, de alguma forma, muda o seu ver.
Muda o seu modo de pensar, o seu modo de agir, o seu humor e até mesmo a sua saúde.
Como se, tudo de repente, tivesse mais vida.
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— Não tem graça fazer piquenique com dia nublado. — comenta Nora, visivelmente insatisfeita.
— Deixaria de ser um vampiro sério pra você se me visse brilhando. — Ele diz, e a garota não consegue evitar um riso após imaginar tal cena.
— Realmente. — fala por fim. Ela não poderia mais mentirar, gostava de sua presença, gostava de estar com ele; seu coração aqueceu quando Caius a trouxe para o parque atrás do castelo, e lhe mostrou o piquenique [que claro, ele mandou algum cervo do castelo preparar.] Eles estavam tentando, estavam cada vez mais se aproximando e aprendendo a conviver um com o outro.
— Não está com fome? — ela pergunta, mordendo um morango logo depois.
— Sim, estou. — Caius responde, descendo seu olhar vermelho vibrante para abaixo do rosto da garota, fixando por alguns segundos sua visão ali; Nora em seguida entende perfeitamente aquela ação, se virando pra frente, permitindo que seu cabelo esconda seu pescoço.
O vampiro riu soprado, se a humana sequer sonhasse com a quantidade de sangue humano que Caius precisa ingerir antes de se aproximar dela, com toda certeza, voltariam a estaca zero.
Para um imortal permanecer no mínimo dez passos de um ser humano normal sem atacá-lo, é meramente insuportável; então, pense nisso com um ser humano que é sua alma gêmea, que tudo, absolutamente tudo parece triplicar de intensidade.
O Volturi nunca se encontrou em uma situação tão humilhante, queria provar cada pedaço do seu corpo até não restar mais um único resquício, como nunca quis nada em toda sua existência; mas ao mesmo tempo, aquele laço que o forçava a ficar perto dela, também o fazia ter a necessidade de protegê-la de qualquer coisa, até dele se fosse preciso.
— Caius, eu gostaria de pedir um favor pra você. — Ela começa, hesitante e sem olhá-lo.
— Peça. — diz, para que a garota continue.
Porém, Nora se estica para pegar algo em sua bolsa, desde que o Volturi comentou sobre esse convescote ela se preparou para falar sobre esse assunto. Seguidamente, com o papel em mãos, entregou ainda sem se virar, para Caius.
— Você que comparecer? És isto? — Ele supôs, ou melhor, adivinhou, encarando o convite do casamento de Isabella e Edward.
— Sim, sou a irmã a mais velha, é quase como um dever. — ela diz, se virando para ele dessa vez.
Caius não respondeu nenhuma palavra naquele instante, somente entregou de volta o convite para a garota na sua frente; Nora não insistiu, sabia exatamente que Caius poderia dizer uma não bem grande, ela ainda estava praticamente presa no castelo, então ele não dizer nada, é um grande passo para um talvez ou até um sim.
Quando a garota colocou o convite na bolsa de novo, ela caiu diante do lençol xadrez que eles estavam, permitindo o vampiro de espiar oque mais tinha dentro da bolsa.
Então, ele se aproveitou que a humana estava entretida escolhendo qual seria a próxima fruta que iria parar dentro do seu estômago, e pegou um caderno que mais parecia um livro bem antigo.
Caius não pode esconder sua admiração com oque presenciou, era desenhos, desenhos muito bons; havia uma paisagem do parque que estavam quando ela frenquentava sozinha, havia uma do castelo, e outra que parecia inacabada, era algo abstrato e difícil de compreender.
— Tentei demonstrar nossa conexão do além nesse desenho. — Ela de repente respondeu, pegando o seu caderno das mãos do imortal.
— Você tem talento, garota. — o volturi elogia, sorrindo pelo jeito desajeitado e meio desesperado que ela pegou o caderno dele.
— Obrigado, mas é apenas um passa tempo, algo para me distrair e me tirar da realidade de vez enquando. — Ele olhava para o seu rosto enquanto ela falava, agarrada com o caderno nos braços e as pernas cruzadas para o lado esquerdo.
— Levante-se, mostrarei para você o meu passa tempo, também. — fala, se levantando rapidamente, apenas esperando ela fazer o mesmo; mas, a garota o encarava em silêncio, digerindo sua ação repentina.
— Hm...está bem... — Diz Nora hesitante, se levantando e indo juntar as coisas, antes de Caius a impedir na mesma hora.
— Não se importe com isto, mandarei alguém buscar depois. — As vezes ela esquecia que ele era quem mandava em tudo e todos, e desde que o loiro começo agir de forma mais gentil estando ao lado dela, esquecia mais facilmente que com os outros ele ainda era cruel e arrogante.
O vampiro sem dar tempo de Nora pensar ou entender alguma coisa, agarra a cintura dela com uma certa força, puxando para cima e em questão de segundos, eles estão em outro lugar, completamente diferente.
Caius coloca a garota na superfície novamente, mas não afastou seu toque, vendo que a expressão no seu rosto indicava que ela estava um pouco desnorteada com tudo isso.
— Está se sentindo bem? — ele pergunta divertido, sorrindo enquanto encarava a humana.
— Sim, sim estou, só aconteceu tudo muito rápido. — Ela responde, se afastando um pouco dele, agora olhando melhor para onde o Volturi a trouxe.
Parecia ser alguma sala bem antiga dentro do castelo, todos os móveis que tinham ali, estavam com um lençol branco em cima, tinha apenas uma grande janela com detalhes separando os vidros, bem no fundo da sala, deixando a luz do dia iluminar o ambiente.
Caius andou até um dos móveis, que ficava em frente a janela, tirando de uma vez o lençol branco, fazendo uma onda de poeira aparecer.
Nora virou o rosto para o lado, soltando um espirro em seguida. E quando olhou de novo para o vampiro, ele estava se sentando na banqueta do piano, sim era um piano, de madeira tão escura, mais tão escura que podia se dizer preta.
Era algo de muitos, muitos anos, pois a madeira já estava descascando em vários lugares.
O Volturi começou a tocar nas teclas, trazendo um som melódico, ecoando pelo cômodo, a garota andou até ele, apoindo os cotovelos na parte de trás do instrumento, para poder observar cuidadosamente Caius tocando.
Era uma canção calma, e delicada. Mas, um pouco melancólica e profunda.
— Então, esse é seu passa tempo? — Nora comenta, após ele terminar de tocar.
— Sim, é o único lugar onde expresso meus sentimentos, se é que tenho algum. — o imortal julga ele mesmo, deve estar no fundo poço, coitado.
— Se você necessita, em algum momento, vir e tocar, é porque existe algo aí dentro. — Ela diz, apontando para o peito do vampiro, ele sorri com isso, para o Volturi, não existe nada além de escuridão e morte dentro dele.
— Sabe, a visão que sua amiga Cullen mostrou para Aro, naquele dia. — Ele começa, mudando de assunto, enquanto tirava algumas poeiras das teclas. — Era de nós dois, sentados nesse piano, você estava tocando junto comigo, e tinha os olhos vermelhos.
Quando Caius termina de contar, encara a humana na sua frente, que parecia estar séria, séria demais.
— Então, no futuro, eu realmente serei uma vampira?
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𝐂𝐚𝐢𝐮𝐬 𝐕𝐨𝐥𝐭𝐮𝐫𝐢 • Eclipse Solar
VampirEle, considerado mais cruel dos três líderes, impiedoso, e seu prazer em ver o derramamento de sangue. Mas quando seu olhar encontra o dela, sente como se toda sua existência desde aquele momento, tivesse finalmente, feito sentido.