Tredici

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𝑅𝐸𝐷𝐴𝑀𝐴𝑅

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𝑅𝐸𝐷𝐴𝑀𝐴𝑅

Uma vez, alguém disse que, em certos momentos da vida, parece que nada daquilo é real.

Parece que de fato, você não está vivendo aquilo.

Talvez, seja uma sensação parecida com algum telespectador vendo um filme?

Ela não saberia dizer, nunca havia vivido essa sensação antes.

Nunca havia vivido, no verbo passado, porque agora, viveu, Caius a fez viver isso.

...

— Me dê sua mão. — ele quis pedir, porém soou mais como uma ordem, era o costume.

— Vamos entrar aí? — Nora questiona, com um certo medo de onde o vampiro quer a levar.

Eles estavam em frente para uma porta de madeira, bem antiga, localizada numa muralha de concreto, coberta por relvas, galhos e plantas.

Fica bem, bem atrás do castelo.

Se Nora viesse sozinha, com certeza não acharia, não tão fácil assim.

— Não julgue o livro pela capa. — diz Caius, ainda de braço esticado, esperando o toque da mão humana.

— Não estou julgando, só não confio muito em você. — completamente hesitante, desliza seus dedos pela mão fria dele, até sentir ele agarrá-la.

— Eu não ter te matado até agora, já é um bom motivo. — Retruca em resposta, puxando a garota para sua frente, após empurrar a porta.

Nora falaria algo no mesmo tom, contudo, a partir daquele milésimo de segundo que passou por aquela porta, suas palavras desapareceram.

Desde o chão, que era uma curta escadaria levando a uma ponte, que seguia o caminho para uma trilha, uma trilha floresta adentro.

Até as árvores, voando por cada canto do lugar; borboletas, milhares de borboletas.

Maioria laranjada, com bolinhas brancas; era lindo, era mágico, era surreal.

— Diga algo. — Caius pede, com as mãos apoiadas nos ombros da garota.

Mas oque ela diria? Oque poderia dizer diante de tal cena? Existia palavras específicas para isso? Lindo, belo, magnífico.

Ela só conseguia admirar, tentar capturar cada detalhe, para jamais esquecer tudo que está vendo agora.

— Isso, isso é bonito demais. — Foi tudo que conseguiu pronunciar, enquanto olhava para todos os lados.

— Sabia que iria gostar, você gosta de borboletas, não é? — Ele diz, e Nora o encara na mesma hora.

— Como sabe disso? — intrigada questiona, em sua memória nunca havia dito esta informação para o Volturi.

— Tenho meus dons. — É tudo que fala, sumindo de repente.

Atônita Nora se vira o procurando, e o vendo parado no meio da ponte, observando as borboletas voarem para o oeste.

A humana caminhou até o encontro dele, parando ao seu lado, ficando na mesma posição; seus pensamentos sobre Caius estavam confusos agora, quando chegou tinha medo dele, medo dele sugar seu sangue até a morte, medo que ele a pusesse para ver como eles matavam os seres humanos ou outros vampiros.

Sabia que ele era o pior de todos, e nem gostaria de descobrir o porquê; mas, ele nunca a machucou, de nenhuma forma, até agora.

Mandou buscarem todas as suas coisas, mandou comprarem coisas novas, lhe permitiu passear por Volterra, lhe proporcionou um belo encontro naquela noite.

E, estão aqui agora, de algum jeito, o vampiro soube de como era fascinada por borboletas e de repente realizou este sonho?

Não fazia ideia se ele estava fazendo tudo isso por vontade própria, se era por conta dessa ligação, se queria apressar as coisas ou se era somente a mando nos outros Volturi líderes.

— Você conheceu Athenodora, não foi? — Questiona, quebrando o silêncio.

— Sim, uma boa garota, ela disse que não se importa com tudo isso. — diz, na intenção de entrar neste assunto.

— Porque se importaria? Essa história de amor eterno não existe pra nós, o casamento é só um capricho. — Caius fala, sempre não esboçando sentimento ou remorso algum.

— Então, nunca sentiu nada por ela, ou alguém? — não queria parecer curiosa, mas teve vontade de saber.

— Ela foi a primeira vampira que conheci, que me ajudou, que esteve comigo até hoje; então sinto lealdade, gratidão, companheirismo, mas não passa disto. — Conta, Caius se sentia tão confortável ao lado de Nora, que quando percebia, já havia contado toda sua vida para ela.

— Você alguma vez, amou alguém? — escapou de sua garganta, notou que estava sendo muito intrometida, e na mesma hora se afastou do imortal, seguindo a trilha para dentro da floresta.

— Nunca, mas também, nunca senti nada parecido com o que você me faz sentir. — diz, sem medo, sem receios. Era a verdade, e não podia mais mentir.

Nora parou, oque ele estava querendo dizer com isto? Talvez, nem mesmo se ele disse as palavaras ela acreditaria, não vindo de Caius Volturi.

Não sabia o que dizer de volta, e não queria perguntar nada sobre aquilo. Sua boca secou, e sentia o nervosismo aparecer quando escutou os passos dele se aproximarem cada vez mais de si.

— Você também sente isso? — Ele questiona, tocando o braço despido da humana, deslizando em um carinho para baixo, logo em sequência selando o ombro da garota com seu beijo gelado.

Desgraçado, o corpo de Nora estremeceu com o ato repentino, ele sabia a resposta, sabia desde o início.

— Não sinto nada. — Mentiu descaradamente, mesmo sabendo que ele sentiu seu tremor, ouvindo seu coração que batia com rapidez ao bombear seu doce sangue para toda suas veias.

O Vampiro abusado riu em retorno, riu daquela forma rouca bem perto do ouvido da humana, tirando completamente sua sanidade. Em seguida, tocou suavemente sua cintura, enquanto esfregava seu nariz sobre o pescoço quente da garota; e no instante em que selou o local, apertou com força aquela cintura, ouvindo um arfar dela em resposta.

— Seu corpo está me dizendo o contrário, humana. — faz questão de provocar, a virando para ele, para olhar em seus olhos castanhos claro, tão naturais, tão humanos.

Ela estava sentindo que estava prestes a ter um infarto, isso sim, jamais viveu esse tipo de coisa, não fora de seus livros, e também não colocou fé que de fato viveria um dia.

Só de encarar aquele par de olhos vermelho vibrante já a deixava fraca em seus braços, tão proximos, tão ligados um ao outro, seria loucura dizer que quase poderiam sentir o que o outro está sentindo.

Caius juntou ainda mais seus corpos em uma puxava, se é que era possível, fazendo Nora prender o ar por segundos.

Ele não estava conseguindo se controlar, tocar naquela pele macia, quente, pulsante; escutar seu pequeno coração bater tão acelerado ou inalar aquele cheiro doce e suave ao mesmo tempo estava o deixando nocauteado.

Caius precisava fazer algo, qualquer coisa, antes que perdesse totalmente o controle e a mordesse; não queria a transformar, não agora, mal sabia se ela aguentaria sua mordida ou se ele conseguiria parar.

Por isso, afundou sua mão nos cabelos ondulados perto da nuca, obrigando seu rosto a colidir com o dele.

Sim, ele pressionou seu lábio nos de Nora, a beijou como se fosse a única coisa que precisasse para viver, como se fosse a última vez.

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𝐂𝐚𝐢𝐮𝐬 𝐕𝐨𝐥𝐭𝐮𝐫𝐢 • Eclipse SolarOnde histórias criam vida. Descubra agora